O preço do Bitcoin está estranhamente baixo neste momento e pode disparar para US$ 500 mil ou até US$ 1 milhão por moeda neste ciclo de quatro anos, afirmou Adam Back.
Em entrevista ao Decrypt, o renomado cientista da computação e CEO da Blockstream disse que, considerando todo o dinheiro institucional que está entrando no setor, o preço da maior e mais antiga das criptomoedas deveria ser mais alto.
O Bitcoin é negociado a US$ 102.624 na manhã desta quinta-feira (15) — com leve recuo no dia, mas com alta de mais de 3% na última semana, segundo dados do CoinGecko. O preço está apenas 5% abaixo de sua máxima histórica, próxima a US$ 109 mil, apesar de uma queda entre o final do inverno e o início da primavera.
Back, que é doutor em ciência da computação com foco em sistemas distribuídos pela Universidade de Exeter e atua há muito tempo na área de criptografia, disse ao Decrypt: “Acho que este ciclo pode chegar bem alto, mas ele se estende por alguns anos, certo? Então eu estava pensando entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão, porque há muita coisa acontecendo”.
Ele acrescentou: “Não vejo uma razão lógica clara para estarmos apenas em US$ 100 mil. Isso não é muito, considerando todas as mudanças em relação a alguns anos atrás”.
Back destacou a aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, que já geraram mais de US$ 41 bilhões em entradas líquidas, e as políticas favoráveis às criptomoedas do presidente dos EUA, Donald Trump.
O principal órgão regulador de Wall Street, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), aprovou no ano passado os ETFs de Bitcoin — fundos gerenciados por empresas como a BlackRock e a Fidelity —, que oferecem aos investidores acesso fácil ao BTC por meio de ações negociadas em corretoras.
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A aprovação desses fundos levou à entrada de um novo fluxo de capital no setor, vindo de investidores que antes estavam fora do universo de investimentos em criptoativos.
A máxima mais recente do Bitcoin — alcançada em janeiro — não é tão alta em comparação com ciclos anteriores, considerando o comportamento da moeda após seus históricos eventos de halving. O BTC tende a seguir ciclos de quatro anos.
Mas Back afirmou acreditar que corretoras e investidores individuais tendem a comprar ativos que já subiram, o que faz com que mais dinheiro entre no setor conforme o Bitcoin avança, criando um impulso de preço.
“Acho que se alcançarmos uma nova máxima histórica, ela pode rapidamente se tornar muito mais alta”, disse ele.
Back é cofundador e CEO da Blockstream, uma empresa que desenvolve infraestrutura para o Bitcoin, como carteiras de criptoativos.
Ele trocou e-mails com o criador — ou criadores — misterioso do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, em 2008, ano em que o artigo original que descrevia a blockchain foi publicado. O processo de mineração do Bitcoin é derivado do Hashcash, um sistema de prova de trabalho inventado por Back.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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