A tentativa da Meta em dominar o metaverso será um grande “tiro no escuro” porque ninguém ainda conseguiu definir o que significa esse termo, de acordo com o criador do Ethereum, Vitalik Buterin.
No Twitter, ao discutir como poderá ser o metaverso, ele afirma que, atualmente, projetos corporativos em andamento não parecem promissores e especificamente criticou a Meta, a gigante empresa de tecnologia criadora do Facebook e operada por Mark Zuckerberg.
“Realmente ainda não sabemos [qual é] a definição do ‘metaverso’. Ainda é cedo demais para saber o que as pessoas realmente querem”, disse Buterin em um tuíte. “Então qualquer coisa que o Facebook criar agora será um tiro no escuro.”
My critique is deeper than “Metaverse Wikipedia will beat Metaverse Encyclopedia Britannica”. It’s that we don’t really know the definition of “the metaverse” yet, it’s far too early to know what people actually want. So anything Facebook creates now will misfire.
— vitalik.eth (@VitalikButerin) July 31, 2022
Geralmente, o metaverso é descrito como uma evolução da internet atual, centrada em torno de mundos em 3D e imersivos, bem como comunidades on-line em que as pessoas interagem usando headsets de realidade virtual e formas aumentadas de realidade.
Embora Buterin não compre a ideia de como as corporações preveem o metaverso, ele descreveu sua implementação como um passo inevitável no avanço da tecnologia atual.
“O ‘metaverso’ vai acontecer”, continuou Buterin. “Mas eu não acho que as tentativas corporativas de intencionalmente criar o metaverso vão ter sucesso.”
The “metaverse” is going to happen but I don’t think any of the existing corporate attempts to intentionally create the metaverse are going anywhere. https://t.co/tVUfq4CWmP
— vitalik.eth (@VitalikButerin) July 30, 2022
Em relação à forma do metaverso, existe um conflito entre a autoridade centralizada das corporações e as formas descentralizadas de governança que a tecnologia blockchain proporciona. Recentemente, um grupo de empresas Web3 se juntou com o objetivo de criar padrões para o metaverso à medida que empresas, incluindo Microsoft, Meta e Sony, anunciaram uma aliança distinta.
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Atualmente, The Sandbox é um dos projetos de metaverso mais populares da Web3, com terrenos virtuais ligados à propriedade de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês). E Yuga Labs, que criou a coleção Bored Ape Yacht Club (ou BAYC), está na etapa inicial de seu próprio projeto de jogo de metaverso, Otherside, recentemente apresentando a primeira demonstração desse mundo virtual.
O que é metaverso?
O termo “metaverso” apareceu pela primeira vez em “Snow Crash”, um romance de ficção científica escrito por Neal Stephenson em 1992. O termo se aplicava a um “universo gerado por computadores”, acessado por um personagem via um par de óculos e fones de ouvido.
A tentativa oficial de metaverso pela Meta começou quando a empresa mudou seu nome de Facebook para Meta em outubro. A reformulação aconteceu após a aquisição da empresa Oculus em 2014, que fabrica headsets de realidade virtual com ênfase em jogos por US$ 2 bilhões.
“Acredito que o metaverso seja o próximo capítulo da internet”, afirmou Zuckerberg no ano passado. “Hoje, somos vistos como uma empresa de rede social mas, em nosso DNA, somos uma empresa que desenvolve tecnologia para conectar pessoas e o metaverso é a próxima fronteira.”
Na mais recente apresentação de resultados, a Meta divulgou que seu departamento de metaverso, o Facebook Reality Labs (ou FRL), teve um prejuízo de US$ 2,81 bilhões no segundo trimestre de 2022. E em 2021, a empresa perdeu US$ 10,2 bilhões desenvolvendo software, tecnologia e conteúdo para o metaverso.
“Essa é uma empreitada muito cara ao longo dos próximos anos”, explicou Zuckerberg. “Mas conforme o metaverso se torna cada vez mais importante em cada aspecto de como vivemos… Estou confiante de como ficaremos contentes em termos tido um papel importante no desenvolvimento disso.”
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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