STJ dá razão ao Bradesco e mantém conta da Foxbit encerrada
(Foto: Shutterstock)

Três funcionários do Bradesco são apontados como integrantes de um grupo que usava bitcoin como pretexto para dar golpes, a partir de um suposto “clube de investidores”.

A caso veio à tona após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) dar ganho de causa a uma investidora que decidiu processar o grupo.

Publicidade

Segundo o processo, a investidora Isildinha Bezerra da Silva Xavier de Melo aportou um total de R$ 12 mil no suposto clube, entre maio e junho de 2018. O valor foi depositado na conta de um dos réus, identificado como Bruno Medeiros da Silva, na Caixa Econômica Federal.

Além de Silva, o grupo contaria com outros três integrantes, todos descritos no processo como funcionários do banco Bradesco.

O fato de os quatro integrantes afirmarem trabalhar com o mercado financeiro — o processo não menciona a ocupação de Silva — foi visto por Isildinha como um indício de que o investimento poderia ser seguro. Essa escolha, no entanto, não demorou muito para se provar equivocada.

Sumiço do réu e do dinheiro

Consta no processo que “durante certo período, o réu [Silva] criou um grupo de WhatsApp para dar informações gerais aos demais aplicadores, porém, sempre que a requerente solicitava o resgate de seus rendimentos o requerido apresentava evasivas”.

Ainda de acordo com os autos, em nenhum momento Silva forneceu à autora da ação qualquer comprovação da real aplicação dos valores — seja em corretora de criptomoeda ou em uma carteira digital específica. 

Publicidade

Já em agosto, pouco mais de dois meses após a realização dos aportes, Isildinha afirmou que não conseguiu mais falar com Silva — nem diretamente, nem pelo grupo de WhatsApp. Como saída, ela passou a tentar contato com Max, que negou qualquer participação na gestão dos valores.

Ao final, segundo a ação, Isildinha teria um total de R$ 14.608,52, em valores corrigidos, para reaver junto ao suposto “clube de investidores”.

O que a Justiça decidiu

Após analisar os autos, o juiz Lincoln Antônio Andrade de Moura, da 10ª Vara Cível do TJ-SP, deu ganho de causa à investidora e obriga os réus a prestarem contas do dinheiro. A sentença veio à revelia, já que o réu não se manifestou.

“Todo aquele que administra bens ou negócios de outro tem o dever de prestar contas de suas atividades. Não há dúvida de que o requerido, in casu, está incluído entre aqueles que têm o dever de prestar contas, quando solicitado”, disse o juiz.

Publicidade

Na mesma decisão, Moura ainda remete cópia do processo à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para apuração de outras irregularidades por parte dos réus.

O que diz o Bradesco

Procurado pela reportagem, o Bradesco informou via assessoria de imprensa que “não é parte na ação judicial” e não fez mais comentários sobre o assunto.

VOCÊ PODE GOSTAR
Policial vasculha casa de acusado de peculato com criptomoedas

Ex-secretário desvia R$ 400 mil de prefeitura e usa criptomoedas para ocultar fundos

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu na terça-feira (8) um mandado…
moeda de bitcoin com bandeira do brasil ao fundo (1)

Bitcoin pode ajudar Brasil a fazer investimentos em infraestrutura e educação, diz membro do governo Lula

“Precisamos refletir: que mundo é este que estamos após a crise de 2008? É a resposta que o Bitcoin busca oferecer”, diz Pedro Guerra
Celular com logotipo da Receita Federal sobre notas de reais

Veja como declarar ETFs de criptomoedas no Imposto de Renda 2025

B3 alerta sobre o que é preciso informar à Receita e quais cuidados ter com rendimentos e tributação
Eike Batista posa para foto

CVM determina que Eike Batista e grupo empresarial pare de vender a criptomoeda $EIKE

Em fevereiro, o empresário anunciou o Eike Token ($EIKE) para supostamente financiar uma empreitada no setor energético