Investidor olha para tela
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As maiores criptomoedas operam em direção oposta aos principais índices acionários na manhã desta terça-feira (21), primeiro dia da reunião de política monetária do banco central dos EUA.

Investidores de renda variável amanheceram mais calmos com a perspectiva de que a crise bancária pode ser contida, enquanto traders de cripto tentam adivinhar os próximos passos do Bitcoin. 

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BTC registra baixa de 1,8% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 27.901,05, segundo dados do Coingecko.  

Em reais, a maior criptomoeda recua 2%, para R$ 145.663,05, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

O Ethereum (ETH), segundo maior token, tem desvalorização de 2,5%, cotado a US$ 1.753,46. 

Investidores cripto ficam de olho no processo aberto pela nova gestão da FTX contra a FTX Digital Markets, seu braço nas Bahamas, sob a alegação de que a afiliada não tem direitos sobre as criptomoedas, propriedade intelectual e relações com clientes do grupo. 

No mercado brasileiro, o destaque fica para o lançamento de produtos da Coinbase, com um aplicativo em português e a compra ou venda de tokens por meio do PIX. 

E a startup WEB3DEV vai oferecer um curso gratuito no Brasil com o objetivo de formar desenvolvedores aptos a programar na blockchain da Solana. O lançamento do projeto Build acontece na sexta-feira (24). 

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SOL, token nativo da Solana, está entre as principais baixas nesta manhã e perde 5,8% nas últimas 24 horas.  

As altcoins mais negociadas também operam no vermelho, entre elas BNB (-1%), Cardano (-1,7%), Polygon (-5,1%), Dogecoin (-3,7%), Polkadot (-5,5%), Shiba Inu (-3,2%) e Avalanche (-4,3%).  

XRP por enquanto vai na contramão e sobe 1,5%. A Ripple, emissora da XPR, trava uma disputa com a SEC, a CVM dos EUA, para provar que o token não configura um valor mobiliário. Hester Peirce, comissária da SEC, está preocupada com a agenda da agência que, para ela, está querendo fazer muita coisa ao mesmo tempo. 

Bitcoin hoje 

Com a crise de bancos nos EUA e a venda do Credit Suisse para o UBS, o Bitcoin passou a ser visto como refúgio para alguns investidores. 

Pesquisa da provedora de serviços cripto Matrixport aponta que compradores nos EUA lideram essa tendência.  

“Desde o mergulho em 10 de março, o Bitcoin subiu mais de 44%. Mais de 31% do rali foi impulsionado durante o horário de negociação dos EUA, um indicador de que os americanos estão comprando bitcoins com as duas mãos”, disse o chefe de pesquisa e estratégia da Matrixport, Markus Thielenem, em nota aos clientes, acrescentando que o estresse no setor bancário não acabou. 

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Alguns analistas ouvidos pela Reuters fazem uma ressalva sobre a narrativa do Bitcoin como porto seguro no recente rali. 

O rápido aumento dos preços forçou alguns investidores com posições vendidas, ou seja, que esperavam lucrar com a baixa, a reduzir suas apostas e comprar moedas de volta. Dados da Coinglass mostram que traders liquidaram US$ 300 milhões em posições cripto na segunda-feira (20), com a maior parte desse total – US$ 178,5 milhões – em posições vendidas. 

Outro dado que chama a atenção são os fluxos de produtos de investimento em ativos digitais, que registraram saídas pela sexta semana seguida. Produtos com foco em Bitcoin puxaram a tendência negativa, com saques de US$ 113 milhões na semana encerrada em 17 de março, segundo relatório da CoinShares. 

Com base em uma análise gráfica, o trader veterano Peter Brandt recomenda apostar na queda do Bitcoin que, segundo ele, deve passar por uma correção. 

Análise da equipe do MB Researchdivulgada pelo Portal do Bitcoin destaca que o BTC passa por um momento de make or break, “já que superar a barreira dos 48% pode significar um crescimento acelerado da mesma, como o que vimos em 2018. Por outro lado, se a dominância sofrer mais uma rejeição nesta zona, o mais provável seria uma rápida valorização de altcoins”. 

Reunião do Fed 

Outro fator importante para o rumo do Bitcoin é a decisão dos juros nos EUA, que será divulgada pelo Federal Reserve amanhã (22). 

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Economistas estão divididos entre um aumento de 0,25 ponto percentual da taxa básica, diante da inflação ainda alta, ou de uma pausa no aperto monetário, devido à crise bancária. 

O investidor Bill Ackman, da Pershing Square, foi ao Twitter para dizer que o banco central americano não deveria elevar os juros, pois a crise bancária já tem o efeito de um “aperto significativo das condições financeiras”. 

Em resposta ao post de Ackman, Elon Musk, dono da Tesla e do Twitter, foi ainda mais longe e disse que o Fed deveria reduzir os juros com vontade, em pelo menos 0,5 ponto percentual. 

Crise dos bancos            

Autoridades dos EUA estudam maneiras de expandir temporariamente a cobertura da agência FDIC, que supervisiona o setor bancário, para todos os depósitos, medida buscada por uma coalizão de bancos sob o argumento que a ação é necessária para evitar uma possível crise financeira, disseram fontes à Bloomberg. 

A equipe do Departamento do Tesouro analisa se os reguladores federais têm autoridade de emergência suficiente para garantir temporariamente depósitos superiores ao atual limite de US$ 250 mil na maioria das contas, sem o consentimento formal do Congresso, de acordo com pessoas com conhecimento das conversas. 

As autoridades ainda não consideram que tal ação seja necessária, especialmente depois que os reguladores tomaram medidas para ajudar os bancos a atender a qualquer demanda por saques, disseram as pessoas, que falaram sob anonimato. 

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Falência do Signature Bank 

Marc Cohodes, um investidor veterano que lucra com estratégias vendidas, ficou conhecido por levantar bandeiras vermelhas sobre a FTX e o Silvergate, outro banco focado em cripto que fechou este mês. 

Uma carta de Cohodes vista pelo Financial Times mostrou que o investidor também alertou a FDIC sobre o colapso do Signature Bank já em meados de janeiro, dizendo que o banco não tinha controles básicos de risco. 

Segundo a carta, em abril de 2020, o Signature concedeu um empréstimo de assistência na pandemia de US$ 370 mil para a Alameda Research, o braço de trading da FTX. 

“O SBNY desempenhou um papel central como facilitador, mesmo que involuntariamente, para inúmeras transações ilegais de criptomoedas”, escreveu Cohodes na carta. 

A FDIC não quis comentar. 

Coinbase encerra parceria com Signature 

Diante da falência do Signature, a Coinbase disse aos clientes na segunda-feira (20) que não vai mais oferecer suporte à rede de pagamentos em tempo real do banco, conhecida como Signet, até novo aviso, de acordo com o Wall Street Journal

Nesta terça, a Suprema Corte dos EUA vai ouvir argumentos em seu primeiro caso relacionado à indústria cripto, quando os advogados da Coinbase tentarão convencer os nove juízes a suspender duas ações coletivas contra a maior exchange cripto americana. 

A Coinbase tem adotado uma postura crítica em relação à pressão regulatória dos EUA. 

Em entrevista ao Valor para comentar a estreia oficial no mercado brasileiro, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, disse que a corretora será beneficiada apesar dos obstáculos, porque ficará claro seu investimento em segurança e conformidade. 

“Os EUA têm sido um tanto lentos para criar clareza regulatória. Vemos que locais como Brasil, Hong Kong, Singapura e Reino Unido tiveram mais progresso. Isso nos leva a fazer investimentos em mercados como o brasileiro”, afirmou o executivo. 

Outros destaques das criptomoedas   

O real digital e outras moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) podem movimentar US$ 213 bilhões por ano até 2030, segundo pesquisa da Juniper Research, publicada pelo Valor. O estudo destaca que há imensa oportunidade para as CBDCs se tornarem uma forma convencional de pagamento de bens e serviços. 

Como o volume de negociação de tokens não fungíveis (NFTs) continuou a aumentar nos últimos quatro meses, também subiu a taxa de negociação do chamado “wash trading”, de acordo com um novo estudo do CoinGecko. A empresa informou que US$ 580 milhões em transações fraudulentas foram executadas nos seis principais mercados em fevereiro, um aumento de 126% em relação ao mês anterior. 

Polygon e Immutable se uniram para criar uma rede com foco em jogos Web3 alimentados pela tecnologia zkEVM. A “aliança estratégica” tem como objetivo colaborar no desenvolvimento da Immutable zkEVM, uma nova rede de escalabilidade no Ethereum que vai emparelhar a tecnologia Polygon zkEVM, a ser lançada em breve, com a plataforma Immutable projetada para jogos em blockchain, informou o Decrypt.

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