Tela com gráficos de mercado financeiro
Foto: Shutterstock

As principais criptomoedas ensaiam uma alta nesta segunda-feira (4). Com o feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os investidores devem ficar de olho nos próximos passos de gigantes da indústria cripto após o acordo para a compra da BlockFi pela FTX e pedido de falência do fundo Three Arrows, além dos problemas gerados por mais uma corretora suspendendo saques de clientes.

Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) opera em alta de 1,7%, cotado a US$ 19.400, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum sobe 0,7%, negociado a US$ 1.0568.

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No Brasil, o Bitcoin também tem leve alta de 1,2%, cotado a R$ 102.592, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

Algumas altcoins mostram ganhos, como Avalanche (+3,6%). Outras operam com pouca variação como Binance Coin (-0,8%), XRP (+1,6%), Cardano (-0,4%), Solana (-0,0%), Dogecoin (+0,3%), Polkadot (+0,3%), Shiba Inu (+0,6%).

Os índices futuros nos EUA são negociados em terreno negativo, com investidores ainda preocupados com os riscos ao crescimento econômico. Na Europa, as bolsas abriram em alta impulsionadas por compras de ações baratas durante a recente onda vendedora, a mais intensa das últimas três décadas.

Joe DiPasquale, CEO da gestora de criptoativos BitBull Capital, disse ao CoinDesk que as negociações continuarão voláteis neste mês, a menos que o Federal Reserve traga alguma surpresa na reunião de julho.

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Apesar de ser negociado na casa dos US$ 19.000, o Bitcoin se mantém na faixa de suporte prevista pela Glassnode, entre US$ 17.000 e US$ 20.000. Além disso, o sinal de risco do BTC medido pela Swissblock mostra tendência de queda, pois parte dos investidores teria parado de materializar perdas.

Tensão

No Brasil, uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 451,6 milhões das contas da Capitual, que fazia a ponte da Binance com os bancos do país, conforme o Valor. Esses valores pertencem aos clientes brasileiros e foram gerados com operações de compra e venda na plataforma da empresa estrangeira.

O final de semana também foi agitado com a notícia de que o hedge fund cripto Three Arrows entrou com pedido de falência em Nova York sob o Capítulo 15. A medida protege os ativos do fundo no mercado americano enquanto enfrenta o processo de liquidação ordenada por um tribunal nas Ilhas Virgens Britânicas. Uma empresa estrangeira pode optar por abrir um processo sob o Capítulo 15 da Lei de Falências dos EUA se um pedido de insolvência estiver pendente em outro país.

Investidores e reguladores que buscam rastrear o capital do 3AC dizem que a estrutura complexa da empresa, com entidades offshore, pode dificultar a identificação dos ativos, de acordo com o CoinDesk.

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Com o calote do Three Arrows, também conhecido como 3AC, a plataforma de negociação de criptomoedas Voyager Digital anunciou que interrompeu temporariamente todos os saques, depósitos e negociações devido às “condições atuais do mercado”, disse o CEO da Voyager, Stephen Ehrlich, em comunicado à imprensa.

E nesta segunda-feira (4) mais uma plataforma de empréstimos cripto suspendeu saques. A Vauld, com sede em Singapura, também bloqueou negociações e depósitos enquanto analisa as opções de reestruturação, segundo comunicado. A empresa levantou US$ 25 milhões em uma rodada no ano passado que teve a Coinbase Ventures entre os investidores.

Outro ponto de tensão no mercado são as negociações com a stablecoin Tether (USDT), que mostram uma elevada oferta disponível comparada com suas maiores rivais, um sinal de cautela dos investidores, disse à Bloomberg Edul Patel, CEO da plataforma de investimento cripto Mudrex. Na sexta, a Tether informou que reduziu sua exposição a investimentos mais arriscados, como notas promissórias. E o CEO da Circle, emissora da USDC, negou rumores que circularam no Twitter sobre um possível colapso da stablecoin.

FTX vai às compras

Sam Bankman-Fried, cofundador da exchange cripto FTX US que selou um acordo para comprar a BlockFi, disse à Bloomberg que está aberto a estudar aquisições no setor de mineração de criptomoedas. O bilionário tem resgatado empresas da indústria para evitar um contágio ainda maior durante a atual crise de liquidez de várias plataformas de empréstimo cripto. Na sexta-feira, a FTX assinou um acordo para injetar capital na BlockFi com a opção de adquirir a empresa por US$ 240 milhões.

Agora, o bilionário avalia socorrer mineradoras de criptomoedas em crise que possam ter impacto em plataformas de crédito. “Pode surgir uma oportunidade realmente atraente para nós – definitivamente não quero descartar essa possibilidade.”

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Turbulência na Argentina

O custo de comprar a USDT da Tether com pesos argentinos subiu no sábado (2) depois da renúncia do ministro da Economia, Martín Guzmán, de acordo com o site CryptoYa. A moeda valia 257 pesos argentinos na Binance, um aumento de 6,6%. No domingo (3), o governo anunciou que Silvina Batakis, uma admiradora da vice-presidente Cristina Kirchner, assumirá a pasta, segundo o jornal Clarín.

Dados do portal iPro UP mostram que a Justiça da Argentina já conseguiu confiscar 800 milhões de pesos (US$ 6,3 milhões) de carteiras digitais para pagamento de dívidas fiscais no primeiro quadrimestre deste ano.

Outros destaques

O número de endereços da blockchain do Bitcoin “milionários” – ou seja, com valores que correspondem a mais de US$ 1 milhão – caiu de 108.866 para 25.601, uma queda de 76% entre novembro passado, quando o Bitcoin atingiu sua máxima histórica, até a última sexta-feira (1º). Os dados são do Bitinfocharts.com.

As dez pessoas mais ricas do mundo perderam US$ 250 bilhões (R$ 1,3 trilhão) no primeiro semestre de 2022, de acordo com o Estadão, que cita dados do Índice de Bilionários da Bloomberg. Com a desvalorização do Bitcoin no período, a maior perda foi do CEO da corretora cripto Binance, Changpeng “CZ” Zhao, cujo patrimônio encolheu em US$ 79,3 bilhões (R$ 422 bilhões).

Desde que os clientes da Binance perderam o acesso a saques e depósitos em reais, a participação de mercado da corretora diminuiu nas negociações em Bitcoin e Ethereum no Brasil, conforme dados do Índice de Preço do Portal do Bitcoin e de pesquisas com diversas exchanges. Apesar de se manter na liderança, entre 17 de junho até o dia 29, a fatia da Binance caiu de 57% para 41%. A Novadax foi a que mais cresceu no período — de 5% para 13% do volume negociado. Na sequência, vem Mercado Bitcoin (de 5% para 7%), Bitpreço (17% para 18%) e Foxbit (4% para 5%).

Gestores de fundos cortam as taxas de produtos negociados em bolsa para atrair investidores à classe de ativos em meio ao atual crash das criptomoedas, segundo o Financial Times. O grupo suíço 21Shares lançou um veículo que rastreia o preço do Bitcoin a um custo total de US$ 0,21, comparado às taxas entre US$ 0,40 e US$ 0,70 de produtos da Fidelity e Global X, e muito abaixo do preço de US$ 1,49 cobrado pelo Bitcoin ETP da própria 21Shares.

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A Meta Platforms, dona do Facebook, planeja encerrar o piloto de sua carteira digital Novi, com base na moeda digital Libra, a partir de 1º de setembro. Quando o piloto terminar, usuários não poderão fazer login e acessar suas contas e tampouco adicionar dinheiro a partir de 21 de julho, informou a Dow Jones.

Regulação, Cibersegurança e CBDCs

O Banco Central Europeu vai alertar países da zona do euro nesta semana sobre os perigos de reguladores nacionais se anteciparem às regras pendentes para regular criptoativos na UE, disseram pessoas a par das discussões ao Financial Times. O BCE vai destacar a necessidade urgente de “harmonização” em uma reunião do conselho supervisor na terça-feira, afirmaram as fontes.

Uma decisão da Suprema Corte dos EUA limitou a capacidade da Agência de Proteção Ambiental (ou EPA, na sigla em inglês) de regulamentar emissões de carbono de usinas de energia, o que pode ter impacto nas operações de mineração de Bitcoin e de outras criptomoedas que dependem de fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis.

O presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadéra, lançou a “Sango Coin” como criptomoeda nacional do país em evento virtual transmitido no domingo (3). Segundo Touadéra, a Sango Coin funcionará como “porta de entrada” para os recursos naturais da República Centro-Africana, conforme o The Block.

Em entrevista ao jornal O Globo, o ator e apresentador Luciano Szafir falou sobre o golpe sofrido pela filha Sasha Meneghel e pelo genro, o cantor gospel João Figueiredo. O casal investiu mais de R$ 1,2 milhão no esquema de Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “sheik das criptomoedas”, suspeito de crime contra o sistema financeiro nacional. “Conversei com ela (Sasha) e isso está sendo tratado na Justiça. O responsável não vai ficar impune”, disse Szafir ao Globo.

Metaverso, Games e NFTs

Crianças de 7 a 11 anos que moram no Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro, foram ao Parque Lage na sexta-feira (1º) para ver os desenhos que criaram transformados em tokens não fungíveis e exibidos no evento NFT.Rio. As crianças fazem parte da ONG Educar+ que, em parceria com a Play4Change e o projeto de NFTs de Impacto do MB, lançou a coleção “Metaverso Chapadão”, que incluiu aulas sobre o metaverso e experiências em realidades virtuais.

Também presente ao evento, André Abujamra, músico, compositor e multi-instrumentalista, disse ao Portal do Bitcoin que não teme as novas tecnologias. “Hoje eu tenho feito bastante NFT. Gosto da Solana, mas não é uma das mais descentralizadas, Ethereum também é bom, mas eu queria mesmo era fazer NFT no Bitcoin.”

A canadense NFT Tech anunciou a compra da Sherwa, startup brasileira criada para conectar jogadores e parceiros de partida. O negócio, avaliado em R$ 10 milhões, faz parte da aposta da companhia canadense em criptogames e Web3, informou a Forbes.

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