Os irmãos Anton e James Peraire-Bueno, ex-alunos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foram presos na última terça-feira (14) em Boston e Nova York sob acusações de roubo relâmpago na rede Ethereum. Segundo comunicado do Departamento de Justiça (DoJ) na quarta-feira (15), acusados operaram ilegalmente um esquema complexo que lhes rendeu US$ 25 milhões em criptomoedas (cerca de US$ 130 milhões) em apenas 12 segundos.
De acordo com os promotores, os irmãos Peraire-Bueno teriam identificado uma vulnerabilidade na blockchain Ethereum que permite que bots terceirizados identifiquem transações de criptomoedas pendentes de alto valor antes de serem adicionadas à rede e então passado por validadores.
“Através do Exploit, que se acredita ser o primeiro desse tipo, Anton Peraire-Bueno e James Pepaire-Bueno manipularam e adulteraram o processo e os protocolos pelos quais as transações são validadas e adicionadas ao blockchain Ethereum”, diz o comunicado. Ao fazê-lo, ressaltaram, ele obtiveram acesso fraudulento a transações privadas pendentes e usaram esse acesso para alterar certas transações e obter a criptomoeda das suas vítimas.
Procurador questiona integridade da blockchain Ethereum
“Depois que eles colocaram seu plano em ação, o roubo levou apenas 12 segundos para ser concluído. Este suposto esquema era novo e nunca havia sido acusado antes”, disse o procurador do Distrito Sul de Nova York e autor da denúncia, Damian Williams, que considerou o questionamento da integridade da tecnologia blockchain.
“Como alegamos, o esquema dos réus questiona a própria integridade da blockchain. Os irmãos, que estudaram ciência da computação e matemática em uma das universidades mais prestigiadas do mundo, supostamente usaram suas habilidades especializadas para manipular os protocolos nos quais milhões de usuários do Ethereum em todo o mundo”, comentou oprocurador.
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“E assim que colocaram o plano em ação, o assalto levou apenas 12 segundos para ser concluído. Este suposto esquema era novo e nunca havia sido acusado antes”, acrescentou Williams, que reforçou a denúncia em um post no X.
“Não importa quão sofisticada seja a fraude ou quão novas sejam as técnicas utilizadas para a concretizar, os procuradores de carreira deste gabinete serão incansáveis na perseguição de pessoas que atacam a integridade de todos os sistemas financeiros”.
Após o roubo, diz o DoJ, os irmãos teriam supostamente criado empresas de fachada para lavar os fundos roubados, bem como os espalharam as criptomoedas em várias carteiras de de diversas exchanges estrangeiras.
Anton e James, que agora são acusados de conspiração para cometer fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, compareceram separadamente em tribunais federais de Nova York e Boston na tarde da quarta-feira (15), onde juízes estabeleceram suas fianças em US$ 250 mil cada, além de proibi-los de negociar criptomoedas, títulos e commodities.
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