Imagem da matéria: Manhã cripto: Bitcoin cai para menor nível desde janeiro, Luna Foundation se movimenta para segurar token e Faraó cogita lançar candidatura
Foto: Shuttestcock

A onda vendedora nos mercados acionários globais continua a atingir as criptomoedas, levando o Bitcoin (BTC) para o menor nível desde janeiro. Nas últimas 24 horas, a maior criptomoeda mostra queda de 3,3%, cotada a US$ 33.485, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) opera em baixa de 4,4%, negociado a US$ 2.442. 

No Brasil, o Bitcoin recua 2,9%, para R$ 171.996, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

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O mercado de criptomoedas esteve movimentado no fim de semana, com US$ 112 bilhões negociados em um período de 24 horas, de acordo com o CoinMarketCap. A capitalização global das criptomoedas agora é de US$ 1,59 trilhão. 

Na Ásia, o Bitcoin chegou a cair para US$ 33.266, testando a mínima de janeiro de US$ 32.951. Se mergulhar abaixo desse nível, seria a menor cotação desde julho do ano passado, aponta a Reuters. 

“Acho que tudo em cripto ainda é classificado como ativo de risco e, semelhante ao que vimos com o Nasdaq, a maioria das criptomoedas está sendo atingida”, disse Matt Dibb, diretor de operações da plataforma de criptomoedas Stack Funds, com sede em Singapura. 

Correlação em debate 

Parte dos investidores que se preparam para mais turbulência à frente migram para os chamados fundos inversos, que oferecem a oportunidade de apostar na queda das ações ou índices. A atividade nesses fundos atingiu recentemente o nível mais alto da última década, de acordo com dados de Jason Goepfert, fundador da Sundial Capital Research. 

Em entrevista ao Portal do Bitcoin, André Franco, head de research do Mercado Bitcoin, diz que, apesar da extrema correlação do BTC com o mercado de risco no momento atual, a história mostra que a criptomoeda “é um ótimo diversificador em período mais longos”. 

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Já Luiza Peruffo, professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com especialização em política monetária internacional, afirma que a queda do BTC no contexto da alta de juros nos EUA “nos lembra que, na melhor das hipóteses, o Bitcoin é um ativo financeiro como qualquer outro” e que o sistema monetário e financeiro internacional ainda é centrado na moeda americana. 

As principais altcoins são negociadas em terreno negativo nesta segunda-feira como Binance Coin (-3,7%), XRP (-4,9%), Solana (-5,7%), Cardano (-7,8%), Dogecoin (-4,1%), Polkadot (-9,8%), Avalanche (-8%) e Shiba Inu (-9,4%), segundo dados do CoinGecko.   

Depois de despencar 10% no domingo (8), LUNA, o token nativo da blockchain Terra, perde 5,8% nas últimas 24 horas. A queda é puxada pelo receio de que a TerraUSD (UST), stablecoin da rede, possa perder o lastro com o dólar, o que chegou a ocorrer por um breve momento no sábado. Para defender a paridade, a Luna Foundation Guard vai emprestar US$ 1,5 bilhão em BTC e UST para empresas de trading, de acordo com tuíte da LFG. 

ApeCoin registra baixa de 6,5%. Investidores do token avaliam manter o ativo na carteira por um período em troca de mais ApeCoins no futuro para apoiar a criptomoeda dos Bored Apes, segundo a Bloomberg

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Cibersegurança  

Glaidson Acácio dos Santos, o “faraó dos bitcoins”, se filiou ao partido Democracia Cristã (DC) em 2 de abril,  o último dia da janela partidária, segundo ficha obtida pela Veja. Em prisão preventiva por acusações de crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, Glaidson quer concorrer a deputado federal pelo Rio de Janeiro não com a imagem de faraó, mas de um “Moisés”, libertador do sistema econômico tradicional. 

O Departamento de Justiça dos EUA denunciou na sexta-feira Luiz Capuci Júnior, de 44 anos, um brasileiro suspeito de liderar um esquema global de fraude de investimento que movimentou US$ 62 milhões. Capuci é acusado de vendas fraudulentas de pacotes de mineração de criptomoedas para milhares de pessoas, segundo O Globo

E a Nvidia concordou em pagar US$ 5,5 milhões em multa como parte de um acordo judicial com a SEC dos EUA, conforme o Estadão. A penalidade encerra um processo sobre divulgações inadequadas de informações a respeito do impacto de mineração de criptomoedas nos negócios de jogos da empresa.  

Outra que entrou no radar do governo americano foi a Blender.io, a primeira mixer de moedas digitais a entrar na lista de sanções do Departament do Tesouro. A empresa é acusada de ajudar o governo norte-coreano a lavar criptomoedas em crimes cibernéticos e de estar envolvida na invasão do jogo online Axie Infinity, noticiou o Wall Street Journal. 

Invasões das chamadas “pontes” cripto – que permitem a usuários trocarem tokens digitais entre blockchains – criam oportunidades para exchanges e outras empresas oferecerem alternativas mais seguras, aponta a Bloomberg. As exchanges FTX e Coinbase Global têm reforçado as ferramentas para fornecer serviços semelhantes a pontes em várias blockchains.

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Regulação e CBDCs 

O Galicia, maior banco privado da Argentina, prometeu reembolsar os clientes – e ainda providenciar um valor extra – que compraram criptomoedas da instituição, após a autoridade monetária do país ter proibido bancos de negociarem criptoativos, segundo informações da imprensa local. 

O Gov Token, desenvolvido em parceria com o governo do Rio de Janeiro com tecnologia blockchain para combater a corrupção e otimizar o uso de verbas públicas, tem novo desenvolvedor. Criado pela Investtools, o projeto será transferido para a Blockchain Studio, nova empresa do mesmo grupo, informou a Exame

Ilan Goldfajn, diretor do FMI e ex-presidente do Banco Central, defende que a autoridade monetária brasileira se envolva cada vez mais no desenvolvimento de novas formas de pagamento virtual, por ser mais inclusivo. “A moeda digital do banco central consegue chegar aonde alguns bancos não conseguem.”, disse Goldfajn em  live do Valor na sexta-feira (6). 

Economistas ouvidos pelo Valor acham que as moedas digitais são a forma de o Banco Central “se defender” das criptomoedas que, ao longo do tempo, podem evoluir para formas mais estáveis e seguras. 

O country manager da Bitso para o Brasil, Thales Araújo de Freitas, disse à revista Forbes que a educação dos investidores no país sobre investimentos em criptomoedas ainda é um dos maiores desafios. 

Na Uganda, o banco central avalia a emissão de uma moeda digital e não planeja proibir as criptomoedas, mas se preocupa com questões como proteção ao consumidor e inclusão financeira, de acordo com o Estadão

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Cerca de 90% das autoridades monetárias globais pesquisadas pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) estudam a criação de uma moeda digital de banco central (CBDC), de acordo com estudo da instituição. 

A Binance teria suspendido seus serviços de derivativos de criptomoedas na Espanha, supostamente para aguardar a aprovação do órgão regulador espanhol, a CNMV, conforme o jornal local La Información. O menu de derivativos foi removido do site em espanhol da Binance, mas continua disponível na versão global. 

Metaverso, Games e NFTs 

Empreendedores brasileiros já lucram com inserções em realidade virtual e aumentada e outras inovações do metaverso, segundo reportagem do jornal O Globo. Só no setor audiovisual, há pelo menos 138 empresas que oferecem experiências imersivas, mostra o “Mapeamento do Ecossistema XR no Brasil”, realizado pela UFSCar e UFRJ, com apoio do Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (ICAB). 

Após lançar uma plataforma para vender frações de créditos de carbono no varejo e com apoio de blockchain, a brasileira Ambipar está de olho em outras iniciativas. Em entrevista à Exame, o diretor de ativos digitais da Ambipar, João Valente, afirmou “ter mais parcerias a serem anunciadas nas próximas semanas” relacionadas à tecnologia blockchain e ao metaverso. 

O Instagram poderia anunciar já nesta segunda-feira (9) a integração de tokens não fungíveis à sua plataforma, segundo o CoinDesk, que não cita a fonte da informação. O plano da rede social de imagens seria lançar um projeto piloto junto a um “pequeno grupo de entusiastas dos NFTs” nos EUA. 

Três meses após a Alphabet, dona do Google, afirmar que estava analisando a Web 3, sua unidade de computação em nuvem criou uma equipe focada na tecnologia, de acordo com a CNBC. Amit Zavery, vice-presidente do Google Cloud, disse a funcionários em email na sexta-feira que a ideia é tornar a plataforma a primeira escolha para desenvolvedores nessa área. 

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