Roberto Lee encontra no Blockchain o caminho para reduzir as limitações para investidores brasileiros e com isso resolve abandonar a XP investimentos e fundar uma nova corretora nos Estados Unidos.
A Avenue Securities, apesar de possuir sede em Miami, terá seu foco voltado para investidores na América Latina. Aqui no Brasil, ela funcionará por meio de um aplicativo chamado Avenue Brasil.
A empresa, que deve começar operar em setembro, após receber a autorização para seu funcionamento nos Estados Unidos, promete retirar a parte burocrática para que brasileiros acessem a bolsa americana e para isso a companhia vai utilizar o Blockchain.
A chamada tecnologia disruptiva permite registro de informações com mais segurança e rastreabilidade evitando, assim, a violação dos dados por terceiros o que afasta a necessidade de uma série de burocracias para a verificação e validação de dados.
Segundo informações da Folha de São Paulo, a companhia inicialmente deve operar com investimentos em renda fixa, como títulos de dívida das empresas e de países, além de fundos que replicam índices de ações ou renda fixa, os chamados ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds).
A Avenue terá um site em português voltado para o investidor brasileiro e será auto explicativo. Nesse site, haverá o preenchimento de um cadastro, como qualquer outra corretora, tendo em vista que se trata de regras de suitability, a qual se propõe a apontar o investimento certo de acordo com o perfil de risco de cada pessoa.
Para um brasileiro fazer investimento fora do país, basta que a pessoa no transfira recursos pelo aplicativo no Brasil diretamente para a Avenue nos Estados Unidos. Roberto Lee afirma que vai utilizar o sistema como uma câmara de compensação (clearing no jargão do setor), registrando a quantidade de recursos aqui e sua correspondência no exterior.
Para que haja a garantia dessa aplicação feita no Brasil ocorrer imediatamente nos Estados Unidos, será mantido nesse país uma espécie de colchão de recursos. Assim, não será necessário aguardar a chegada do recurso empenhado pelo investidor brasileiro para que a operação ocorra.
Robert Lee afirma que o fechamento do câmbio será feito a partir de volumes maiores, de vários clientes. A Avenue se compromete a pagar eventuais resgates em cerca de horas.
A ideia de fundar a Avenue Securities veio após Roberto Lee constatar que a taxa Selic aos atuais 6,5% não seria um bom atrativo para investidores que poderiam ganhar muito mais em outros tipos de investimentos.
Lee afirma que isso fatalmente comprometeria o crescimento da XP investimentos: “Levando em consideração a demanda que se via na XP, em 2019 haverá cerca de R$ 250 bilhões em recursos de brasileiros que, pelo tamanho do nosso mercado, não terão para onde ir”.
Fase embrionária com bom investimento
A Avenue Securitires é a terceira que será fundada por Roberto Lee. Apesar de se tratar ainda de um projeto que se iniciará no final desse ano, a empresa já captou 25 milhões de reais
O principal investidor é a Vectis Partners, empresa de participações de Patrick Ogrady, ex-presidente da XP Gestão, Alexandre Aoude, ex-presidente do Deutsche Bank no Brasil e ex-vice-presidente do banco Pine, e Paulo Lemman, filho do empresário Jorge Paulo Lemman.
Antes da Avenue
Há quatro anos, Lee vendeu sua corretora Clear para a XP Investimentos, a qual objetivava aumentar seu potencial tecnológico, o que era um ponto forte da Clear.
Roberto Lee foi absorvido pela XP junto com a Clear. Ele diz que tinha a expectativa de acompanhar a demanda de 200 clientes por dia, mas viu que o número foi de vezes maior do que isso.
Lee deixou a XP investimentos após a compra dessa empresa pelo Itaú. O motivo era simples: a taxa Selic não seria um bom atrativo e assim partiu para o atual negócio, a Avenue Securities.
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