Primeiro ETF de criptomoedas listado na bolsa de valores de São Paulo, o HASH11 já acumula perda de 50% nos últimos 12 meses. O produto entrou para a B3 no dia 23 de abril de 2021 e é gerido pela Hashdex.
Na estreia, o ETF da gestora brasileira era cotado a R$ 52,65. Pouco mais de um ano depois, R$ 26,86 por cota.
O HASH11 teve seu auge no dia 10 de novembro do ano passado, registrando uma alta de 35% — naquele dia o Bitcoin (BTC) estava cotado em US$ 65 mil.
O produto da Hashdex foi um sucesso de captação. Dois meses após sua estreia, já era o segundo maior ETF da bolsa brasileira com 129 mil cotistas, perdendo apenas para o IVVB11, que replica o Índice S&P 500.
No dia 4 de maio de 2021, uma semana após ser lançado, bateu em R$ 1 bilhão de captação.
Foi um marco importante: pela primeira vez os investidores brasileiros puderam se expor às criptomoedas de forma direta na bolsa de valores.
Incluído na cesta do Itaú
Em abril desse ano, o HASH11 foi escolhido como um dos componentes do primeiro produto cripto do banco Itaú.
O fundo do Itaú foi originalmente composto por ETF HASH11 (35%), que representa a cesta de criptoativos do NCI; ETF BITH11 (20%), um produto 100% bitcoin; ETF WEB311 (18%), que aposta na infraestrutura (smart contracts) da internet do futuro; DEFI11 (16%), que investe em finanças descentralizadas; e, por fim, ETF ETHE11 (11%), que aporta 100% dos recursos em ethereum.
Abílio Diniz como cotista
Um dos cotistas mais famosos é a gestora de multimercados O3 Capital, criada pela holding de investimentos Península Participações, que pertence ao empresário Abilio Diniz.
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Segundo o CIO da O3 Capital, Daniel Mathias, que falou ao Infomoney em julho do ano passado, a posição da gestora na cesta de criptomoedas é de apenas “perto de 0,25% do risco total do portfólio”. Ele acredita que não estar atento e aberto a compreender o potencial das novas tendências, ou seja, a criptoeconomia por exemplo, pode ser mais perigoso do que se expor aos poucos, como a empresa faz agora.
Réplica do Nasdaq Crypto
A cesta pioneira HASH11 tem como objetivo replicar o Nasdaq Crypto Index (NCI) e, segundo a gestora, “busca refletir globalmente o movimento do mercado de criptoativos, oferecendo exposição diversificada, com custódia segura, liquidez e simplicidade para portfólios de todos os tamanhos”.
A maior criptomoeda em valor de mercado representa 67,35% da cesta. O restante é composto por: Ethereum (ETH) 30,14%, Litecoin 0,65%, Chainlink 0,41%, Bitcoin Cash 0,40%, Axie Infinity 0,21%, Uniswap 0,23%, Stellar 0,30%, Filecoin 0,17% e The Sandbox 0,14%.
A taxa de administração do HASH11 é 0,3%.
O indicador é rebalanceado a cada três meses e as mudanças mostram que houve uma guinada para uma menor exposição ao Bitcoin e aumento de Ethereum.
Em junho ano passado a composição era: Bitcoin (80,37%), Ethereum (16,35%), Litecoin (1,19%), Chainlink (0,94%), Bitcoin Cash (0,64%), Stellar Lumens (0,50%), Filecoin (0,64%), Uniswap (0,90%).
O que são ETFs
Fundos de Índice são também conhecidos como ETF (Exchange Traded Fund, em inglês). Conforme a economista Marina Luz explicou em artigo no Portal do Bitcoin, esses produtos financeiros são fundos de investimento cujas cotas são listadas para negociação em bolsas de valores.
“Os ETFs buscam replicar a performance de um índice por meio da aquisição de uma cesta de ativos que compõem o índice de referência. Comprar uma cota, representa investir em todos os ativos que representam o índice de referência nas mesmas proporções”, disse Luz.
A gestão de um ETF é considerada passiva, pois os ETFs seguem apenas um índice de referência e por isso as taxas de administração são bem mais baixas que as praticadas pelos fundos de investimento.