Imagem da matéria: GAS Consultoria pode ter lavado dinheiro para o tráfico de drogas, aponta investigação
Malas de dinheiro apreendidas na casa de Glaidson Acacio dos Santos (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Empresas ligadas no caso da GAS Consultoria, organização comandada por Glaidson dos Santos, podem estar relacionadas a outros delitos antecedentes, tais como o tráfico de drogas, segundo informou o jornal Extra. O veículo obteve acesso a um relatório da Polícia Civil do Rio de Janeiro, conforme relata em um publicação nesta terça-feira (21). Glaidson está sob prisão preventiva desde o mês passado por suspeita de comandar um esquema pirâmide financeira.

De acordo com o jornal, no relatório das investigações feito pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), os agentes citam “robustos indícios” de que Glaidson pode estar ligado a outros crimes. Tal hipótese é reforçada com uma ocorrência da Polícia Federal em abril, quando apreendeu R$ 7 milhões em espécie em um helicóptero na Região dos Lagos, onde fica a sede da GAS Consultoria, em Cabo Frio, e que tentou reaver o dinheiro na Justiça, diz o Extra.

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Um trecho do relatório da DCOC-LD descreve que a apreensão dos R$ 7 milhões — que estavam na posse de uma casal com destino a São Paulo —  deu-se pelo avanço de uma investigação ligada ao tráfico de drogas. O texto, diz o Extra, segue afirmando que tal ligação “traz robustos indícios de que o presente esquema criminoso Ponzi, encabeçado pelo principal alvo Glaidson, é utilizado como uma forma de lavagem de dinheiro para diversos outros delitos”.

O Extra explicou o contexto das investigações que levaram tanto o Ministério Público quanto a Polícia Federal a ver tal hipótese reforçada, ou seja, de que o esquema comandado por Glaidson possa envolver além de lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas.

‘Apê do tráfico’

De acordo com o jornal, indícios de que pessoas ligadas a Glaidson e à GAS poderiam estar associadas ao tráfico de drogas já haviam sido citados no decorrer da operação Kryptos. Na ocasião, ressalta o veículo, a polícia mencionou uma transferência de R$ 5 milhões feita por um corretor de imóveis para a conta da GAS, valor declarado posteriormente no Imposto de Renda como empréstimo.

O mesmo corretor passou a ser investigado após uma ação da polícia em Jacarepaguá que culminou na prisão de um traficante de drogas. Marcelo Santos, conhecido como ‘Menor P’, foi preso em uma cobertura que pertencia a um sócio do corretor de imóveis, diz a reportagem, acrescentando que mesmo não sendo o proprietário do impovel, pagou pela reforma do apartamento.

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Procurada pelo Extra para comentar sobre o assunto, a GAS Consultoria negou qualquer ilegalidade. Em nota, escreveu: “Nos contratos firmados com clientes ao longo de quase uma década de funcionamento está evidente, em uma das cláusulas, a importância da declaração de licitude e procedência dos valores confiados à empresa”.

GAS Consultoria

Desde a prisão de Glaison, os advogados de defesa já pediram sua soltura duas vezes: uma no início deste mês, outra na metade. Nas duas tentativas, mediante negação do Tribunal Regional Federal e Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, a defesa disse que iria recorrer.

Na semana passada, o MPF anunciou que autorizou a venda imediata de R$ 150 milhões em bitcoin apreendidos na Operação Kryptos. A empresa pediu que a Justiça desbloqueasse um valor para que não ocorressem atrasos nos pagamentos de seus clientes.

A GAS Consultoria prometia retornos de 10% ao mês em investimentos em criptomoedas, porém com indícios de pirâmide financeira. Durante a operação da PF em 25 de agosto, descobriu-se que Glaidson escondia em sua casa várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias, e 591 bitcoins.

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No início do mês,  uma reportagem da Globo revelou que a maior parte do dinheiro investido pelas vítimas ia para contas pessoais de Glaidson, de acordo com o relatório final da DCOC-LD.

Glaidson e demais acusados podem responder por crime contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de capitais e organização criminosa.

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