O mercado de criptomoedas acompanha nesta segunda-feira (12) as bolsas europeias e índices futuros americanos, que seguem em alta com o dólar mais fraco. Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) opera com valorização de 2,5%, cotado a US$ 22.202,92, segundo dados do CoinGecko. Já o Ethereum (ETH) anda de lado, com leve baixa de 0,5%, negociado a US$ 1.753,40.
No Brasil, o Bitcoin sobe 2,7%, para R$ 114.686,25, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins são negociadas entre perdas e ganhos nesta segunda-feira (12), entre elas Binance Coin (+0,4%), XRP (+0,1%), Cardano (-1,2%), Solana (+3,3%), Polkadot (+1,4%), Dogecoin (0,4%), Shiba Inu (+1%), Polygon (-0,0%) e Alavanche (+3%).
Bitcoin hoje
Na sexta, o Bitcoin chegou a subir mais de 10%, em linha com o otimismo de Wall Street em meio à aposta de que a inflação nos Estados Unidos já teria atingido um pico e deve começar a esfriar. Com isso, o banco central americano poderia começar a reverter o aperto monetário em 2023, segundo alguns estrategistas.
Outros fatores que contribuíram para o avanço do BTC foram o aumento dos juros pelo Banco Central Europeu na semana passada, o que fortaleceu o euro frente ao dólar, e o investimento da FTX Ventures na SkyBridge Capital, disse ao CoinDesk Sheraz Ahmed, sócio-gerente do provedor de soluções blockchain Storm Partners.
Mas, para alguns observadores do mercado cripto, a reação da maior criptomoeda pode ter vida curta.
“Não esperamos uma mudança de tendência duradoura no momento e projetamos uma maior acumulação em torno e abaixo da região de US$ 20 mil para o BTC”, afirmou ao CoinDesk Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos de hedge cripto BitBull Capital.
O grande destaque macro da semana será a divulgação do relatório de preços ao consumidor nos EUA em agosto, que sai amanhã (13). Os dados serão cruciais para determinar o tamanho do aumento dos juros pelo Federal Reserve, que anuncia sua decisão em 21 de setembro.
Fusão Ethereum
Com a Fusão da blockchain Ethereum esperada para quinta-feira (15), algumas corretoras anunciaram mudanças para saques e depósitos de ativos na rede ERC-20 devido à atualização, segundo informações do Valor. A Binance informou que suspenderia depósitos e saques durante as duas fases da Fusão: na Bellatrix, primeira etapa ocorrida na última terça-feira (6), e também na segunda, a Paris, a partir da meia-noite da próxima quinta.
Já o MB planeja paralisar depósitos e saques aproximadamente duas horas antes do previsto para o chamado “The Merge”.
“A partir do Merge, nosso time irá monitorar os sinais da rede, como o ritmo em que novos blocos são propostos, número de validadores etc. Tão logo o time considere que é seguro, saques e depósitos serão retomados. Estimamos que isso deva ocorrer aproximadamente 2 horas após o Merge”, informou o MB em nota.
BitPreço, Foxbit e NovaDax também anunciaram a suspensão de depósitos e saques de Ethereum, embora sem impacto nas transações de compra e venda. As plataformas Xtage, da XP, e Mynt, do BTG Pactual, também vão manter as negociações, conforme informado ao Valor.
Riscos da Fusão
Algo pode dar errado na Fusão? Fabricio Tota, diretor do MB, acredita que os riscos técnicos são baixos considerando os vários testes realizados para a transição. No entanto, algum projeto pode decidir não migrar para a nova rede e continuar na antiga, explicou Tota ao Money Times. “(…) Mas a troco de que? Serão novos projetos? Também irão bifurcar?”, questiona.
A plataforma de crédito cripto Hodlnaut alertou sobre os riscos para seus ativos se a atualização da blockchain provocar uma onda de volatilidade das moedas virtuais, o que poderia fazer com que “contratos inteligentes liquidem automaticamente os ativos”, disse a empresa em comunicado divulgado em seu blog nesta segunda-feira (12).
O que acontece após a Fusão
Apesar da grande expectativa em torno da atualização, o Ethereum 2.0, como também está senho conhecido, ainda tem um longo caminho a percorrer até chegar ao mundo descentralizado do futuro, avalia Tota em artigo no E-Investidor. “Toda a infraestrutura tecnológica para suportar esse futuro ainda não está pronta. Ainda que o mundo cripto tenha diversas blockchains, diversas tecnologias ainda competem entre si, e só o tempo vai dizer quais são as vencedoras.”
Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, disse em evento recente em Paris que o projeto estaria apenas “55% pronto” após a esperada atualização. Ou seja, lançado em 2015, o Ethereum só completou metade de seu desenvolvimento, destaca o executivo.
E por falar em Buterin, sua presença pegou participantes do evento “Kiev Tech Summit” de surpresa na sexta-feira (9), de acordo com o CoinDesk. Durante a conferência na capital da Ucrânia, o desenvolvedor, que nasceu na Rússia, mandou uma mensagem de apoio da comunidade cripto aos ucranianos afetados pela guerra.
Outros destaques das criptomoedas
A Cibra anunciou que a CibraCoin, sua criptomoeda lastreada em quilos de MAP (fertilizante fosfatado), cloreto de potássio (KCl) e ureia, passou na fase de testes, noticiou o Valor. A empresa espera que o volume movimentado em relação ao total de vendas aumente com a adoção de mais mecanismos de hedge por agricultores.
A MetaMask, uma das carteiras de criptomoedas mais utilizadas no mundo, liberou na sexta-feira (9) a compra de criptomoedas por meio do Pix para clientes brasileiros.
O CoinDesk divulgou na sexta-feira (9) o CoinDesk Market Index (CMI), um novo índice de preços no mercado de criptomoedas que pretende ser uma referência assim como o Dow Jones e S&P 500 são para as bolsas.
A MicroStrategy, já a empresa com o maior número de bitcoins (129 mil BTC), estuda comprar ainda mais com os recursos da venda de até US$ 500 milhões em ações Classe A. O pedido para a oferta foi registrado na SEC (a CVM dos EUA) na sexta-feira (9).
A FTX Ventures, braço de investimentos da FTX, exchange cripto de Sam Bankman-Fried, comprou uma participação de 30% na SkyBridge Capital, empresa de investimentos fundada por Anthony Scaramucci, ex-diretor de Comunicações do governo Trump.
Já a Bolt, empresa de checkout com um clique, desistiu de uma aquisição avaliada em US $ 1,5 bilhão da provedora de pagamentos cripto Wyre, conforme o portal Axios.
O Amber Group, plataforma de negociação de criptomoedas que buscava financiamento em maio, cortou 10% da força de trabalho neste ano devido a uma desaceleração do mercado, de acordo com a Bloomberg.
Regulação e CBDCs
O presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), João Pedro Nascimento, disse que a agência quer contribuir com o projeto de lei que regula os criptoativos, mas sem atrasar a discussão, conforme o Valor. “(…) Estamos trabalhando, sim, com uma regulação não invasiva e de braços dados com o Banco Central”, afirmou Nascimento em seminário promovido pela OAB na sexta-feira (9). “Estamos tentando ver se conseguimos ajudar no enquadramento. De maneira nenhuma queremos que retroceda (…).”
Nos EUA, o Departamento do Tesouro destacará os riscos apresentados pelas criptomoedas a consumidores e ao sistema financeiro em uma série de relatórios a serem divulgados neste mês, disseram pessoas a par do assunto ao Wall Street Journal.
Além disso, um diretor da SEC alertou em conferência em Washington na sexta-feira (9) que a agência continuará investigando práticas irregulares de empresas cripto, apesar das queixas sobre o controle excessivo da indústria.
No Canadá, o Partido Conservador elegeu Pierre Poilievre, pró-Bitcoin, como o novo líder da legenda no sábado (10), segundo o CoinDesk.
Cibersegurança
A WazirX, controlada pela Binance, informou nesta segunda-feira (12) que a agência de combate ao crime financeiro da Índia descongelou as contas bancárias da unidade após mais de um mês, devido à suspeita de violação de regulamentos do mercado de câmbio, de acordo com a Reuters.
O CEO da Meta Platforms, Mark Zuckerberg, foi questionado em carta de um grupo de senadores do Partido Democrata sobre o que a empresa está fazendo para combater golpes com criptomoedas nas plataformas Facebook, Instagram e WhatsApp, segundo o The Block.
Metaverso, Games e NFTs
Apesar do mercado morno para os tokens não fungíveis, o número de NFTs cunhados na blockchain Solana subiu para um recorde de 312 mil em 7 de setembro, comparados a 39 mil em 4 de setembro, mostram dados do The Block Research.
O DBS, maior banco de Singapura, anunciou uma parceria com o The Sandbox, um mundo virtual de jogos descentralizado e unidade da Animoca Brands. Como parte do acordo, o DBS vai criar uma experiência de metaverso e comprará terrenos no The Sandbox.
Mostrar que os tokens web3 podem ser elementos que contribuem com diversão e lucratividade nos jogos é uma das missões da Non Fungible Conference (NFC), evento que começa nesta segunda (12) em São Paulo. Em entrevista ao Portal do Bitcoin, o organizador da NFC, Breno Campi, disse que a “qualidade dos jogos ainda está baixa”, já que a comunidade de gamers historicamente tem um pé atrás com “forasteiros” que entram no segmento. As inscrições para a conferência, que ocorre até terça-feira (13), podem ser feitas aqui.
Photogenics, uma agência com sede em Los Angeles fundada pela ex-top model Nicole Bordeaux e os cofundadores da Smashbox Dean e Davis Factor, abriu uma divisão de avatares para que as modelos possam monetizar suas carreiras além do mundo físico, segundo a Forbes.
O sucesso nas redes sociais do novo terceiro uniforme do Vasco da Gama, anunciado na sexta-feira (9), levou o clube a lançar uma versão digital das camisas na forma de uma coleção de tokens não fungíveis. As três camisas colecionáveis em NFT são inspiradas nas origens portuguesas do clube e já estão à venda no site do Vasco. Em março, o MB firmou um contrato de patrocínio de 24 meses com o time.
De olho literalmente em uma fração do mercado de tokens não fungíveis, a NFTFY quer ampliar o acesso a NFTs raros e valiosos por meio de uma ferramenta que permite comprar apenas uma parte do criptoativo, contou à Exame Leonardo Carvalho, CEO e cofundador do protocolo descentralizado.
A NFTFY foi uma das oito startups selecionadas para o Next Fintech, o programa de aceleração da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), que tem o MB, Sinqia e Finansystech entre as empresas mantenedoras.
A morte da rainha Elizabeth II inundou o mercado cripto com tokens que levam seu nome ou inspirados pelo acontecimento, como “Queen Elizabeth Inu”, “Queen Doge”, “God Save The Queen” e “London Bridge Is Down”. Muitos deles se resumem a esquemas em que os desenvolvedores divulgam informações falsas apenas para obter lucro rápido.
Um projeto NFT criado pelo brasileiro Fabio Seva, chamado QueenE DAO, decidiu realizar o leilão final da coleção na quinta-feira (8), após o falecimento da monarca.