SBF da FTX no Congresso dos EUA
Criador da FTX, Sam Bankman-Fried no Congresso dos EUA (Foto: Reprodução)

O juiz Lewis Kaplan, responsável pelo julgamento do criador da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), se irritou durante a sessão de quarta-feira (18) com a falta de clareza das testemunhas ouvidas, criticando os promotores que convidaram os depoentes daquele dia.

De acordo com o site CoinDesk, ao final da sessão Kaplan sugeriu que ter ouvido aquelas testemunhas foi uma “perda de tempo” e disparou aos promotores: “Isso é uma piada”.

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As testemunhas que irritaram o juiz foram a ex-lobista da FTX, Eliora Katz, e um funcionário do Google chamado Cory Gaddis. Segundo o site, seus depoimentos sem brilho duraram pouco mais de uma hora. Em determinado momento, o juiz chegou a comparar Katz com um manequim.

Isso porque durante todo o depoimento, a ex-FTX parecia desconcertada e ficava murmurando variações de “não sei de nada e não trabalhava na FTX naquela época” (antes de abril de 2022) em resposta a quase todas as perguntas.

Quando ela passou a ler documentos, foram apenas declarações já públicas, tweets e trechos dos autos do tribunal, contudo em grande número, o que irritou mais ainda o juiz.

Apesar disso, o depoimento de Katz acabou trazendo um contraste entre os comentários públicos de SBF e que realmente acontecia na FTX a portas fechadas, segundo o CoinDesk.

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O depoimento de Gaddis parece ter sido ainda pior. O executivo foi convocado para falar sobre documentos legais que o Google recebe e sobre metadados. No final, ele demonstrou que não sabia de nada.

Depois que o júri deixou a sala, relata o Coindesk, Kaplan criticou os promotores por terem feito Gaddis voar do Texas a Nova York para interrogá-lo por apenas 10 minutos e dizer nada de valor.

“Temos 18 pessoas dedicando tempo a este caso, e é realmente um crime o que você está fazendo com elas”, teria resmungando Kaplan. “Os advogados deveriam fazer um pouco melhor do que isso – e estou falando com os dois lados.”

Julgamento de Sam Bankman-Fried e FTX

O processo de julgamento de SBF, que investiga supostos crimes que levaram ao colapso da corretora, segue até o próximo dia 26, quando o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) deve encerrar o caso. Enquanto isso, frases marcantes de depoimentos anteriores revelam toda a audácia de SBF nas decisões tomadas na FTX e na Alameda Research.

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Uma das frases marcantes foi dita na última segunda-feira (16) pelo ex-chefe de engenharia da FTX, Nishad Singh, em seu depoimento. “Cinco anos de sangue, suor e lágrimas acabaram sendo por algo maligno”, disse Singh, que também alegou ter passado por um “grave sofrimento emocional” nos dias que antecederam o fracasso da empresa.

A outra peça-chave no julgamento é Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research e ex-namorada de SBF. Ela foi ouvida recentemente pelos promotores, ocasião em que afirmou que SBF a mandou desviar “bilhões” em fundos da FTX.

O que pesou ainda mais sobre SBF foi o depoimento Peter Easton, professor de contabilidade da Universidade de Notre Dame. Ele foi contratado pelo DoJ para rastrear os bilhões de dólares entre a Alameda e a FTX. 

Segundo trecho compartilhado pelo CoinDesk, quando perguntado se a FTX teria desviado fundos de clientes, Easton respondeu: “Oh, yes”. O professor afirmou ainda que esses recursos foram reinvestidos em imóveis, empresas e doações para ONGs e políticos. 

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