Imagem da matéria: Hackers se unem à Polícia Federal em investigação contra Unick Forex, Indeal e Goodream
Foto: Polícia Federal/Divulgação

Um grupo anônimo de hackers tem ajudado autoridades em investigações sobre empresas que atuam em esquema de pirâmide financeira e que captam recursos por meio de investimentos duvidosos. Segundo reportagem do Estadão, esse tipo de negócio já atraiu mais de 4 milhões de pessoas.

A matéria, publicada na quarta-feira (17), começa descrevendo dois dos maiores golpes financeiros que já aconteceram no país, Boi Gordo e Telexfree. A primeira, enganou 30 mil pessoas e o prejuízo aos investidores foi de quase R$ 4 bilhões. A segunda, a famosa pirâmide dos pacotes de telefonia Voip.

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Mas tudo se transforma — as pessoas, as empresas e os produtos. E o que está em discussão agora são os esquemas que envolvem as criptomoedas. As empresas se aproveitam da falta de informação do cidadão sobre o novo mercado e o seduz com promessas de 30, 50 e até mesmo 100% de lucro.

Títulos de renda fixa não costumam render mais de 10% ao ano, por exemplo. Além disso, dada a volatilidade do mercado de criptomoedas não é possível garantir uma renda fixa.

Para ajudar a conter os praticantes do crime, diz o Estadão, que os hackers do bem têm apoiado as ações contra essas empresas de fachada que aniquilam o sonho das pessoas, ainda que ingenuamente — muitas vezes não — pretendem investir o dinheiro do seu trabalho.

Essas empresas estão sob a mira do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Procuradoria da Fazenda Nacional e o cerco está se fechando. Segundo a reportagem, os hackers identificaram mais de 50 empresas do tipo ‘pirâmide’, bem como seus líderes, que sempre pulam de um esquema para outro.

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No entanto, a matéria comenta apenas sete das empresas identificadas cuja atividades são ilícitas.

Vale lembrar que a seleção foi baseada em um cruzamento de informações conforme investigações oriundas de três autarquias: Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Polícia Federal e de denúncias do Ministério Público.

As empresas são as seguintes: FX Trading, Goodream, Indeal, King Investimentos e Bentley, Nasdacoin, Zero 10 e Unick Forex.

Além da prática ilícita, todas essas empresas têm algo em comum: os líderes já atuaram em empresas anteriores com atividade igual ou duvidosa.

O esquema é sempre o mesmo, diz o texto, e o seu sucesso é que no início de fato há pagamentos elevados aos participantes. Mas o dinheiro vem dos aportes de quem está entrando, não das promessas de investimento.

A reportagem falou a procuradora da Fazenda Ana Paula Bez Batti, que enviou um questionário às exchanges brasileiras em agosto no ano passado. O feedback seria para “subsidiar estudo para Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro”, disse.

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Batti disse ao Estadão que um dos fatores da proliferação de crimes dessa natureza é o aproveitamento da falta de leis específicas por empresas de má-fé num mercado onde a pessoa não é obrigada a confirmar sua identidade na abertura de um cadastro.

Contraponto

Em resposta à reportagem, a Zero10 enviou a seguinte nota:

Sobre a reportagem publicada pelo Portal do Bitcoin, é importante esclarecer que não há investigação em curso contra a Zero10.Club. O Programa Zero10.Club foi citado irregularmente num processo que dizia respeito a outra empresa. Importante lembrar que o Programa Zero10.Club foi suspenso para aguardar a análise dos esclarecimentos já feitos e de um processo administrativo junto à Comissão de Valores Mobiliários. Apesar de não ser regulada pela CVM, o pedido de suspensão total do programa foi realizado em demonstração de boa-fé, respeito à autarquia federal e de sua política interna de compliance.


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