O jornalista russo Andrei Zayaki, que atua nos meios de comunicação de forma independente, foi preso no último domingo (28) por autoridades de Moscou. Segundo a agência AP News, os agentes do governo consideraram crime uma doação de 1.000 rublos em criptomoedas (cerca de R$ 80) feita por ele a uma organização considerada “extremista” pelo governo do presidente Vladimir Putin, a Fight Against Corruption (FBK).
No ano passado, um tribunal classificou a FBK — fundação para o combate à corrupção — e todos os escritórios regionais como extremistas e proibiu a atuação da entidade em solo russo, explica a agência.
De acordo com a publicação, Zayakin passou o domingo em uma cela e no dia seguinte foi levado a um tribunal da capital, que decidiu privá-lo de acesso à internet, telefone e obrigação de recolher-se entre 20h e 8h, além de não poder se comunicar com outras pessoas investigadas.
Por conta da condição da FBK diante do governo, as autoridades entenderam que Zayakin cometeu um crime ao enviar criptomoedas como apoio financeiro. Isso porque a fundação foi criada pelo líder da oposição do governo russo, Alexei Navalny, também preso no ano passado.
Portanto, a entidade, que tem mais de dez anos de sua criação, foi declarada inimiga do governo e por isso o jornalista, se condenado, pode pegar oito anos de prisão.
Líder preso na solitária
Acerca de Aleksei Navalny, o político e advogado está preso em penitenciária a cerca de 260 quilômetros de Moscou na condição de solitária. Segundo o site UOL, ele foi preso em janeiro do ano passado ao retornar da Alemanha, onde se recuperou de um envenenamento. Ele atribuiu o suposto crime ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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Em sua última declaração pública, feita no Instagram na segunda-feira (30), escreveu:
“A questão é que sou politicamente ativo demais para um preso. Eles estão muito irritados com o sindicato que criei… E o que realmente enlouquece o Kremlin é o trabalho [de nossa equipe] em empurrar a lista de 6.000 oligarcas, funcionários corruptos e belicistas que serão punidos com sanções [internacionais]”.
Navalny, que concorreu à presidência do país, conclui o post:
“É um armário infernal e um lugar desagradável em todos os aspectos. Mas há coisas na vida mais importantes do que o conforto. Não importa quanto tempo eu tenha que sentar aqui, não vou desistir do que acredito ou do que faço com meus apoiadores”.
No Twitter, uma publicação mostra Navalny atrás das grades.
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