Imagem da matéria: PF cruza dados do Coaf e de corretoras de criptomoedas em caso de hackers de Sérgio Moro
(Foto: Shutterstock)

A Polícia Federal vai averiguar se a ação dos hackers que invadiram o celular do ministro Sérgio Moro foi paga com bitcoin. Segundo o Estadão, o órgão já tem em mãos um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e dados informados por corretoras de criptomoedas.

Na ocasião da prisão dos suspeitos por meio da ‘Operação Spoofing’, foi revelado que dentre eles um casal teve movimentações financeiras atípicas que totalizaram R$ 627 mil.

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Contudo, a renda declarada do casal é de cerca de R$ 5 mil, mas a defesa afirma que os valores são oriundos do mercado de criptomoedas.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara Federal do Distrito Federal (TRF1) mandou notificar, então, as principais exchanges brasileiras a prestar informação à PF e ao MPF.

Ele pediu que as empresas repassassem os dados desde janeiro de 2018 até o momento do pedido da autarquia — uma prática cada vez mais comum nos processos no Brasil.

As corretoras que foram notificadas são Foxbit, Braziliex, Mercado Bitcoin, 3xbit, Brasil Bitcoin, OmniTrade e Walltime.

Agora os investigadores vão cruzar as informações das corretoras e do Coaf com os dados encontrados em computadores de grupo preso.

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Sob segredo de Justiça

O Estadão falou com os diretores executivos de duas exchanges. João Canhada, CEO da Foxbit, não quis comentar o caso alegando haver segredo de Justiça. No entanto, ele disse:

“Todas as transações são registradas nos blockchains de cada criptomoeda. É como se seu extrato bancário estivesse completamente disponível, mas sem o nome. Se você conseguir associar o número da carteira a um nome é possível saber tudo que ele fez com aquela conta desde a criação da moeda”.

Marcos Alves, CEO da Mercado Bitcoin, disse que a empresa segue “padrões de compliance como as principais bolsas do mundo. Qualquer tipo de operação suspeita é relatada às autoridades”.

As prisões

A Polícia Federal cumpriu prisões em nas cidades de Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto no dia 24 de julho. Os mandados de prisão temporária foram expedidos pelo juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Os presos foram transferidos para Brasília.

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Além de serem suspeitos pelo envolvimento no hackeamento do celular de Moro, os presos estão sendo investigados sobre a invasão nos celulares do desembargador Abel Gomes; do Juiz Federal Flávio Lucas; e dos delegados da Polícia Federal de São Paulo e de Campinas, Rafael Fernandes e Flávio Vieitez Reis.

Sérgio Moro se manifestou

No Twitter, o juiz Sérgio Moro parabenizou a Polícia Federal, MPF e a Justiça e disse que os suspeitos estão envolvidos em várias espécies de crime.

Para finalizar, cita a decisão do juiz do caso onde diz ter havido “5.616 ligações efetuadas pelo grupo com o mesmo modus operandi e suspeitas portanto, de serem hackeamentos. Meu terminal só recebeu três. Preocupante.”


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