Pelo menos seis carros do fundador do Bitcoin Banco, Claudio Oliveira, foram apreendidos na tarde desta terça-feira na sede da empresa. Os veículos, incluindo um Porsche e uma Maserati, serão guinchados e removidos do local. A operação ainda está em andamento e segue para a casa de Oliveira.
O ‘confisco’ dos carros é consequência de uma decisão do Tribunal do Espirito Santo, que ordenou o arresto de 22 veículos de Oliveira e pessoal ligadas a ele. Na decisão, o juiz Carlos Magno Moulin Lima autorizou o uso de força policial para acompanhar os oficiais de Justiça e o advogado do caso, Leonardo Schuler.
O magistrado também citou o vídeo no qual Oliveira está dirigindo um dos carros que estavam restritos. As imagens, que circularam no dia 17, mostram Oliveira com um cliente, que gravou o vídeo, e dois amigos, entres eles o conhecido Jairo. Para o juiz, os comentários foram ofensivos ao Direito e à Justiça:
“Acompanhado de mais três pessoas que, espontaneamente, filmavam os fatos em análise, [Claudio Oliveira] estava proferindo, na referida ocasião, palavras de ironia, sarcasmo e deboche em virtude do ato decisório oriundo deste Juízo, gabando-se quanto ao fato de estar dirigindo um veículo ‘bloqueado'”.
A mesma peça autoriza que os autores da ação, caso arquem com os custos, a levar os carros de luxo em um caminhão-cegonha para o Espírito Santo. O advogado confirmou ao Portal do Bitcoin que os veículos serão levados para Vila Vilha, onde ficarão em juízo.
Conforme a assessoria de imprensa do Bitcoin Banco, a empresa vai recorrer da decisão.
Parte dos automóveis estava bloqueada (isto é, não poderiam ser vendidos ou transferidos) desde o final de junho. Na decisão, o juiz incluiu uma série de empresas recém-descobertas e que não haviam sido citadas no processo inicial. Uma delas é a Climb, onde foram encontrados os veículos, criada em sociedade com Lucinara, a esposa de Cláudio.
Outras duas empresas, ambas com o casal como sócio, também foram encontradas e incluídas. A Advanced, cuja atividade principal é consultoria em gestão, data de 31 de janeiro deste ano. A outra é a OSK Global, fundada no dia 14 de maio — três dias antes dos saques começarem a travar nas exchanges ligadas ao Bitcoin Banco (NegocieCoins, Tem BTC e BAT).
Bloqueio a sócios do Bitcoin Banco
No mesmo processo, proposto pelo advogado Leonardo Schuler, o juiz concedeu o bloqueio das contas individuais de 11 pessoas ligadas às diversas empresas do grupo, entre elas Heloisa Ceni, vice-presidente do Bitcoin Banco; o diretor-jurídico e advogado, Ismair Couto; o próprio Cláudio Oliveira e sua esposa, Lucinara.
Antes disso, o juiz da 4ª Vara Cível de Vila Velha (ES) havia determinado que fosse efetuado o bloqueio das contas das empresas do grupo Bitcoin Banco no valor de R$ 6.475.931,03.
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