Imagem de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin
Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

Reportagem do jornal O Globo publicada nesta quinta-feira (27) informa que o advogado Ciro Chagas confirmou que a defesa da GAS Consultoria apresentou à juíza Rosália Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, um plano para pagar as vítimas da pirâmide.

A primeira menção sobre o plano foi feita em uma live na segunda-feira (24) na qual participaram Ciro Chagas e a advogada Mônica Coelho Lemos. Ambos atuam na defesa da GAS.

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Não foram revelados detalhes do plano: quantas pessoas irão receber, qual o valor total, como será o pagamento. Os advogados apenas disseram que há dinheiro suficiente para os pagamentos.

Chagas é o advogado da venezuelana Mirelis Zerpa, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, que ficou famoso como o Faraó do Bitcoin.

Mirelis está foragida da Justiça, provavelmente nos Estados Unidos, sendo procurada pela Interpol e com pedido de extradição.

Glaidson está preso desde agosto do ano passado acusado de fraude envolvendo criptomoedas e de encomendar um homicídio.

Os números são assombrosos: a investigação estima que a GAS arrecadou R$ 38 bilhões ao longo dos anos; só no período como foragida Mireli sacou o equivalente a R$ 1 bilhão em criptomoedas; por enquanto foram apreendidos “apenas” R$ 200 milhões; o número de vítimas pode chegar a 200 mil.

A reportagem d’O Globo aponta que a defesa deve buscar um acordo de leniência: trata-se de uma ferramenta jurídica na qual um acusado coopera com a Justiça em troca de algum benefício (diminuição da pena e prisão domiciliar, por exemplo).

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Este tipo de acordo foi muito utilizado na Operação “Lava Jato”.

O jornal conversou com alguns investigadores do caso – que pediram anonimato – e eles se disseram surpresos e incrédulos: acreditam ser só mais um meio de colocar pressão pela soltura de Glaidson.

Caso GAS Consultoria

Glaidson está preso desde agosto sob acusações de crime contra o sistema financeiro nacional, supostamente aplicado a partir de sua empresa GAS Consultoria. O negócio é conhecido em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, por oferecer controversos contratos de investimentos em criptomoedas.

A Polícia Federal, a CVM e o Ministério Público, juntaram documentos apreendidos na operação Kryptos e a Justiça o transformou réu no início deste mês, juntamente com mais 16 acusados. Sua esposa Mirelis Zarpa, provável cabeça do negócio que prometia 10% de rendimentos ao mês, ainda está foragida.

Na ocasião da prisão de Glaidson e demais suspeitos, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, avaliados na cotação atual em cerca de R$ 195 milhões, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.

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O caso já chegou até o Superior Tribunal de Justiça, que negou o HC.

Tentativa de homicídio

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou em outubro do ano passado o indiciamento de Glaidson Acácio dos Santos por tentativa de homicídio. O dono da GAS Consultoria, também conhecido como Faraó do Bitcoin, é suspeito de encomendar o assassinato de Nilson Alves da Silva em março deste ano.

Conforme aponta reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Nilson estaria espalhando pela cidade de Cabo Frio (RJ) que o dono da GAS seria preso e isso motivou a encomenda de seu assassinato por Glaidson.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro também acusa Glaidson de ter encomendado a morte de Wesley Pessano, que foi encontrado morto a tiros em 4 de agosto do ano passado em São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos. 

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