Os preços das maiores criptomoedas tentam se estabilizar nesta segunda-feira (21) após o tombo na última semana, enquanto nos mercados acionários os índices futuros dos EUA ensaiam uma recuperação depois de três semanas de perdas.
O Bitcoin (BTC), que mostra desvalorização de 11% em sete dias, tem perdas nesta manhã, em queda de 0,6% e cotado a US$ 25.986,76, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC cai 0,48%, para R$ 130.785,28, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Na Argentina, a demanda pelo criptodólar (UXD) negociado pela Ripio quadruplicou desde o resultado das primárias das eleições presidenciais no dia 13 de agosto com a liderança do candidato de extrema direita, segundo informações do fundador da plataforma, Sebastián Serrano, ao Valor.
No caso do Ethereum (ETH), os preços mostram estabilidade nesta segunda, com a segunda maior criptomoeda cotada a US$ 1.668,10.
As altcoins são negociadas entre perdas e ganhos após a onda vendedora da semana passada, entre elas BNB (-2%), Cardano (-0,6%), Solana (-3,5%), Dogecoin (-2,4%), Polkadot (-0,7%), Polygon (-2,8%) e Shiba Inu (-3%).
A semana promete ser agitada com o desbloqueio programado de vários tokens, entre eles Lido (-0,2%), Avalanche (-2,6%) e Yield Guild Games (YGG), de acordo com o CoinDesk.
CPI das Pirâmides
No Brasil, o destaque da semana na CPI das Pirâmides Financeiras em andamento no Congresso fica por conta do depoimento, marcado para amanhã (22), do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, que é fundador e sócio-proprietário da 18k.
“A empresa afirmava trabalhar com trading e arbitragem de criptomoedas e prometia a seus clientes rendimentos de até 2% ao dia, supostamente baseado em operações com moedas digitais”, informou o deputado Ricardo Silva (PSD-SP), que solicitou o depoimento do jogador.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da CPI das Pirâmides, deputado Aureo Ribeiro (SDD-RJ), disse que pretende encaminhar um novo projeto de lei para regular o mercado de criptoativos juntamente com o relatório da comissão ao final das investigações.
Entre os objetivos da nova lei estariam a segregação dos ativos das corretoras e dos clientes e a responsabilização de influenciadores que promovam fraudes, explicou o deputado.
“Um dos pontos é que não dá para você custodiar o ativo, emprestar e deixar sem garantia. O outro é um regulamento para um influencer não levar milhares de brasileiros a cair nesses golpes”, afirmou o parlamentar ao jornal.
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Em entrevista recente ao Portal do Bitcoin, Ribeiro também disse que pretende questionar o Supremo Tribunal Federal por liberar celebridades de prestarem depoimento à CPI das Pirâmides, como foi o caso dos atores Tatá Werneck e Cauã Reymond, que fizeram publicidade para a pirâmide Atlas Quantum.
E um ex-funcionário da MSK Invest, outra empresa investigada pela CPI, revelou ao Portal do Bitcoin sua versão sobre o funcionamento da companhia após ser acusado pelos donos de ter roubado R$ 400 milhões em criptomoedas: “Foi uma verdadeira pirâmide. Talvez a mais estruturada do país”, disse Saulo Gonçalves Roque sobre a MSK.
Uma das maiores pirâmides investigadas pela CPI é a da Braiscompany, cujos fundadores, acusados de lesar milhares de clientes, estão foragidos.
Segundo informações confirmadas pelo InfoMoney, o ex-jogador Magno Alves, com passagens pelo Fluminense, Ceará e Seleção Brasileira, perdeu R$ 32 milhões na empresa.
A informação, publicada inicialmente pelo blog Maurílio Júnior, consta em uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a empresa.
Outros destaques das criptomoedas
A Susquehanna International, uma das empresas de trading mais conhecidas de Wall Street, fechou uma parceria com o ex-executivo da Coinbase Balaji Srinivasan e outros investidores para a tokenização de ações, mas que esteja de acordo com a lei de valores mobiliários americana, segundo a Bloomberg. Com esse objetivo, a Dinari, empresa da Califórnia fundada em 2021, colocou sua plataforma dShare em operação neste mês.
Os cofundadores compraram uma corretora nos EUA, aquisição que ainda aguarda o sinal verde de reguladores, e se registraram com a SEC como “agente de transferências”, o que permite à Dinari distribuir dividendos e manter registros dos proprietários dos ativos, de acordo com a reportagem. Ao contrário de outros projetos, os tokens são garantidos por ações no mundo real. Investidores fora dos EUA poderão comprar ações por meio das stablecoins da Circle (USDC) e da Tether (USDT), por exemplo.
Já o aplicativo de rede social Friend.tech integrado ao X (antes Twitter), que permite a usuários tokenizar e negociar ações vinculadas a seus próprios perfis, obteve mais de US$ 1,4 milhão em taxas de protocolo nas últimas 24 horas, conforme dados da DeFiLama e The Block. Com operação na rede Base da Coinbase, o Friend.tech agora é o terceiro maior projeto blockchain em termos de taxas, atrás apenas da blockchain Ethereum e do Lido Finance.
Desde seu lançamento beta, a plataforma registrou 65 mil traders únicos de ações e US$ 26 milhões em volume de negociação, de acordo com números da Dune Analytics. O aplicativo ganhou popularidade recentemente com a chegada de usuários famosos como o CEO da incubadora Y Combinator, Garry Tan, e o jogador da NBA Grayson Allen.
No mercado de NFTs (tokens não fungíveis), a startup Recur informou que sua plataforma de web3 vai encerrar as operações. A empresa, que contava com parcerias de peso como Hello Kitty e Nickelodeon e havia captado US$ 50 milhões, foi atingida pelo inverno cripto, que pelo menos no segmento de NFTs ainda faz estragos.
No Brasil, o mercado mostra fôlego. Estudo da Dux publicado pelo Valor revela que o país tem atualmente “um ecossistema maduro e mais de 5 milhões de usuários de NFTs”, em meio à aceitação desses tokens nos setores tradicionais.
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