Os NFTs (Tokens Não Fungíveis, na sigla em inglês) ainda têm sido vistos com desconfiança por uma parte da comunidade gamer. Mostrar que os tokens web3 podem ser elementos a mais que contribuem com diversão, interesse e até lucratividade nos jogos é uma das missões da Non Fungible Conference (NFC), evento que ocorre na cidade de São Paulo entre segunda (12) e terça-feira (13).
O organizador do evento, Breno Campi, faz um diagnóstico de que as grandes empresas de games ainda estão apartadas da transformação trazida por esse tipo de token e que a comunidade gamer historicamente tem um pé atrás com os “forasteiros” que entram no segmento.
“A verdade é que a qualidade dos jogos ainda está baixa. Na NFC, vamos trazer gente do mercado de games explicando as tecnologias blockchain e web3, como elas estão sendo aplicadas e como vão transformar o mercado, de forma orgânica e agradando toda comunidade gamer”, afirma.
Questionado se o atual “inverno” das criptomoedas pode mudar esse panorama, Campi tem uma visão pragmática: por um lado, lamenta com alguns empregos no setor e, consequentemente, projetos promissores; por outro, avalia que o cenário irá demonstrar quais são os projetos bem estruturados, que sairão ainda mais fortes da crise.
Em entrevista ao Portal do Bitcoin, Campi falou sobre como o mercado atual afeta o desenvolvimento de aplicações Web3, a relação dos gamers com NFTs, os caminhos para do setor para além dos smart contracts e qual papel o Brasil pode desempenhar nesse ecossistema.
O Portal do Bitcoin irá realizar a cobertura jornalística do evento, trazendo as novidades e tendências mais importantes do setor para os leitores.
Confira a entrevista com o organizador da NFC
Portal do Bitcoin: A comunidade gamer tem mostrado relutância em aceitar que NFTs sejam inclusos nos jogos. Como o evento pretende mostrar que essa relação pode ser benéfica para ambos os lados?
Breno Campi: Hoje temos os dois lados: de um, as grandes empresas do mercado, não querendo participar de perto da transformação do mercado e longe dos desenvolvedores de web3, mantendo o status quo.
E do outro lado, temos os gamers, que historicamente não gostam do que vem de fora da comunidade e que acham que os jogos NFTs são muito ruins, com pouca jogabilidade e praticamente jogados apenas por robôs.
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A verdade é que a qualidade dos jogos ainda está baixa. Na NFC, vamos trazer gente do mercado de games explicando as tecnologias blockchain e web3, como elas estão sendo aplicadas e como vão transformar o mercado, de forma orgânica e agradando toda comunidade gamer.
Como o chamado inverno cripto atual afeta o desenvolvimento das aplicações de Web3?
Breno Campi: Esse inverno cripto atrapalha muito no desenvolvimento de produtos para a comunidade. A falta de caixa faz pessoas serem cortadas das empresas e as vezes os projetos simplesmente morrem. Mas tem o lado bom disso: agora, ficam praticamente apenas os projetos sérios, e pessoas que têm projetos bem estruturados. Há menos ruído no mercado e golpes. A comunidade fica mais unida.
Após os smart contracts e NFTs, qual aplicação de Web3 irã se popularizar?
Breno Campi: Acredito que ainda estamos muito incipientes em questão de aplicação da tecnologia. Smart contracts, como os próprios NFTs, são infraestrutur. As diferentes aplicações ainda estão surgindo, como arte, engajamento e games.
A tendência aponta para aplicações simples, que não dependam do usuário ter conhecimento em blockchain para usar. Vão surgir mídias sociais, carteiras e outras plataformas que facilitam a comercialização e gerenciamento de propriedade digital de forma descentralizada e com uma usabilidade melhor, trazendo uma experiência mais agradável para o usuário.
Como você analisa o mercado brasileiro de NFT e Web3 em comparação ao restante do mundo?
Breno Campi: O Brasil é um dos países mais amistosos ao cripto e referência global em criatividade. A gente vê isso tanto no dia-a-dia dos nossos cidadãos quanto em marketing digital. Muitos postos estratégicos de empresas gringas de web3 são preenchidos por brasileiros, como no caso da Dapper Labs, com o Arthur Câmara sendo CEO e membro do founding team, e o Rafael Morado como VP Criativo.
O ecossistema brasileiro, apesar de ter cases fora da curva, como 2TM e Hashdex, tem ainda as startups se estruturando e escalando.
Temos muita confiança de que o que estamos construindo vai tornar o Brasil referência global. O objetivo principal do nosso evento sempre foi fazer a ponte entre mercado tradicional e web3, criando conexões e acelerando a maturação do mercado. Quanto mais pessoas estiverem participando e discutindo sobre o assunto, mais rápido vamos crescer e gerar prosperidade para muitas pessoas e colocar o nosso país na vanguarda internacional.
Serviço: onde, quando e como
Non Fungible Conference (NFC)
Dias e horários: 12 e 13 de setembro, das 09h às 19h.
Local: Unibes Cultural – R. Oscar Freire, 2500 – Sumaré, São Paulo
Inscrições: site oficial do evento
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