Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) decola 4% e ultrapassa US$ 28 mil e BC vai exigir presença física de exchanges no Brasil 

Maiores criptomoedas embarcam em um rali nesta segunda-feira (2), seguindo o padrão de ganhos para o mês de outubro
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Foto: Shutterstock

As maiores criptomoedas embarcam em um rali nesta segunda-feira (2), seguindo o padrão de ganhos para o mês de outubro. A expectativa de aprovação de fundos de índice (ETF) lastreados em Ethereum e Bitcoin anima traders, que nesta semana também acompanham de perto o julgamento do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried. 

No mercado de renda variável, os futuros dos EUA reduzem a alta motivada pelo acordo para evitar uma paralisação do governo americano em meio à retomada das vendas de títulos do Tesouro dos EUA, o que impulsiona os rendimentos. 

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O Bitcoin (BTC) avança 4% em 24 horas, para US$ 28.308, segundo dados do Coingecko.   

No ranking do Valor entre as melhores aplicações de setembro, o BTC tem valorização de 3,9% em reais, negociado a R$ 142.397, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) sobe 2,8%, para US$ 1.732,80.  

A gestora Valkryie recuou na decisão de adicionar futuros de Ethereum ao seu ETF de futuros de Bitcoin, pois decidiu aguardar que a aprovação da SEC para lançar o fundo entre vigor. 

Já a Bitwise espera lançar seu ETF de futuros de Ethereum nesta segunda, enquanto Galaxy e Invesco fecharam uma parceria para colocar no mercado um fundo de índice de Ethereum à vista. 

As altcoins também sobem, entre elas BNB (+1,9%), XRP (+0,7%), Dogecoin (+1,7%), Cardano (+3,2%), Solana (+6,1%), Polkadot (+2,1%), Polygon (+2%), Shiba Inu (+1,3%) e Avalanche (+1,6%). 

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Confira aqui as criptomoedas que mais subiram e caíram em setembro. 

Regulação de criptoativos no Brasil 

O Banco Central vai exigir que exchanges de criptomoedas tenham presença física no Brasil, disse na sexta-feira (29) o presidente do BC, Roberto Campos Neto. 

“O que a regulação quer fazer? A primeira coisa, a gente quer regular a corretora para ela estar no Brasil, ter presença física no Brasil”, disse em evento promovido pela 1618 Investimentos em São Paulo, de acordo com informações da Reuters e da Folha de S. Paulo. “Depois, a gente precisa saber que ele [criptoativo] tem lastro”, acrescentou. 

O BC irá disponibilizar nos próximos dias a consulta pública para que a sociedade civil compartilhe suas ideias para a regulamentação do mercado de criptomoedas no país, segundo Nagel Paulino, do departamento de regulação da autoridade monetária. 

E em mais um passo para a o desenvolvimento do mercado de criptoativos brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concedeu a primeira licença para uma empresa do setor de criptomoedas comercializar tokens de renda fixa usando o cadastro de plataforma de crowdfunding. A informação foi adiantada ao Portal do Bitcoin por Bruno de Freitas Gomes, superintendente de Securitização da CVM, segundo o qual o nome da empresa ainda não pode ser revelado. 

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Julgamento de fundador da FTX 

Com o início do julgamento do ex-CEO da FTX previsto para esta terça-feira (3), promotores dos EUA divulgaram no fim de semana a lista de pessoas que irão depor contra Sam Bankman-Fried. 

Embora não tenham sido identificadas, as testemunhas incluem investidores e clientes afetados pelo colapso da exchange cripto em novembro de 2022. 

Entre os selecionados para depor está um cidadão da Ucrânia, que foi identificado apenas como “FTX-Customer 1”, segundo o Decrypt

Apesar de não ter sido citada, quem com certeza prestará depoimento será Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, braço de trading da FTX, e ex-namorada de Bankman-Fried. 

Lewis Kaplan, juiz que preside o caso, proibiu a defesa de SBF de culpar os advogados que trabalharam para a FTX para justificar as decisões tomadas pelo ex-CEO. 

Em um novo capítulo sobre as práticas de Bankman-Fried quando estava à frente da corretora, Michael Lewis, autor do famoso livro “A jogada do Século” e que publica nesta terça (3) uma obra sobre a saga da FTX, revelou em entrevista à CBS no domingo (1) que SBF cogitou pagar US$ 5 bilhões para que Donald Trump não concorresse à presidência dos EUA. 

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E justo antes do julgamento mais aguardado do mercado cripto, o hacker que se aproveitou da crise da FTX em novembro passado para invadir o sistema da exchange e roubar até R$ 3 bilhões em criptomoedas resolveu aparecer, tendo movimentado o equivalente a R$ 52 milhões em ETH no fim de semana. 

Acusações contra cofundador do Terra 

Do Kwon, cofundador da Terraform Labs, admitiu ter falsificado o volume de negociações de sua empresa, mostram documentos da SEC divulgados pelo Decrypt

Um documento da reguladora de 22 de setembro mostra uma troca de mensagens de texto entre Do Kwon e Daniel Chin, fundador do aplicativo de pagamentos Chai, onde Do Kwon lhe diz: “Posso simplesmente criar transações falsas que parecem reais… o que vai gerar taxas”. 

Chin pergunta a Do Kwon o que aconteceria se “as pessoas descobrirem que é falso”, ao que Do Kwon responde: “Não direi se você não contar”. 

Do Kwon está preso em Montenegro sob a acusação de fraudar investidores em meio ao colapso dos tokens Terra e Luna em 2022. 

Quem também está na cadeia é Su Zhu, cofundador do hedge fund cripto Three Arrows Capital (3AC), outra empresa falida no ano passado, que foi detido por autoridades de Singapura na sexta-feira (29).  

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Apesar do impacto no mercado, o CEO da Maple Finance, Sidney Powell, diz que o colapso do 3AC melhorou o perfil dos empréstimos em finanças descentralizadas (DeFi). 

Outros destaques das criptomoedas  

Enquanto enfrenta uma dura batalha com reguladores em seu país de origem, a Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, acelera sua expansão internacional com uma licença para operar em Singapura. A autoridade monetária da cidade-estado já havia concedido uma autorização preliminar à Coinbase no fim de 2022. 

Já a concorrente Gemini vai suspender a oferta de serviços nos Países Baixos a partir de 17 de novembro. A corretora cripto atribuiu a medida “devido às exigências impostas pelo De Nederlandsche Bank (DNB)”, segundo o CoinDesk, que cita um comunicado da empresa. 

A plataforma de negociação cripto Mosaic Exchange e seu proprietário Sean Michael foram acusados pela CFTC dos EUA de comandar um “esquema fraudulento de commodities de ativos digitais”, o que incluía mentir sobre o volume de ativos da corretora e seu histórico lucros, de acordo com comunicado da reguladora. A plataforma e Michael também disseram que tinham uma “parceria” com a BitMEX e Binance, o que não era verdade, disse a CFTC. 

E por falar em Binance, a Paradigm, uma empresa de venture capital, também decidiu apoiar a maior exchange cripto do mundo no processo movido pela SEC. A Paradigm diz que ouro, prata e obras de arte podem agregar valor, mas isso não significa que vendê-los os transforma em valores mobiliários, escreveu a empresa em um “amicus curae” na sexta-feira (29). 

A Circle, emissora da stablecoin USDC que recentemente lançou um protocolo para tokenizar títulos do Tesouro dos EUA, já havia argumentado a favor da Binance com o mesmo tipo de intervenção. 

Akshay Naheta, ex-executivo do SoftBank Group vai abrir uma empresa em Abu Dhabi com foco em uma nova stablecoin, a DRAM, lastreada pela moeda dirham dos Emirados Árabes Unidos, informou a Bloomberg. A plataforma DTR vai operar na zona franca financeira internacional do emirado e contará com a parceria da DRAM Trust, com sede em Hong Kong.