A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou denúncia contra um grupo de quatro pessoas suspeitas de criar uma pirâmide financeira que alegava conseguir gerar altos retornos com investimentos em criptomoedas. Com delitos em várias cidades, mas principalmente em São Leopoldo (onde era a sede da empresa) e Campo Bom (RS), os denunciados agiram entre maio de 2019 e outubro de 2020.
A ação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) é voltada contra o sócio-administrador da empresa, a esposa dele, que se apresentava como responsável financeira, um operador técnico e uma sócia minoritária. Os nomes não foram divulgados.
A denúncia por organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e crime contra e economia popular foi aceita pela 1ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
O MP-RS informa que em apenas dois casos as vítimas perderam R$ 780 mil e R$ 400 mil. Além disso, a lavagem de dinheiro foi de mais de R$ 335 mil, dizem os promotores.
Como funcionava a pirâmide
O MP ressalta que o esquema consistia em mera especulação financeira por meio dos investimentos das vítimas com a promessa de elevados rendimentos no mercado de criptoativos.
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O sócio-administrador também tinha a função de captar investidores, ou seja, futuras vítimas, prometendo rendimentos fixos de 10% para investimentos inferiores a R$ 100 mil e de 12% para investimentos superiores a este valor.
Para atrair as vítimas, os criminosos reforçavam suposta relação com uma família vinculada à política e meios de comunicação fora do Estado, bem como promoviam almoços e eventos chamados de “Bitconfra” e ainda anunciavam que iriam integrar o Parque Tecnológico da Unisinos.
Comissões eram oferecidas para quem indicasse novos clientes e licenças da empresa, informando que a região da Serra gaúcha teria um forte potencial para novos investimentos. Segundo a denúncia, os suspeitos ainda ostentavam nas redes sociais em restaurantes, viagens e com bens luxuosos.
Após um tempo, o dinheiro destinado à remuneração dos investidores não foi mais repassado e eles passaram a pressionar, bem como denunciar os responsáveis pelas empresas. Os criminosos, durante a apuração, foram alvo da Operação Bitstar do MP-RS.
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