As maiores criptomoedas são negociadas em terreno negativo nesta quarta-feira (17), marcadas pela baixa volatilidade e menor volume de negociação, enquanto algumas altcoins registram ganhos.
No mercado de renda variável, as bolsas europeias abriram em baixa, já os índices futuros dos EUA avançam ainda à espera de uma resolução para o impasse do teto da dívida americana.
O Bitcoin (BTC) recua 0,6% nas últimas 24 horas, para US$ 26.871, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 0,07%, cotado a R$ 133.768, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) segue estacionado, com baixa de 0,5%, negociado a US$ 1.805.
Em uma operação de altíssimo risco no mercado de opções, um trader apostou 60 mil ETH prevendo uma forte volatilidade da segunda maior criptomoeda no curto prazo.
Em sete dias, o Ethereum acumula queda de 1,9%, enquanto o Bitcoin mostra desvalorização de 2,7%. A correlação entre as duas maiores criptomoedas atingiu o menor nível desde 2021, de acordo com o CoinDesk.
XRP vai na contramão e sobe 5,6% nas últimas 24 horas. A Ripple, emissora do XRP, conseguiu uma vitória parcial contra a SEC, a CVM dos EUA, em sua batalha nos tribunais para provar que o token não é valor mobiliário.
Analisa Torres, juíza para o Distrito Sul de Nova York, determinou que a agência não tem o direito de manter documentos relacionados a um discurso de um ex-diretor de finanças corporativas da SEC sob sigilo. Nesse discurso de 2018, William Hinman dizia que, em sua opinião, o Ethereum não é valor mobiliário.
OP, token nativo da Optimism, rede de segunda camada para o Ethereum, também é destaque de alta, com ganho de 4%. A blockchain agendou sua esperada atualização para 6 de junho.
Outras altcoins mostram desempenho misto nesta quarta, com destaque para BNB (-0,4%), Cardano (-0,2%), Dogecoin (+1,6%), Solana (-1,2%), Polygon (+0,2%), Polkadot (+0,5%), Shiba Inu (-0,9%) e Avalanche (-0,7%).
Bitcoin hoje
Apesar do marasmo que marca as negociações com o Bitcoin, os fundos parecem retornar ao mercado de criptomoedas, aponta análise do CoinDesk.
“O recente salto das meme coins, que ocorreu juntamente com um declínio no interesse geral em cripto (conforme medido pelo Twitter e YouTube analytics), sugere que esses influxos de capital são provavelmente o resultado de investidores rotacionando lucros obtidos com o forte desempenho das criptos no acumulado do ano”, disse ao CoinDesk Charmyn Ho, chefe de cripto insights da Bybit.
Ao mesmo tempo, o desempenho de versões tokenizadas de ativos do mundo real, conhecidos pela sigla RWAs (real world assets), já supera os ganhos do Bitcoin e Ethereum no ano, de acordo com novo relatório da Nansen divulgado pelo Decrypt.
A empresa de análise blockchain lançou o índice Real World Asset, que acompanha o desempenho de 22 tokens de governança na rede Ethereum.
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O índice RWA, que tinha um valor de mercado total de US$ 335 milhões em 8 de maio, supera as duas principais criptomoedas, com fortes picos em janeiro e abril.
No relatório, a Nansen cita a expansão de grandes investidores institucionais no mercado de tokenização, como Goldman Sachs, Siemens e Bradesco.
Aliás, outra empresa brasileira também reforçou a aposta no segmento.
A startup AmFi decidiu levar produtos brasileiros de dívida tokenizada para investidores internacionais por meio das chamadas “lending pools”. Ao Valor, Paulo David, CEO da AmFi, disse que a expectativa é movimentar perto de R$ 500 milhões este ano, com grande parte vinda de investidores institucionais estrangeiros.
Marco cripto no Brasil
No Brasil, investidores locais ainda aguardam o decreto do Executivo que vai definir o regulador do setor. A lei 14.478 sancionada no ano passado, que regula o mercado de criptomoedas, entra em vigor em 20 junho.
Mas pelo menos as investigações de pirâmides financeiras com criptomoedas parecem avançar, com a proposta de criação de uma comissão parlamentar de inquérito. Nesta quarta, a Câmara de Deputados vai instalar CPIs para investigar suposta fraude contábil nas Americanas, apostas esportivas e invasões do Movimento dos Sem Terra (MST), segundo o Valor Econômico.
No Reino Unido, parlamentares querem regular a indústria de criptoativos como jogos de azar. E a IOSCO, uma espécie de CVM global, prometeu apresentar em breve um primeiro conjunto de regras internacionais para a indústria de criptoativos., informou a Reuters.
Outros destaques das criptomoedas
Pascal Gauthier, CEO da Ledger, fabricante de carteiras hardware de criptoativos, rebateu as críticas sobre seu novo serviço de recuperação das chaves privadas – que envia fragmentos criptografados das chamadas frases-semente (“seed phrases”) para sistemas de terceiros.
“Vocês estão dizendo que isso não é o que os clientes querem. Na verdade, é isso o que os futuros clientes querem”, disse. “É assim que as próximas centenas de milhões de pessoas realmente vão embarcar em cripto”, afirmou o executivo durante uma sessão no Twitter Space na terça-feira (16).
Em entrevista ao Portal do Bitcoin, Jefferson Rodolfo, CEO da KriptoBR, explicou que a condição de criptografar e dividir a seed em três partes diminui drasticamente qualquer vetor de ataque. E acredita que “uma empresa como a Ledger jamais iria oferecer algo que pudesse colocar em risco seus clientes”.
A regulamentação da inteligência artificial foi tema de debate em Washington na terça-feira. Em audiência no Senado dos EUA, Sam Altman, diretor-presidente da OpenAI, defendeu a criação de um órgão para definir normas para o setor, segundo o Decrypt.
“Eu formaria uma nova agência para licenciar qualquer esforço acima de uma certa escala de capacidades, e que poderia retirar essa licença e garantir o cumprimento dos padrões de segurança”, disse o CEO, acrescentando que a potencial agência deveria exigir auditorias independentes de qualquer tecnologia de IA.
O senador americano Richard Blumenthal abriu a audiência com as seguintes declarações gravadas com sua voz: “Muitas vezes vimos o que acontece quando a tecnologia supera a regulamentação”, disse. “A exploração desenfreada de dados pessoais, a proliferação da desinformação e o aprofundamento das desigualdades sociais.” Mas provocou risadas na plateia, não pelo teor do conteúdo, mas porque quem escreveu o texto foi o ChatGPT, conforme a Bloomberg.
Elon Musk, dono da Tesla e do Twitter, cofundou a OpenAI com Altman, Greg Brockman, Ilya Sutskever, John Schulman e Wojciech Zaremba em dezembro de 2015. O bilionário fez questão de se gabar do feito em entrevista à CNBC: “Sou a razão pela qual a OpenAI existe”, afirmou em referência ao investimento da ordem de US$ 50 milhões na startup que criou o ChatGPT.
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