Imagem da matéria: Manhã Cripto: Silvergate derruba mercado e Bitcoin (BTC) recua mais de 4%; CVM diz que não vai regular staking e BC libera compras via WhatsApp
(Foto: Shutterstock)

O mercado de criptomoedas vai na contramão das bolsas globais nesta sexta-feira (3), com investidores preocupados com a derrocada do Silvergate Capital, banco com foco em ativos digitais que entrou no radar de reguladores americanos.  

Apesar do cenário de juros mais altos e inflação acelerada, investidores de renda variável aproveitam para comprar ações em meio à queda do dólar. 

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O Bitcoin (BTCopera no menor nível em duas semanas e perde 4,5% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 22.394,04, segundo dados do Coingecko. Em reais, o BTC registra baixa de 3,7%, negociado a R$ 117.690,06, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

Em meio ao nervosismo, as exchanges liquidaram posições compradas em futuros de Bitcoin no valor de mais de US$ 62 milhões durante a madrugada, a maior quantia desde agosto, de acordo com dados da Glassnode.  

O Ethereum (ETH), segunda maior criptomoeda, recua 4,6%, para US$ 1.569,26.  

A tão esperada atualização Shanghai do Ethereum, que permitirá resgatar ETHs travados na blockchain, deve ocorrer nas duas primeiras semanas de abril, segundo decidido por desenvolvedores da rede em teleconferência na quinta-feira (2), informou o Decrypt

A equipe do MB Research detalhou tudo o que você precisa saber sobre a próxima grande atualização do Ethereum em estudo publicado pelo Portal do Bitcoin

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Altcoins também são negociadas com perdas nesta sexta-feira, entre elas BNB (-2,4%), XRP (-3%), Cardano (-3,9%), Dogecoin (-5,9%), Polygon (-3,1%); Solana (-3,8%), Polkadot (-5%), Shiba Inu (-4,9%) e Avalanche (-5,3%). 

Crise do Silvergate 

Os problemas do Silvergate Capital se aprofundaram na quinta-feira (2), um dia depois que o banco levantou dúvidas sobre sua sobrevivência no mercado. Investidores e parceiros de negócios se apressaram em reduzir sua exposição ao banco, e a ação do Silvergate despencou 58%, na maior queda de todos os tempos, mostram dados da Bloomberg

Enquanto isso, Coinbase Global, Galaxy Digital, Paxos Trust e outras empresas de cripto decidiram parar de aceitar ou iniciar pagamentos por meio do Silvergate. O êxodo ameaça a principal fonte de depósitos do banco e uma plataforma para participantes cripto transferirem dinheiro. 

“O Silvergate é um dos principais provedores de serviços bancários em dólares americanos para a indústria cripto”, disse à Bloomberg John Toro, chefe de negociação da exchange de ativos digitais Independent Reserve. “Qualquer preocupação com a liquidez terá um impacto direto nas condições do mercado e pode afetar o acesso e a disponibilidade de alguns fundos de clientes.” 

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De qualquer forma, André Franco, chefe de pesquisa do MB, destacou em entrevista ao Money Times que o “mercado está bem calejado” depois de 2022. 

“Dado o que aconteceu em 2022 com Luna e FTX, esse é o menor dos problemas. O Silvergate faz integração com várias corretoras, mas todas em solo americano. Olhando para o volume negociado fora dos EUA, ainda é bastante relevante”, explica. 

Pressão da SEC 

O Silvergate revelou ainda que pode ser investigado por reguladores nos EUA, que têm aumentado a pressão sobre a indústria cripto. 

O presidente da SEC, Gary Gensler, voltou a apertar o cerco contra gestores de ativos sobre o uso de análise preditiva de dados e como eles trabalham com empresas de ativos digitais, de acordo com a Bloomberg. Gensler disse na quinta-feira que as tecnologias de dados preditivos podem criar “conflitos inerentes” de interesses relacionados ao dever que os consultores de investimentos têm para com seus clientes 

A investida regulatória da SEC se intensificou após a quebra da exchange cripto FTX. Na quinta-feira, a nova gestão da empresa revelou que o rombo de fundos soma US$ 8,9 bilhões, segundo o Wall Street Journal

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Nos EUA, senadores também acusaram a Binance de ser “ninho de atividades financeiras ilegais” e deputados da Câmara anunciaram planos para criar um marco para os criptoativos. 

BC libera compras via WhatsApp

O Banco Central (BC) autorizou o pagamento de pessoas para lojistas, o chamado (P2M) por meio do WhatsApp, dois anos após liberar as transferências entre pessoas físicas, segundo o Valor. A expectativa do mercado é que o serviço da Meta, dona do Facebook, possa fazer frente ao PIX, que domina o segmento.

Em comunicado na noite de quinta-feira, o BC infornou que decidiu a “cessação completa das medidas coercitivas” que vinham sendo aplicadas à Mastercard e à Visa para pagamentos de compras e serviços pelo sistema Facebook Pay, usado pelo aplicativo.

“Dessa forma, não há mais impedimentos regulatórios para a realização de transações de compra com cartão de crédito, de débito e pré-pago por meio do WhatsApp (P2M). Essa nova funcionalidade se junta à realização de transferências de recursos entre usuários desse aplicativo, autorizada em março de 2021 (P2P)”, disse a autoridade monetária.

Entre os emissores de cartões que estudam oferecer a solução estão nomes como Itaú, Santander, Nubank, Inter e BTG Pactual, segundo o jornal.

Regulação no Brasil 

No Brasil, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, afirmou na quinta-feira (2) que o decreto do Executivo que complementa o marco legal das criptomoedas deve sair nos próximos dias e trará algum dispositivo sobre a competência da autarquia para regular ativos digitais que sejam valores mobiliários, de acordo com o Valor, enquanto a regulação do mercado mais amplo deverá ficar a cargo do Banco Central.

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Mas Nascimento disse que, no momento, a autarquia não pretende regular serviços de staking, a chamada renda passiva com criptomoedas, oferecidos por exchanges e empresas de criptoativos no Brasil. 

O presidente da CVM destacou que o foco inicial é em ativos tokenizados que podem ser enquadrados como valores mobiliários. 

Outros destaques das criptomoedas  

A startup mexicana Ridian desembarcou no Brasil após captar US$ 6,2 milhões no ano passado em uma rodada inicial que contou com a participação da também mexicana Bitso, além da Coinbase, a maior corretora dos EUA, entre outros fundos de venture capital, de acordo com o InfoMoney.

O foco da Ridian é a oferta de estratégias de investimento automatizadas com a ajuda de algoritmos. A empresa também vai oferecer uma plataforma de acesso gratuito que conecta várias exchanges, como Binance, Bitso, Crypto.com e OKX. Ao Cointelegraph, a Ridian disse que dar suporte ao MB está nos planos. 

O BizHub, ecossistema de inovação da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, fechou uma parceria com a blockchain brasileira de primeira camada Hathor para criar uma plataforma de infraestrutura de tokenização, segundo o Valor Econômico. O objetivo é vender essa solução a empresas que queiram tokenizar ativos para captar recursos de maneira mais barata e menos burocrática. 

A Marathon Digital, uma das maiores mineradoras de BTC de capital aberto, vendeu 650 bitcoins dos 683 minerados em fevereiro. A empresa disse que as vendas tiveram como objetivo ajudar a pagar despesas operacionais, além de fins corporativos gerais, de acordo com comunicado. A Marathon havia vendido 1.500 bitcoins em janeiro, o que marcou a primeira venda de BTCs das reservas da mineradora, conforme o CoinDesk

Enquanto isso, a mineradora Riot Platforms disse que vai adiar a divulgação de seu balanço anual para corrigir informações relativas a algumas demonstrações financeiras trimestrais de 2022 e 2021, de acordo com a Reuters. A empresa minerou 5.554 bitcoins no ano passado, um aumento de 46% frente a 2021, além de ter triplicado a taxa de hash. 

Ainda em mineração, reportagem da Reuters também cita um relatório segundo o qual empresas de petróleo e gás dos EUA estariam desviando gás natural para operações de mineração de Bitcoin sem pagar royalties federais. 

Uma agressiva estratégia nacional de segurança cibernética do governo Biden pode transferir a culpa de empresas que foram invadidas por hackers para fabricantes de software e de dispositivos, plano que pode entrar em rota de colisão com gigantes de tecnologia, de acordo com a Bloomberg.

A estratégia de 35 páginas, compartilhada antecipadamente com um grupo de repórteres, afirma que fabricantes de software devem ser “responsáveis quando não cumprirem o dever de cuidado devido a consumidores, empresas ou provedores de infraestrutura crítica”. 

O volume de vendas de tokens não fungíveis (NFTs) disparou em fevereiro para o maior nível desde o colapso do ecossistema Terra em maio de 2022, de acordo com dados da DappRadar citados pelo Decrypt. As negociações totalizaram US$ 2,04 bilhões no mês passado, um aumento de 117% em relação aos US$ 941 milhões em janeiro. A expansão, porém, parece ter sido puxada inteiramente por uma única fonte: Blur, o novo marketplace de NFTs cujo volume de negociação superou o do Opensea. 

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