O rali do Bitcoin teve vida curta, embora algumas altcoins ainda consigam operar no azul nesta sexta-feira (17). A maior criptomoeda acompanha a tendência do mercado acionário global, que perdeu força diante do avanço dos preços ao produtor nos EUA e alertas de juros mais altos por autoridades do banco central americano.
Investidores cripto também reagem a mais notícias no front regulatório, com o processo movido pela SEC contra a Terraform Labs e seu cofundador, Do Kwon, uma transferência de US$ 400 milhões da Binance.US para uma empresa de trading e a saga da Braiscompany no Brasil após a operação da Polícia Federal.
Hackers também continuam em ação, desta vez, causando um rombo de US$ 8,5 milhões no protocolo Platypus, cuja stablecoin USP perdeu a paridade com o dólar.
Depois de ter superado a barreira dos US$ 25 mil, o Bitcoin (BTC) recua 4% nas últimas 24 horas, para US$ 23.663,25. Em reais, o BTC perde 2,7%, negociado a R$ 123.890,26, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Apesar da queda de hoje, William Noble, diretor de pesquisa do Emerging Assets Group que previu o rali de 2020, disse ao CoinDesk que o Bitcoin pode estar a caminho dos US$ 56 mil.
Já o Ethereum (ETH) tem queda de 1,8%, cotado a US$ 1.654,75, segundo dados do Coingecko.
O mercado se pergunta se a segunda maior criptomoeda pode despencar com a liberação dos tokens travados após a próxima atualização da blockchain, enquanto uma pesquisa da Binance Research revela que apenas 31% do ETH bloqueado deve ser rentável.
As principais altcoins operam entre perdas e ganhos, entre elas BNB (-3,5%), XRP (-3,1%), Cardano (-3,2%), Polygon (+4,8%), Dogecoin (-2,9%), Solana (-5%), Polkadot (+1,2%), Shiba Inu (-4,4%) e Avalanche (-4,6%).
Operação contra Braiscompany
Em meio à operação da Polícia Federal, que está à caça dos donos da Braiscompany, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) pediu na Justiça o bloqueio de R$ 45 milhões das contas da empresa e de seus sócios, de acordo com informações do portal G1.
O objetivo é tentar garantir a reparação de danos causados pela Braiscompany, que tem atrasado o pagamento de rendimentos a clientes de seu serviço de “aluguel de criptoativos” e é acusada de criar uma pirâmide financeira de R$ 1,5 bilhão com Bitcoin.
Outra empresa brasileira na mira da Justiça, a GAS Consultoria, fundada por Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, teve a falência antecipada pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, informou o jornal O Globo. Com 127 mil credores e dívida total estimada em R$ 9,9 bilhões, o processo será o maior já conduzido pela Justiça fluminense.
Processo contra fundador do Terra
A SEC, a CVM dos EUA, está processando a Terraform Labs e seu cofundador, Do Kwon, devido ao colapso da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) no ano passado.
A agência reguladora alega que a empresa de Singapura e Kwon captaram bilhões de investidores “oferecendo e vendendo um conjunto interconectado de valores mobiliários de criptoativos, muitos deles em transações não registradas”.
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A SEC acusa a Terraform e Kwon de fraude, venda de valores mobiliários não registrados, venda de swaps baseados em valores mobiliários não registrados e outras irregularidades relacionadas.
O processo alega que Kwon e a Terraform trabalharam com uma empresa de trading dos EUA, que não foi identificada, para restaurar a paridade da UST depois que stablecoin despencou para quase 10 centavos de dólar em maio de 2021.
Transferência da Binance.US
Outra empresa de trading sendo investigada por reguladores dos EUA por seus vínculos com a Binance, maior exchange cripto do mundo, é a Merit Peak.
Reportagem da Reuters revelou que a corretora transferiu cerca de US$ 400 milhões da conta da Binance.US – uma empresa supostamente independente – no banco Silvergate para a Merit Peak, que teria o CEO Changpeng Zhao como gestor, como mostrado em documento, de acordo com a agência de notícias.
Os valores teriam sido transferidos nos primeiros três meses de 2021. A Reuters não conseguiu determinar o motivo das transferências ou se parte do dinheiro pertencia a clientes da Binance.US.
Quando procurada pela Reuters, uma porta-voz da Binance.US, Kimberly Soward, não respondeu às perguntas sobre as transferências detalhadas nos registros bancários. Em comunicado, disse que a reportagem da Reuters usou “informações desatualizadas”, sem dar mais detalhes.
Mas, em comunicado na noite de quinta-feira (16), a Binance.US afirmou que a empresa é submetida a auditorias regulares e reconheceu que a Merit Peak supostamente teria recebido mais de US$ 400 milhões de uma conta operada na plataforma em 2021.
“Embora houvesse uma formadora de mercado chamada Merit Peak que operava na plataforma Binance.US, esta interrompeu todas as atividades na plataforma em 2021”, tuitou a empresa em resposta à reportagem da Reuters.
Outros destaques das criptomoedas
No Brasil, a CVM autorizou a Vórtx QR Tokenizadora a emitir e negociar tokens de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA) no âmbito do “sandbox”, segundo o Valor. A agência também aprovou a participação da Vórtx QR no sandbox por mais um ano. Carlos Ratto, CEO da tokenizadora, disse que a ideia é testar nos próximos meses a digitalização desses e de outros instrumentos de dívida e levá-los para um público maior de investidores.
O protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Platypus Finance sofreu um ataque do estilo “flash loan” (um empréstimo sem garantia) na quinta-feira, tuitou a empresa de segurança blockchain CertiK. O rombo estimado é de cerca de US$ 8,5 milhões. A Platypus USD (USP), a stablecoin do protocolo, perdeu a paridade com o dólar como resultado da invasão, caindo para 48 centavos de dólar, de acordo com o CoinGecko. “Por enquanto, todas as operações estão pausadas até obtermos mais clareza”, disse um membro da equipe do Platypus.
O maior credor no longo processo de recuperação judicial da exchange Mt Gox optou por um pagamento antecipado em Bitcoin em vez de moeda fiduciária, aliviando algumas preocupações sobre o impacto no preço do token. O Mt Gox Investment Fund escolheu um pagamento antecipado em setembro deste ano, disse uma pessoa a par do assunto à Bloomberg. O fundo decidiu não esperar que todos os litígios em torno da exchange sejam resolvidos, o que pode levar até nove anos, disse a pessoa.
No metaverso, o Carnaval já começou. O Rio de Janeiro vai contar com pelo menos dois eventos este ano com temas em criptomoedas e no metaverso, sendo um presencial e o outro virtual, cujas iniciativas querem mostrar que a celebração brasileira também pode ser uma mostra de inovação e de apoio a projetos socioeducativos. O encontro no metaverso, promovido em parceria entre Upland e a Estação Primeira de Mangueira, já vem ocorrendo desde a última sexta-feira (10).
“Os foliões do metaverso poderão assistir a um documentário sobre os bastidores do desfile da Verde-e-Rosa que, neste ano, traz o samba-enredo ‘As Áfricas que a Bahia Canta’, em homenagem aos blocos-afro da Bahia como Araketu, Olodum e Ilê Aiyê”, descreve a nota.
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