Hacker com dinheiro nas mãos
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Apesar do feriado no Brasil, investidores ficarão atentos à reunião nos EUA que vai definir a taxa de juros do país nesta quarta-feira (2) para adivinhar o rumo dos ativos de risco, o que inclui as criptomoedas. 

Frente a esse cenário, nas últimas 24 horas o Bitcoin (BTC) recua 1,1%, para US$ 20.407,22, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) opera em baixa de 3,6% negociado a US$ 1.547,49. 

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Em reais, o Bitcoin cai 1,1%, para R$ 106.131,65, conforme o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

As altcoins com maior valor de mercado são negociadas em terreno negativo, entre elas Binance Coin (-2,2%), XRP (-2,2%), Cardano (-5,1%), Solana (-5,7%), Polygon (-5,8%), Polkadot (-5%), Shiba Inu (-7,5%) e Alavanche (-7,4%).  

Cripto no Twitter 

A Binance, que apostou US$ 500 milhões na compra do Twitter por Elon Musk, quer usar a rede social como um teste para abordar questões relacionadas à Web3, disse ao CoinDesk Patrick Hillman, diretor de estratégia da maior corretora cripto do mundo. 

Durante participação no Web Summit 2022 em Lisboa, o CEO da exchange, Changpeng “CZ” Zhao, justificou o investimento com esta declaração: “O discurso livre vem antes da descentralização do dinheiro”, de acordo com reportagem do Valor. 

E Musk já arregaça as mangas para atrair receita. O bilionário anunciou um plano de assinatura para o selo de verificação de conta no Twitter por US$ 8 mensais. 

Na terça-feira (1), Musk – dono da Tesla, SpaceX e agora proprietário do Twitter – publicou na rede social uma imagem de um cão Shiba Inu usando uma camiseta da rede social e, ao lado dele, uma abóbora de Halloween, como forma de comemorar a data. A foto também faz referência à Dogecoin, seu “token de estimação”.  

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Após a postagem, golpistas criaram quase 200 de tokens para se aproveitarem do investidor leigo com o clássico esquema de “pump and dump’, que consiste em inflar o preço de um ativo, vender os tokens e depois abandonar o projeto. 

Rali de Dogecoin e UNI 

Nas últimas 24 horas, Dogecoin (DOGE) opera em forte queda de 11,5%. Mas, na última semana, o token já acumula alta de 113%, mostram dados do CoinGecko. 

No entanto, a criptomoeda-meme não é a única que tem ofuscado o Bitcoin. Na terça, o UNI, token nativo da exchange descentralizada Uniswap, chegou a subir 5%. Em sete dias, o ganho acumulado é de 5,2%.  

Riyad Carey, analista de pesquisa da empresa de dados cripto Kaiko, atribuiu a valorização do UNI a uma rodada de financiamento da Série B de US$ 165 milhões liderada pela Polychain Capital e anunciada pela Uniswap em outubro.  

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Outro fator seria a migração do UNI para a zkSync, uma solução de segunda camada com taxas mais baixas e foco em privacidade, destacou o CoinDesk. A zkSync também anunciou a integração de três linguagens de programação ao seu kit de software de desenvolvimento, informou o The Block. 

Deribit hackeada

A exchange de futuros de criptomoedas Deribit sofreu uma violação de segurança, com hackers roubando quase US$ 28 milhões da hot wallet da empresa, segundo o Decrypt.

As corretoras costumam usar hot wallets para processar saques instantaneamente. No entanto, esses tipos de carteiras apresentam alto risco, pois suas chaves privadas são armazenadas em servidores para assinar as retiradas.

Em um comunicado no Twitter, a corretora com sede no Panamá afirma que perdeu US$ 28 milhões, mas que os ativos dos clientes e os endereços de armazenamento “frios” não teriam sido afetados.

Embora quase US$ 28 milhões tenham sido roubados pelo hacker, a Deribit observou que “o hack está isolado às hot wallets de BTC, ETH e USDC”.

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O hacker conseguiu 691 BTC e 9.111,59 ETH com o ataque, com o USDC roubado sendo rapidamente convertido em Ethereum. Os fundos agora são mantidos em duas carteiras em Bitcoin e Ethereum. Os fundos não foram transferidos para qualquer misturador ou serviço de lavagem até o momento.

A empresa garantiu aos usuários que eles ainda estão em uma “posição financeiramente sólida” e suas reservas cobrem a perda.

Bitcoin hoje 

Todas as atenções se voltam para a reunião de política monetária do banco central americano, o Fed, que divulga a decisão às 15h de Brasília. A expectativa é de um aumento da taxa básica de 0,75 ponto percentual, para um intervalo entre 3,75% e 4%, o maior nível desde 2008, conforme a Bloomberg. 

Mas o foco do mercado serão os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante a conferência de imprensa meia hora após a decisão. 

“Além do número em si, a gente poderia ter a possibilidade de ter um rali de fim de ano se o Fed vir mais tranquilo, com um cenário mais positivo para o ano que vem, o que facilitaria para o mercado antecipar esse movimento para ter uma alta até o final do ano”, avalia André Franco, chefe de pesquisa do MB, em artigo no Valor. 

Traders ainda estão divididos se o próximo aumento dos juros em dezembro será de 0,5 ponto percentual ou outro de 0,75 p.p. 

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Se outubro servir de guia, o Fed pode estar a caminho de um alívio do aperto monetário. Análise da Reuters mostra que bancos centrais globais pisaram no freio no mês passado. Autoridades monetárias que supervisionam quatro das 10 moedas mais negociadas aplicaram 200 pontos-base de aumentos em outubro. Em comparação, oito desses 10 bancos centrais elevaram as taxas em 550 pontos-base em setembro, o ritmo mais rápido em pelo menos duas décadas. 

Reversão do dólar 

A campanha do Federal Reserve para combater a inflação com aumentos dos juros tem fortalecido o dólar que, além de ser visto como porto seguro, se torna ainda mais atrativo para investidores em termos de rendimento.  

Mas a reversão do aperto monetário pelo Fed pode trazer uma nova fonte de pressão inflacionária à economia americana, disse ao CoinDesk Larry Summers, ex-secretário do Tesouro dos EUA. Essa guinada também poderia representar uma nova ameaça a ativos de risco, como ações e criptomoedas. 

Derrota de Bolsonaro 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) quebrou o silêncio e, na terça-feira (1), se pronunciou pela primeira vez após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições. 

Um trader brasileiro de criptomoedas que apostou contra a vitória de Bolsonaro está duplamente feliz com o resultado: viu seu desafeto político perder e ainda lucrou US$ 30 mil. 

O trader, que é conhecido no mercado, conversou com o Portal do Bitcoin na condição de anonimato. Ele negociou repetidas vezes um contrato aberto em maio do ano passado na corretora FTX, na qual investidores podiam apostar no resultado das eleições presidenciais de 2022 — especificamente, na vitória ou derrota de Bolsonaro. 

“Quando o contrato surgiu, nem sabia com quem Bolsonaro ia competir, mas tinha zero dúvida sobre a decisão da eleição. Meu pai morreu de Covid, eu vi na pele o que é isso. Infelizmente, parte da sociedade perdeu a empatia, mas quem perdeu o pai pensa nos outros”, relata o trader, que também é um estudioso de Bitcoin. 

Regulação no Brasil 

Em termos de perspectivas para o mercado cripto no Brasil, alguns players estão otimistas com a transição, especialmente se o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que faz parte do conselho consultivo da Binance, assumir a pasta da economia no governo Lula. 

“O Meirelles conhece muito sobre criptoativos e gosta do assunto, então seria um nome muito bacana para o desenvolvimento dessa classe de ativo e dessa tecnologia no Brasil”, disse à Folha Axel Blikstad, da BLP Asset, gestora focada no investimento em criptomoedas. 

Em evento da revista Capital Aberto na terça-feira (1), o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, deu pistas sobre a atuação da agência no universo cripto, conforme o E-Investidor. De acordo com Nascimento, quando as criptomoedas representarem investimentos, as áreas de regulação da CVM e do Banco Central estarão sobrepostas. “Quanto às exchanges, ficarão no campo de incidência do BC”, afirmou. 

Outros destaques  

Mike Novogratz – o bilionário que virou piada por ter feito uma tatuagem em homenagem ao token LUNA, do falido ecossistema Terra – planeja demitir 20% dos funcionários da Galaxy Digital, sua empresa de serviços financeiros focada em criptomoedas, disseram quatro pessoas a par dos planos ao CoinDesk. Com o possível corte, cerca de 75 profissionais podem perder o emprego, levando em conta que, até agosto deste ano, a empresa contava com um quadro de 375 funcionários.  

Demissões também atingem a exchange Bitmex como parte de reverter a estratégia de ir além do mercado de derivativos, o que incluía negociações à vista, corretagem e custódia, disse um porta-voz ao The Block. Os cortes seguem a renúncia do CEO Alexander Höptner na semana passada. 

Outra empresa com mudanças no comando é a Digital Currency Group, que promoveu o diretor de operações, Mark Murphy, para o posto de presidente. O grupo, que controla a gestora de ativos Grayscale e a corretora Genesis, também anunciou a demissão de 10 pessoas, informou a Bloomberg. 

A situação de exchanges de criptomoedas de fato não está fácilDados do The Block mostram que o volume negociado em outubro caiu para US$ 543 bilhões, o menor nível desde dezembro de 2020. 

A MicroStrategy divulgou receitas no terceiro trimestre ligeiramente abaixo do esperado por analistas, mas o impacto de suas posições em Bitcoin não foi tão elevado como em trimestres passados. As perdas contábeis com a criptomoeda somaram US$ 700 mil no período, comparadas a US$ 65 milhões no mesmo trimestre de 2021. 

O inverno cripto já começa a atingir fundos de índice criptos na Austrália, com a deslistagem de ETFs de Bitcoin e Ethereum, segundo a Bloomberg

A Stonghold Digital concluiu a reestruturação da dívida, segundo comunicado da empresa. Nas últimas 10 semanas, a mineradora de Bitcoin devolveu 26.200 máquinas à firma de investimentos cripto NYDIG, em troca do cancelamento de US$ 67,4 milhões em dívidas. 

Credores de títulos da Core Scientific, outra mineradora de BTC em crise, já contrataram advogados caso a empresa entre com pedido de recuperação judicial, disseram fontes à Bloomberg. 

E com a migração da blockchain Ethereum para o sistema de prova de participação (PoS) após a Fusão, mineradores buscam encontrar novas finalidades para suas ferramentas, de acordo com o Financial Times. Muitos agora mineram outras criptos, oferecem serviços na nuvem e até aquecem suas residências com as máquinas. 

O cofundador do protocolo MakerDAO e uma das principais mentes por trás da stablecoin DAI, Nikolai Mushegian, foi encontrado morto na manhã de sexta-feira (28) em uma praia de Porto Rico, conforme informações do jornal local El Nuevo Día. O Departamento de Polícia disse ao veículo que o desenvolvedor de 29 anos foi arrastado por correntes marítimas na praia próxima ao Hospital Ashford, na região de Condado, em San Juan. 

A Autoridade Monetária de Singapura (MAS) iniciou dois projetos piloto para explorar o uso de tokens em financiamento para o comércio e gestão de patrimônio. O primeiro piloto é liderado pelo Standard Chartered para estudar tokens para o chamado “trade finance”. O segundo, sobre gestão de patrimônio, conta com a participação do HSBC, UOB e Marketnode, conforme o CoinDesk. Ainda em Singapura, a Paxos, emissora de stablecoin USDP, recebeu uma licença da cidade-estado para oferecer serviços e produtos cripto. 

O vice-diretor do departamento de mercados monetários e de capitais FMI, Dong He, afirmou que a indústria cripto deve acolher a regulação, que deve ser “proporcional aos riscos”, e que isso será benéfico para o setor, segundo o portal Forkast. “Reguladores são amigos das criptomoedas. Trabalhem com reguladores, pois as regulamentações são boas para o futuro”, disse Dong durante evento sobre fintechs na terça-feira (1), em Hong Kong. 

E a Índia sinaliza que a regulação dos criptoativos vai estar entre as prioridades do G20 durante os 12 meses de presidência do país à frente do grupo, que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, de acordo com o CoinDesk.  

Identificar “soluções baseadas em consenso para acelerar a escala e o escopo da resposta da comunidade global a muitos desafios transfronteiriços, como a regulamentação de ativos virtuais”, seria o terceiro objetivo da presidência do G20 sob a Índia, afirmou o principal assessor econômico do governo, V. Anantha Nageswaran, em evento na terça-feira (1). 

A Casa Branca reuniu 36 países e a União Europeia para sua segunda cúpula da International Counter Ransomware Initiative (CRI) com o objetivo de combater a disseminação global de ataques de ransomware. Entre outras iniciativas, a CRI planeja estabelecer uma força-tarefa, a International Counter Ransomware Task Force (ICRTF), compartilhar informações técnicas sobre ransomware e fornecer um “kit de ferramentas do investigador” aos parceiros do CRI. 

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