A 2TM, controladora da corretora brasileira Mercado Bitcoin, passou a valer US$ 2,1 bilhões após receber um investimento de US$ 200 milhões da gestora internacional Softbank.
A injeção de capital, cuja negociação foi liderada pelo banco JP Morgan, foi assinada nesta semana e permitirá à empresa fortalecer os planos para um ecossistema que busca a fusão das criptomoedas com o mercado financeiro tradicional.
“O investimento é para acelerar e aumentar a escala das nossas iniciativas: da tokenização dos precatórios ao MeuBank, Bitrust, Clearbook, além da expansão para América Latina”, disse Gustavo Chamati, o cofundador do MB, ao Portal do Bitcoin.
Conforme Maurício, que fundou a corretora junto com o irmão Gustavo, o processo para receber o investimento não foi fácil:
“A due diligence durou cerca de 70 dias. Foi pesado, mas validaram o que a gente construiu nos últimos anos”.
R$ 25 bilhões negociados em 2021
Em janeiro, o MB recebeu o primeiro investimento em uma rodada que contou com seis investidores. O valor exato não foi revelado, mas possibilitou à empresa ter R$ 200 milhões para aplicar.
Desde então, inspirada pelo movimento da americana Coinbase, a 2TM começou a estudar o processo de abertura de capital.
Ao mesmo tempo, o mercado de criptomoedas explodiu no Brasil e no mundo e chegou à maturidade institucional.
“Negociamos mais de R$ 25 bilhões até maio. Em toda nossa história, até dezembro de 2020 tinha sido R$ 20 bilhões”, disse Gustavo.
O executivo acredita que estamos vivendo um processo sem volta no qual todos os grandes bancos vão explorar serviços com criptomoedas dentro de algum modelo de negócios.
Com a preparação para o IPO, começaram as conversas com os fundos. E então o namoro com o Softbank:
“A gente conseguiu mostrar para o Softbank nossa tecnologia blockchain e experiência regulatória na construção da ponte entre o mercado tradicional e essa nova economia que temos desenhado desde 2019”, afirmou Gustavo.
Assim também, o IPO perdeu por hora a relevância. “Era uma alternativa para levantar capital. Em outro momento, isso pode mudar”.
Desafios e futuro
Sobre os desafios, como a crescente competição internacional, o executivo diz que a empresa está preparada para competir de acordo com as regras do jogo e acredita que estar de fora das regras não é algo sustentável no longo prazo.
Gustavo comentou também que os problemas com os bancos, sobretudo o constante fechamento de contas, se tornaram coisa do passado.
“A gente já não enfrenta mais esses problemas. Conseguimos construir um compliance muito robusto de KYC a AML. Criar o MeuBank, por exemplo, não foi reativo, mas sim uma estratégia que já atingiu R$ 3 bilhões de volume transacionado”.
Segundo os fundadores, a empresa está chegando aos 500 funcionários e planeja ter a 700 até o final do ano.
“Tivemos que criar um modelo novo, do nada, e temos orgulho do construímos. Como pessoas e como empreendedores, estamos muito contentes”, disseram.