A Core Scientific, maior mineradora de bitcoin do mundo por capacidade de produção, está ficando sem dinheiro. É o que revela um documento enviado na quarta-feira (26) à CVM dos EUA, a SEC, no qual a empresa diz que pode esgotar seu caixa até o final do ano – ou até mesmo mais cedo.
Para tentar poupar o escasso dinheiro, a companhia decidiu deixar de fazer os pagamentos com vencimento no final de outubro e início de novembro em relação a vários de seus equipamentos e financiamentos, incluindo suas duas notas promissórias.
Esse calote coloca a sobrevivência da Core Scientific numa situação delicada. “Dada a incerteza em relação à condição financeira da empresa, existem dúvidas substanciais sobre a capacidade da empresa de continuar operando por um período de tempo razoável”, diz trecho do documento enviado à SEC – um alerta sobre uma possível falencia.
Isso pode colocar a empresa como alvo de uma série de processos por parte dos credores, como ela própria já antecipa:
“Os credores sob essas linhas de dívida podem exercer recursos após quaisquer períodos de carência aplicáveis, incluindo optar por antecipar o valor principal de tal dívida, processando a companhia por falta de pagamento ou tomando medidas com relação à garantia.”
Se chover processos, a Core Scientific já avisa que sua situação financeira vai piorar e impedir que ela pague outros contratos de dívida, incluindo duas séries de notas conversíveis com vencimento em 2025, e os potenciais recursos dos credores sob tais contratos.
A possível falência da Core Scientific
As ações da Core Scientific (CORZ) registram uma queda de cerca de 75% nas negociações de pré-mercado dos EUA, mostrando que parte dos investidores começaram a se movimentar frente ao temor de falência da empresa.
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“No caso de um processo de falência ou insolvência, ou reestruturação de nossa estrutura de capital, os detentores de ações ordinárias da companhia podem sofrer uma perda total de seu investimento”, alerta o documento da Core Scientific.
A empresa lista a série de fatores que a levaram a essa atual crise, citando a queda prolongada no preço do bitcoin, o aumento nos custos de eletricidade, o aumento do hashrate da rede global bitcoin do bitcoin (maior concorrência) e o litígio com a empresa de empréstimos cripto, Celsius, e suas afiliadas.
A Core Scientific garantiu que nos últimos meses, tomou uma série de ações para tentar frear a possível falência, como diminuir os custos mensais, atrasar as despesas de construção, reduzir e atrasar as despesas de capital e aumentar as receitas de hospedagem.
Em paralelo, a empresa tenta retomar o controle das contas contratando consultores jurídicos e financeiros para auxiliá-la na criação de potenciais iniciativas para melhorar a liquidez.
Até essa semana, a Core Scientific tinha aproximadamente US$ 26,6 milhões em dinheiro em caixa, além de 24 bitcoins, equivalente a US$ 2,6 milhões na cotação de hoje da moeda. Isso representa uma queda significativa dos 1.051 bitcoins que a Core Scientific tinha no final de setembro, sinalizando que a empresa vendeu a criptomoeda na baixa para conseguir se manter em operação.
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