Facebook está levando Meta tão a sério que pagou US$ 60 milhões a um banco para adquirir a marca registrada

O Facebook pagou uma alta quantia pela marca Meta a um pequeno banco para mostrar quão assertivo está em sua tentativa de reivindicar o metaverso
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Foto: Shutterstock

Quão grandes são as ambições do Facebook para o metaverso? São tão grandes que a gigante rede social recentemente pagou US$ 60 milhões a um banco na Dakota do Sul apenas para adquirir os direitos de marca registrada associados a seu nome Meta Financial.

Na semana passada, ambas as empresas confirmaram à Reuters que o Facebook (renomeado como Meta em outubro) usou uma empresa-fantasma chamada Beige Key LLC para adquirir os direitos de marca registrada.

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O acordo é impressionante por seu tamanho: embora US$ 60 milhões pode não parecer muito para uma empresa com uma capitalização de mercado de US$ 928 bilhões, é uma alta quantia no mundo dos direitos autorais. Também merece destaque pelo que permitirá que o Facebook faça.

Ter uma marca registrada dá ao dono vantagem extra em termos de impedir que competidores usem palavras, frases ou logos específicos.

No entanto, essa vantagem não se estende a impedir que alguém use o mesmo nome para um produto relacionado; é por isso que computadores Apple, Apple Records e Apple Autoglass podem coexistir.

Em um acordo comum de marca registrada, um comprador paga para adquirir não apenas o nome, mas a freguesia que clientes associam a um determinado produto ou serviço.

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No caso do Meta Financial, sua clientela vem de seus bancos regionais na Dakota do Sul e em Iowa e produtos de pagamento on-line que o banco afirma que promovem a inclusão financeira.

Embora o Facebook tenha integrado pagamentos com sua carteira de criptomoedas Novi, as operações do Meta Financial têm pouco a ver com os negócios tradicionais da rede social Facebook ou o metaverso, onde a empresa quer tanto fincar sua bandeira.

Isso sugere que o acordo de US$ 60 milhões pode atuar como uma jogada de poder do Facebook em afugentar outros de usarem os termos “meta” ou “metaverso”. Alexandra Roberts, professora de lei de direitos autorais na Universidade de New Hampshire, sugeriu isso no Twitter:

Se o Facebook usar sua nova marca registrada para gerar pressão jurídica em outras empresas, pode fortalecer a já crescente tensão sobre quem será o dono do metaverso.

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Embora o CEO Mark Zuckerberg tenha colocado o termo no cerne da reformulação de sua empresa, a ampla comunidade cripto revidou que o metaverso deve ser uma esfera descentralizada e apermissionada que não deve pertencer a ninguém.

A abordagem do Facebook já está sob vigilância após ter suspendido o nome de usuário @metaverse de uma artista no Instagram (pertencente ao Facebook) sem dar explicações. Em seguida, a empresa devolveu o usuário após gerar controvérsias na imprensa.

No entanto, o Facebook dificilmente é a única empresa tentando reivindicar o metaverso em rápida evolução.

Inúmeras marcas, incluindo Pepsi e Budweiser, estão comprando nomes de usuário da Ethereum, tokens não fungíveis (ou NFTs) ou imóveis digitais, geralmente resultando em “micos” nas redes sociais.

A gigante corretora cripto Coinbase também está demarcando sua posição para ser o principal serviço para ajudar clientes a gerenciarem os NFTs e avatares que muitas pessoas irão usar para se identificar no metaverso.

Embora Brian Armstrong, o CEO da empresa, tenha sido um grande defensor da descentralização, a Coinbase poderá ter um papel exagerado no metaverso se seus planos de identidade vierem à tona.

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A questão é que ainda é muito cedo para determinar quem e se alguém irá controlar o metaverso, mas empresas gigantes da atual era da internet (principalmente o Facebook) estão dispostas a gastar e, possivelmente, intimidar para chegar cedo.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.