Golpe da MSK Invest é de R$ 680 milhões e acordo com Procon não será cumprido, revela TV Record

São 3.800 clientes lesados pela MSK Invest, que disse para reportagem da emissora que não irá cumprir acordo com Procon
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Foto: Reprodução

O golpe da MSK Invest, empresa que prometia ganhos fixos de 5% por meio de investimentos em criptomoedas, afetou 3.800 clientes e o valor da fraude é de R$ 680 milhões. Os dados foram divulgados em reportagem da TV Record veiculada na quarta-feira (23).

A emissora entrevistou Glaidson Rosa, um dos sócios da empresa. O executivo já adiantou que não irá honrar com os compromissos assumidos em um acordo celebrado com Procon.

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A MSK Invest foi criada por Glaidson Rosa e Carlos Eduardo de Lucas, que também são fundadores da Solaris Gestão de Recursos. A empresa foi aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários para prestar serviços de administração de carteiras.

Caso MSK Invest

A Justiça de São Paulo determinou no dia 20 de dezembro o bloqueio de R$ 100 mil da empresa MSK Invest. A decisão foi do juiz Fábio Henrique Falcone Garcia, que apontou indício de má-fé e de tentativa de não cumprir com os contratos na postura da empresa.

A MSK havia afirmado que um dos motivos de parar de pagar os clientes é por conta da insegurança jurídica diante do avanço do Projeto de Lei 2303/15 na Câmara dos Deputados, que regulamenta o mercado de criptomoedas no Brasil.

“Impondo condições dissociadas da negociação para ressarcimento do valor investido, aliada à falsa justificativa fundada em projeto de lei ainda não aprovado, sugere engodo destinado a evitar cumprimento de obrigação e situação financeira complicada, a indicar risco de lesão grave à requerente”, disse o juiz.

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O juiz Luiz Antonio Carrer foi outro que disse haver indícios de que a MSK Invest, empresa que dizia operar com criptomoedas, seja uma pirâmide financeira e de que um mesmo uso de CNPJs é na verdade a prática de um golpe financeiro.

O magistrado também acolheu liminar de uma cliente e determinou o bloqueio de dinheiro na conta da empresa.

“Existem indícios de fraude no contrato celebrado entre as partes, que indica caso de ‘pirâmide’, a justificar a urgência da medida, pois a ré anunciou que deixará de atuar, sem a perspectiva de devolução da grande quantia investida pelo autor”, afirmou o juiz.

Além disso, ele apontou que o mesmo CNPJ é utilizado pela MSK Invest e uma empresa chamada SOMPI Seguros, e que isso indica “golpe financeiro”.

No dia 22 de dezembro, o Procon de São Paulo disse que iria acionar a MSK Invest e seus sócios no campo criminal e administrativo. A informação foi divulgada pelo presidente do órgão, Fernando Capez.

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“A empresa [MSK] enganou diversos investidores prometendo juros de 2% a 5% em aplicação no Bitcoin. E adivinhe? Não pagou ninguém”, disse o procurador em vídeo.

O acordo com o Procon

Um dos pontos do caso que chama atenção é o otimismo do procurador Fernando Capez, presidente do Procon de São Paulo.

O acordo entre Procon e MSK Invest prevê que o reembolso será feito em cinco parcelas com o primeiro pagamento em março. Se a empresa não cumprir, será aplicada uma multa de R$ 2 milhões.  

Em um vídeo publicado no Instagram, Capez diz: “O acordo é muito bom, foi assinado. Parabéns MSK e consideramos o problema equacionado”.

Calote no distrato

Em um primeiro momento a companhia insistiu fortemente que iria pagar a todos, mas antes deveria ser assinado um distrato no qual ficava acordado que pagaria em dez parcelas.

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Depois o Procon de São Paulo entrou no caso e a MSK assumiu o compromisso de pagar em cinco parcelas, com a primeira a ser quitada em março. 

Mas para aqueles que assinaram o distrato ficou claro que não será fácil. A empresa disse que pagaria a primeira parcela até dia 30 de janeiro. O Portal do Bitcoin conversou com um advogado que atende seis pessoas que assinaram o distrato e acompanha o caso de mais cem pessoas: nenhuma recebeu.

A empresa admite que não cumpriu com o prometido. Em um comunicado, diz que “alguns distratos serão honrados fora do prazo acordado”.