A GAS Consultoria mandou nesta sexta-feira (27) um novo comunicado na tentativa de acalmar os clientes após a prisão de Glaidson Santos pela Polícia Federal na última quarta-feira, sob suspeita de ter criado uma pirâmide financeira disfarçada de criptomoedas.
Na mensagem, a GAS afirma que seguirá com os pagamentos dos contratos e defendeu o mercado de criptoativos. “Sabíamos que seria assim, mas estamos tranquilos por estarmos firmados nos trilhos da verdade, da honestidade e da distribuição justa de renda”.
O texto classifica a prisão do CEO como desnecessária:
“Entendemos que a prisão de nosso CEO foi desnecessária, uma vez que sempre estivemos à disposição para todo e qualquer esclarecimento referente ao nosso trabalho, perante à Justiça”.
Não há nenhum comentário sobre as malas de dinheiro encontradas na mansão de Glaidson nem sobre os bitcoins apreendidos.
Também não há esclarecimentos sobre como a empresa consegue pagar 10% ao mês aos investidores em um mercado volátil como o de criptomoedas. A GAS apenas afirma que busca democratizar o acesso ao mercado tecnológico.
A empresa se defendeu das acusações de pirâmide financeira e afirmou que não pactua com a prática ou “qualquer outra prática ilícita que venha prejudicar à economia popular”.
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No balanço da apreensão, a polícia disse que encontrou com os suspeitos várias malas de dinheiro e 591 bitcoins, avaliados em R$ 150 milhões.
“Tudo indica que esta será a maior apreensão de criptomoedas e valores, em espécie, somados, da Polícia Federal”, disse o órgão.
Os agentes também apreenderam 21 carros de luxo, relógios de luxo, joias, celulares, aparelhos eletrônicos e documentos.
Passado da GAS Consultoria
Como mostrou o Portal do Bitcoin, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já estava de olho no esquema. Em nota enviada à reportagem no início do ano, a autarquia disse que abriu processo administrativo para investigar o grupo de Cabo Frio — que promete uma rentabilidade fixa de 10% ao mês — em dezembro de 2019. Por ter encontrado indícios de infrações, encaminhou o caso ao órgão responsável.
A empresa não tem site, redes sociais ou outro meio de comunicação disponível para o público — algo suspeito para uma companhia que se diz tão grande.