Imagem da matéria: Justiça dos EUA acusa ex-executivo da OpenSea de lucrar com ‘Insider Trading’
Foto: Shutterstock

O FBI e o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) prenderam e acusaram Nate Chastain, ex-gerente de produto da OpenSea, de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro por supostas transações que fez usando informações internas de quais coleções de NFT seriam apresentadas na página inicial da plataforma.

Cada acusação que Chastain enfrenta pode acarretar em uma pena máxima de 20 anos de prisão.

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O CEO da OpenSea, Devin Finzer, disse ao Decrypt no passado que algumas negociações  suspeitas de NFTs feitas pelo ex-executivo foram “mal enquadradas” como insider trading. 

Nesta quarta-feira (1º), o Departamento de Justiça acabou com o debate afirmando se esses negócios se tratavam de insider trading.

Esse termo se refere a uma prática ilegal na qual o funcionário de uma empresa usa informações privilegiadas para lucrar em uma negociação e sair na frente de traders concorrentes — e que não tem acesso às mesmas informações.

“Com o surgimento de qualquer nova ferramenta de investimento, como tokens não fungíveis (NFT) baseados por blockchain, há aqueles que explorarão vulnerabilidades para seu próprio ganho”, disse Michael J. Driscoll, diretor assistente do FBI encarregado, no comunicado. 

“O FBI continuará perseguindo de forma agressiva os atores que optam por manipular o mercado de qualquer maneira”, garantiu o agente.

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Trade ilegal de NFT

O DOJ, que trabalhou com o escritório de Nova York do FBI nas investigações, alega que, entre junho e setembro passado, Chastain comprou secretamente dezenas de NFTs pouco antes de serem programados para serem apresentados na página inicial do OpenSea, o maior mercado de NFTs da atualidade.

Como parte do papel de Chastain como gerente de produto, disseram os investigadores, ele era responsável por selecionar quais coleções seriam apresentadas.

Depois que esses NFTs eram expostos e valorizados pelo destaque recebido, o executivo os vendia por “duas a cinco vezes seu preço de compra inicial”. Ele usava contas anônimas e carteiras de criptomoedas para ocultar as transações, segundo os investigadores.

Em setembro, apenas uma semana depois que Chastain se demitiu da OpenSea após a descoberta de uma das carteiras que ele usava para movimentar os NFTs, o CEO da empresa se opôs a chamar as ações de Chastain de “insider trading”.

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“Acho que houve um mau enquadramento como insider trading”, disse Finzer ao editor-chefe da Decrypt, Dan Roberts, e ao editor executivo, Jeff John Roberts, na conferência Messari Mainnet. “Não vemos NFTs como ativos financeiros, então isso não se aplica. Isso é uma coisa muito específica”, justificou.

Dessa vez, a OpenSea não respondeu aos pedidos de comentários do Decrypt.

As consequências

A prisão e os processos judiciais provavelmente prejudicarão o novo projeto de Chastain, que se descreve como “uma plataforma de comércio social projetada por talentos do Instagram e OpenSea”.

Em março, materiais de apresentação vistos pelo CoinDesk revelaram que Chastain estava retornando à indústria com um novo empreendimento chamado Oval

A plataforma de NFTs pretendia levantar US$ 3 milhões em financiamento inicial com uma avaliação de US$ 30 milhões em fevereiro, revisada em relação a uma meta anterior de levantar US$ 7,5 milhões em uma avaliação de US$ 50 milhões.

Efeitos no mercado

Mesmo antes da prisão e abertura da acusação, a controvérsia sobre a saída de Chastain da OpenSea teve efeitos duradouros.

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Em abril, após crescentes preocupações de que os traders estivessem aproveitando o processo de listagem pública da empresa, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, publicou uma postagem no blog descrevendo novas políticas. 

Uma das principais mudanças foi a decisão de deixar de divulgar uma shortlist de ativos que estavam sendo considerados para listagem na corretora.

Embora ele não tenha abordado isso diretamente, o post parecia ser uma reação às alegações de que um trader conseguiu obter acesso a uma lista de moedas que a Coinbase estava pensando em adicionar à sua plataforma antes que essa lista fosse divulgada em um blog da empresa.  

O trader em questão conseguiu comprar US$ 400 mil em tokens na lista da Coinbase um dia antes de seu preço aumentar 42%.

*Traduzido com autorização do Decrypt.co.

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