Investidores de criptomoedas vão às compras nesta quarta-feira (11) em meio à maior demanda por ações nas bolsas globais. O otimismo dos mercados ainda é embalado pela reabertura da economia chinesa e expectativa de desaceleração da inflação nos EUA.
O Bitcoin (BTC) sobe 1,4% nas últimas 24 horas, para US$ 17.450,18. Em reais, o BTC mostra pouca variação, cotado a R$ 91.474,83, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) também anda de lado, negociado a US$ 1.335,82, segundo dados do Coingecko.
As altcoins mais negociadas operam no azul ou com estabilidade, entre elas BNB (+1,2%), XRP (+4,2%), Cardano (+0,1%), Dogecoin (+1,6%), Polygon (+1,7%), Solana (+1%), Polkadot (-0,1%), Shiba Inu (+2,5%) e Avalanche (+1,6%).
Após uma espera de dois anos, o token nativo da Flare Network, um protocolo cripto cujo objetivo é aumentar a interoperabilidade entre blockchains, finalmente chegou ao mercado para detentores da XRP. Mas, depois do salto de 200% no lançamento, a cripto deu um mergulho de 74% em questão de horas, de acordo com o CoinDesk.
Bitcoin hoje
A quebra da exchange FTX continua reverberando na indústria cripto, com mais anúncios de demissões, sendo as mais recentes na Coinbase e ConSensys. Mas investidores de criptoativos parecem estar reagindo mais ao cenário macro nos últimos dias.
Amanhã (12) sai o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA relativo a dezembro, relatório que será acompanhado de perto pelo mercado e pelo banco central americano.
Na terça-feira (10), o presidente do Fed, Jerome Powell, não quis comentar sobre os próximos passos da política monetária em evento em Estocolmo, mas destacou que “restaurar a estabilidade de preços quando a inflação está alta pode exigir medidas que não são populares no curto prazo, à medida que elevamos as taxas para desacelerar a economia”.
Ainda assim, economistas e investidores esperam preços mais baixos e um alívio do aperto monetário nos EUA, o que tem impulsionado ações e também as criptomoedas, principalmente as altcoins, cujo rali tem superado o desempenho do Bitcoin.
Aposta na MicroStrategy
Mesmo o pequeno salto da maior criptomoeda dá fôlego à ação da MicroStrategy, que tem cerca de 132.500 BTC na carteira. O papel da empresa mostra alta de 30% em janeiro, aponta o CoinDesk.
Aliás, a Group One Trading, de Chicago, informou à SEC, a CVM dos EUA, que possui quase 1,3 milhão de ações da MicroStrategy, o que equivale a 13,5% do capital da empresa. A participação da formadora de mercado é avaliada em cerca de US$ 237 milhões ao preço atual de US$ 188 por ação.
Stablecoins na mira
A corretora Crypto.com não vai mais oferecer a negociação de Tether (USDT), maior stablecoin do mundo por capitalização de mercado, a clientes do Canadá. “A Crypto.com retirou a USDT para usuários no Canadá de acordo com as instruções da Comissão de Valores Mobiliários de Ontário (OSC), como parte de nosso compromisso de pré-registro para uma licença de revendedor restrita”, disse um porta-voz da Crypto.com ao Decrypt.
Enquanto isso, a Binance, maior exchange cripto do mundo, admitiu falhas em seu sistema que deixaram as reservas de sua stablecoin Binance-peg BUSD com um rombo de pelo menos US$ 1 bilhão em garantias. Esse problema ocorreu pelo menos três vezes entre 2020 e 2021, segundo analistas.
“O processo de manutenção da paridade (‘peg’) envolve muitas equipes e nem sempre foi perfeito, o que pode ter resultado em atrasos operacionais no passado”, disse um porta-voz da Binance à Bloomberg.
A corretora disse que, desde então, o processo que garante a paridade foi melhorado e as falhas deixaram de acontecer.
Guerra entre Gemini e Genesis
Os gêmeos Winklevoss, que comandam a corretora Gemini, estão perdendo a paciência com a Genesis, a plataforma de empréstimos de criptomoedas que interrompeu os saques em novembro, afetando diretamente os clientes da Gemini que usam o programa de renda passiva Earn. Em meio ao bloqueio de saques, a Gemini decidiu encerrar a parceria com a Genesis e também o programa Earn.
Em carta aberta publicada na terça-feira (10) no Twitter, Cameron Winklevoss subiu o tom ao exigir a demissão de Barry Silbert como CEO do Digital Currency Group (DCG), holding que controla a Genesis.
Em carta aos acionistas, Silbert defendeu as decisões da companhia e criticou a campanha promovida pelos donos da Gemini contra o grupo.
Segundo ele, as críticas de Winklevoss são “ataques maliciosos” e difamação. Silbert afirmou que a declaração da Gemini era “outro golpe publicitário desesperado e não construtivo” e que a empresa estava “preservando todos os recursos legais em resposta a esses ataques maliciosos, falsos e difamatórios”.
A SEC também está investigando a Genesis Global Capital por possíveis violações das regras de valores mobiliários e contábeis, de acordo com o Wall Street Journal, que cita pessoas a par do assunto.
“Embora não comentemos sobre questões legais ou regulatórias específicas, a Genesis mantém um diálogo regular e coopera com os reguladores e autoridades relevantes quando recebe consultas”, disse uma porta-voz da Genesis.
Venda de ativos da Voyager
Outra plataforma de crédito cripto que entrou em colapso, a Voyager Digital, recebeu aprovação inicial de um tribunal na terça-feira para uma proposta de venda de seus ativos para a Binance.US por US$ 1 bilhão, informou a Reuters. A empresa agora quer agilizar uma revisão de segurança nacional dos EUA sobre o acordo.
O juiz de falências dos EUA, Michael Wiles, em Nova York, permitiu que a Voyager firmasse um contrato de compra de ativos pelo braço da Binance nos EUA e solicitasse votos dos credores sobre a venda, que não se tornará final até uma futura audiência no tribunal.
Enquanto isso, o investidor Mark Cuban foi intimado a depor em um tribunal para explicar por que fez promoção da Voyager em um processo movido por clientes.
Perdas da Binance
Em meio às dúvidas sobre sua saúde financeira, clientes da Binance sacaram aproximadamente US$ 12 bilhões em criptomoedas, o que equivale a um quarto do total de ativos que a corretora possuía sob controle antes do colapso da concorrente FTX. As informações são da Forbes e se baseiam em dados on-chain da empresa de análise cripto DefiLlama.
Em novembro do ano passado, quando a FTX pediu recuperação judicial, investidores brasileiros dobraram o volume de liquidações da criptomoeda BNB Chain (BNB) da Binance, de acordo com o InfoMoney.
Segundo dados da Receita Federal, investidores declararam ganhos de capital de R$ 10,8 milhões, quase o dobro do volume registrado nos dois meses anteriores. Em setembro e outubro, contribuintes informaram R$ 5,8 milhões e R$ 5,6 milhões de ganhos de capital em BNB, respectivamente.
E em uma live realizada na noite de segunda-feira (9), Antonio Neto Ais, fundador da Braiscompany, afirmou que os atrasos nos pagamentos a clientes da empresa são culpa da Binance. Segundo o empresário, a corretora tem colocado travas em saques e liquidações da empresa, conforme reportagem do Portal do Bitcoin.
Demissões na Coinbase e ConSensys
Diante do longo inverno cripto, a exchange de criptomoedas Coinbase, a segunda maior do mundo, anunciou novas demissões de funcionários, citando como motivo “as condições de mercado que afetam a criptoeconomia”.
Em um registro feito junto à SEC, a corretora disse que essa reestruturação vai reduzir o número de funcionários da empresa em aproximadamente 950. O custo para fazer isso, contabilizando os pacotes de indenização, pode chegar a US$ 163 milhões.
Além disso, o irmão de um ex-gerente da Coinbase foi condenado a 10 meses de prisão no primeiro caso de uso de informações privilegiadas da indústria cripto.
Quem também anunciou demissões foi a ConsenSys, desenvolvedora da carteira cripto MetaMask, que planeja cortar 100 funcionários ou mais, disse uma pessoa a par do assunto ao CoinDesk.
Outros destaques das criptomoedas
Gisele Bündchen, seu ex-marido e jogador de futebol americano Tom Brady, e o bilionário Robert Kraft, dono do New England Patriots, estão entre os investidores que devem ter prejuízo com suas ações da FTX, de acordo com a Bloomberg. Brady, que ajudou a promover a corretora, possui mais de 1,1 milhão de ações ordinárias da FTX Trading, mostram documentos do processo de recuperação judicial do grupo. Bündchen tem mais de 680 mil ações da mesma entidade.
Investimentos de empresas de venture capital no setor de criptoativos caíram para o nível mais baixo em quase dois anos no quarto trimestre de 2022, segundo dados da empresa de pesquisa PitchBook publicados pela Bloomberg. No total, US$ 2,3 bilhões foram investidos em startups cripto durante o trimestre, uma queda de 75% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Twitter avança no desenvolvimento de uma nova ferramenta que permitirá a usuários dar “Awards” (prêmios) uns aos outros usando “Coins”, que podem ser compradas com moeda fiduciária, segundo o Decrypt. De acordo com a pesquisadora de segurança e mineradora de dados Jane Manchun Wong, o Twitter prepara uma interface de compra e uma opção no menu para as chamadas “Coins” e pretende usar a Stripe para processar pagamentos em moeda fiduciária. Mas a ferramenta não indica de forma explícita que as “Coins” teriam relação com criptomoedas, destaca Wong.
A celebridade da Internet Logan Paul pediu desculpas e desistiu de processar o youtuber CoffeeZilla, que o havia acusado de lançar um projeto de jogo NFT com todas as características de um golpe no estilo rug pull, no qual os desenvolvedores de um projeto vendem sua criação como algo legítimo para persuadir investidores a comprarem seus tokens ou NFTs, mas sem entregar o que é prometido.
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