Huobi, a terceira maior exchange de criptomoedas do mundo em volume, está tentando voltar ao mercado brasileiro ao permitir que os clientes da região usem real para comprar Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC) e EOS.
De acordo com o comunicado à imprensa, a moeda local agora está disponível no serviço Quick Buy/Sell da Huobi graças à parceria da corretora com a Latamex, o gateway de pagamento da Settle Network focado na América Latina. A plataforma também vai aceitar peso argentino e mexicano para atender os países vizinhos.
O serviço está disponível na plataforma desde a última sexta (20) e durante o primeiro mês, a exchange não cobrará taxas dos usuários que comprarem criptoativos com as moedas locais. Para utilizar os serviços, o cliente da Huobi deve vincular sua conta à Latamex e acessar o site da processadora para finalizar os pedidos e realizar a transferência bancária.
“Ampliar nossa presença nessa região é uma progressão natural à medida que expandimos nossos serviços para atender às necessidades das pessoas em todo o mundo”, disse em nota Jeff Mei, diretor de estratégia global da Huobi.
A outra passagem da Huobi no Brasil
Essa não é a primeira vez que a Huobi tenta se aventurar no mercado brasileiro. Em maio de 2018, a exchange lançou com discrição a sua filial no Brasil, com direito a escritório em São Paulo. Naquele ano, representantes da empresa foram vistos distribuindo cartões durante a VI Bitconf em busca de nomes conhecidos do setor para formar uma equipe local.
No entanto, com menos de seis meses em operação no país, a Huobi demitiu 60% dos funcionários por razões que, naquele momento, não ficaram claras. “Em setembro a equipe estava fechada. Em outubro, decidiram não seguir com as operações locais. Foi uma ordem que veio da matriz”, disse naquela época um dos funcionários demitidos ao Portal do Bitcoin.
Em junho de 2019, o então CEO da Huobi Brasil, Frank Tao, também saiu da empresa. A reportagem tentou contatar o antigo diretor e a equipe da Huobi para saber como estão as operações da exchange no país e se existem representantes na região, mas até o fechamento da matéria, não obteve resposta.
Novas parcerias
Agora em 2021 a exchange tenta atrair mais uma vez o público brasileiro, aparentemente sem construir uma equipe local, mas através da parceria com a empresa argentina Settle Network, que possui uma das maiores redes de liquidação de ativos digitais da América Latina.
A empresa já fez parcerias importantes no mercado e foi a responsável por ajudar a Binance a processar pagamentos em real quando a corretora chegou no país pela primeira vez no final de 2019, embora o projeto tenha sido descontinuado mais tarde. A OKEx também utilizou os serviços da empresa para incluir o real na sua plataforma em julho de 2020.
A Settle Network chegou a lançar no final do ano passado uma stablecoin vinculada ao real brasileiro (BRLT) e outra ao peso argentino (ARST), ambas emitidas na rede da Stellar, após receber um investimento de US$ 3 milhões do projeto por trás da criptomoeda XLM.