Homem mostra os bolsos vazios
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O mercado de criptomoedas opera com poucas oscilações nesta sexta-feira (20), aparentemente já tendo precificado a recuperação judicial de mais uma empresa do setor, a Genesis. Investidores globais de ações também fazem uma pausa em uma semana marcada por perdas, motivadas por alertas de aperto monetário. 

O Bitcoin (BTC) mostra pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 20.950,39. Em reais, o BTC também opera estável, negociado a R$ 108.924,32, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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O Ethereum (ETH) acordou com mais força e sobe 1,5%, para US$ 1.522,03, segundo dados do Coingecko.  

As altcoins são negociadas entre perdas e ganhos, entre elas BNB (-1,2%), XRP (+1,2%), Cardano (+1%), Dogecoin (-0,4%), Polygon (-0,2%), Solana (-1%), Polkadot (+0,5%), Shiba Inu (+2,2%) e Avalanche (-0,6%).  

Recuperação judicial da Genesis  

Como já era esperado, a plataforma de crédito cripto Genesis Global Capital, entrou com pedido de proteção contra credores sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, depois de ser atingida por dois dos maiores colapsos da indústria em 2022, informou o portal de notícias CoinDesk. 

O pedido de recuperação judicial engloba a holding Genesis Global Holdco e suas subsidiárias Genesis Asia Pacific e Genesis Global Capital, todas sob o guarda-chuva do conglomerado cripto Digital Currency Group (DCG), que também é dono do CoinDesk e da empresa de investimentos Grayscale.  

Em seu registro, a Genesis, parceira do extinto programa de renda passiva Earn da corretora cripto Gemini, estimou mais de 100 mil credores e entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em passivos, bem como ativos. As duas outras entidades estimaram seus ativos e passivos na faixa de US$ 100 milhões e US$ 500 milhões, respectivamente. 

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Em tuíte publicado minutos depois do anúncio da recuperação judicial da Genesis na quinta-feira (19), o diretor-presidente da Gemini, Cameron Winklevoss, ameaçou processar o dono do DCG, Barry Silbert, referente aos US$ 900 milhões do programa Earn que estão bloqueados desde a suspensão dos resgates pela Genesis em novembro. 

Winklevoss classificou o pedido de recuperação judicial da Genesis como um “passo crucial” para recuperar os ativos dos usuários da Gemini. Ainda assim, ameaçou processar o DCG e seu dono, a menos que Silbert faça uma “oferta justa” aos credores. 

“Estamos nos preparando para tomar medidas legais diretas contra Barry, DCG e outros que compartilham a responsabilidade pela fraude que causou danos aos mais de 340 mil usuários do Earn e outros enganados pela Genesis e seus cúmplices”, escreveu Winklevoss. 

Credores da Genesis 

A Gemini, a gigante de trading Cumberland, Mirana, MoonAlpha Finance e o New Finance Income Fund, da VanEck, estão entre os 50 maiores credores da Genesis, de acordo com a documentação do processo apresentada na quinta-feira. No total, a Genesis Global Holdco deve mais de US$ 3,5 bilhões a credores. 

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A disputa com a Genesis parece ter abalado a confiança de traders na Gemini. Dados on-chain da CryptoQuant mostram que as transferências de Bitcoin de outras corretoras para a exchange caíram para o menor nível em seis anos. 

Venda do CoinDesk 

Com seu controlador mergulhado em uma crise, o CoinDesk já atrai interessados, como Charles Hoskinson, cofundador da blockchain Cardano. Sua ideia seria reformular o portal de notícias em um mix de provedor de conteúdo e espaço de interação da comunidade. 

Na quarta-feira (18), Kevin Worth, CEO do CoinDesk, confirmou que estuda uma venda total ou parcial da empresa e atualmente trabalha com a consultoria Lazard para a avaliar as melhores opções. 

Hoskinson, que também é um dos cofundadores da Ethereum, disse em vídeo postado no Twitter que foi informado de que o site estaria à venda por cerca de US$ 200 milhões, mas que não viu as finanças do CoinDesk. 

“Por US$ 200 milhões, acredito que seja um pouco caro”, disse. “Eu poderia pagar se realmente quisesse.” 

Retorno da FTX? 

FTT, token nativo da exchange FTX, agora em recuperação judicial, chegou a dar um salto de 32% na quinta-feira (19) depois que o novo CEO do grupo, John J. Ray III, afirmou que estuda retomar as operações da corretora fundada por Sam Bankman-Fried (SBF). 

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Ray, que ainda busca identificar e recuperar os ativos da FTX desaparecidos, encarregou uma equipe de explorar a possibilidade de reativar o braço internacional da empresa, segundo reportagem do Wall Street Journal. 

“Existem partes interessadas, com as quais estamos trabalhando, que identificaram um negócio viável”, disse Ray. 

Audiência da FTX 

Nesta sexta, as atenções se voltam para mais uma audiência do processo de recuperação judicial da FTX, a ser realizada em um tribunal em Nova York. 

O escritório de advocacia da nova gestão da FTX, Sullivan & Cromwell, deve ser alvo de escrutínio em meio a questionamentos de potencial conflito de interesses. O diretor jurídico da nova FTX, Rybe Miller, trabalhou para a Sullivan & Cromwell entre janeiro de 2019 e julho de 2021. Além disso, o escritório assessorou a FTX em pelo menos 20 assuntos antes da recuperação judicial, segundo documentos judiciais. 

Bankman-Fried também questionou o papel da Sullivan & Cromwell, dizendo que às vezes trabalhava do escritório da empresa quando estava em Nova York. 

Ameaça contra Bankman-Fried 

SBF, que se encontra em prisão domiciliar, tenta impedir que os nomes das outras pessoas que assinaram sua fiança de US$ 250 milhões sejam revelados, segundo ele, por motivos de segurança. Por enquanto, a única informação disponível é que os pais de SBF estão entre os fiadores. 

Recentemente, três homens em um carro tentaram romper a barricada de metal do lado de fora da casa dos pais de Bankman-Fried, de acordo com documentos judiciais apresentados por seus advogados e publicados pela Bloomberg. 

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“Quando o segurança de plantão os confrontou, os homens disseram algo como: ‘Vocês não vão conseguir nos impedir de entrar’”, escreveram os advogados. Eles foram embora antes que o segurança pudesse anotar a placa do carro, disseram. 

Processos contra Braiscompany 

No Brasil, investidores de criptomoedas também lidam com problemas como saques bloqueados e golpes.  

A Braiscompany, cujos clientes de seu serviço de “locação de criptativos” não recebem pagamentos dos rendimentos desde o fim de dezembro, já é alvo de ações na Justiça, segundo reportagem do InfoMoney. 

Pelos menos dois processos foram abertos nesta semana no judiciário da Paraíba, sede da empresa. Os investidores pedem a devolução do dinheiro não recebido e a anulação de uma multa de 30% aplicada pela empresa aos que decidem retirar o dinheiro. 

Mesmo com a crise batendo à porta da Braiscompany, o deputado federal da Paraíba Julian Lemos (União Brasil) decidiu apoiar a empresa e seu fundador, Antonio Ais, em mensagem no Instagram. 

“Nem todas as tempestades vêm para destruir, algumas vêm apenas para limpar o caminho e, depois delas, o sol brilha muito ‘mAis’”, escreveu com uma foto ao lado de Ais e com as maiúsculas em referência ao sobrenome do fundador da Braiscompany. 

Outros destaques  

Nos EUA, a Nexo Capital vai pagar US$ 45 milhões em multas para arquivar acusações de reguladores de que a empresa violou as regras ao não registrar seu produto de empréstimo de criptoativos, informou na quinta-feira (19) a SEC. A Nexo concordou em pagar uma multa de US$ 22,5 milhões à agência de valores mobiliários americana e outros US$ 22,5 milhões a reguladores estaduais referentes à oferta de seu Earn Interest Product para investidores americanos.  

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quer inovar e criar competição com o real digital, informou o Valor Econômico. Em palestra na quinta-feira (19) para a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Campos Neto afirmou que o novo sistema monetário vai facilitar a internacionalização do real e reduzir o uso de recursos em espécie. Sobre o Pix, Campos disse o BC que está “abrindo os protocolos” para países que quiserem copiar o código brasileiro. 

Na China, o governo habilitou a funcionalidade de contrato inteligente para o yuan digital por meio do aplicativo de comércio eletrônico Meituan, um dos maiores apps de entrega de alimentos do país. A China está na vanguarda do desenvolvimento de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) entre os principais países, pois começou a testar sua moeda virtual já em 2020, conforme o CoinDesk

No Brasil, a Coinext se prepara para lançar uma gestora de ativos com foco em um novo fundo de investimento baseado em criptoativos, anunciou o CEO da corretora de criptomoedas, José Artur Ribeiro, durante coletiva na quinta-feira. 

A nova gestora será uma unidade apartada administrativamente da corretora e está em processo de registro e regulamentação junto aos órgãos reguladores do mercado, como a CVM e o Banco Central. A expectativa é que a gestora receba sinal verde para operar ainda no primeiro semestre de 2023. 

A Binance, maior exchange cripto do mundo, registrou aumento de 15% na base de clientes institucionais ativos no Brasil no quarto trimestre de 2022, segundo relatório compartilhado pela Folha de S. Paulo. A empresa não divulgou o tamanho da base de clientes. O relatório global da companhia referente a 2022 indica crescimento de 65% entre clientes institucionais, com expansão em negócios de alta renda. 

O MZ Web3 Fund, um fundo de capital de risco liderado pelo empresário Yusaku Maezawa, um dos homens mais ricos do Japão, investiu US$ 500 mil na startup brasileira WEB3DEV em uma rodada de capital-semente, conforme o InfoMoney. A empresa espera captar US$ 1,5 milhão. Esse é o primeiro aporte do fundo japonês em uma empresa nacional. A MZ aposta em projetos focados na web3, metaverso, games em blockchain e tokens não fungíveis (NFTs). 

Já a BAYZ, empresa brasileira especializada em games Web3demitiu 80% dos funcionários neste mês de janeiro. As informações foram repassadas por pessoas afetadas pelos cortes ao Portal do Bitcoin. Segundo um ex-funcionário, que falou sob condição de anonimato, o quadro da empresa encolheu de 85 empregados para algo entre 10 e 15.  

Em comunicado pelo aplicativo Slack, o cofundador da BAYZ, João Borges, disse aos funcionários que o atual ciclo baixista do mercado e o colapso da FTX levaram várias empresas parceiras a suspender ações de marketing. 

Em um desafio à MetaMask, aplataforma de negociação Robinhood lançou o Robinhood Wallet, um aplicativo para smartphone que permite aos usuários trocar e transferir cripto e visualizar NFTs, informou o Decrypt. O app está sendo implementado lentamente para mais de 1 milhão de usuários em lista de espera por meio de um código de acesso, de acordo com a Robinhood. 

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