Changpeng Zhao, CZ, CEO da Binance
(Foto: Divulgação)

Os principais executivos do setor de investigação da Binance deram uma entrevista nesta segunda-feira (1º de agosto) ao portal Coindesk – mas acabaram gerando uma confusão na imprensa sobre a atuação da corretora que acabou envolvendo até Chanpeng “CZ” Zhao, dono da exchange.

O objetivo da entrevista era rebater reportagens recentes da Reuters. A agência de notícias publicou reportagens que mostravam a corretora como um dos canais principais usados por criminosos para lavagem de dinheiro e uma atitude corporativa de ignorar diversos alertas sobre crimes que eram feitos pela plataforma.

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Participaram da entrevista Tigran Gambaryan e Matthew Price, ex-membros da unidade de cibersegurança da U.S. Internal Revenue Service (órgão vinculado à Receita Federal dos Estados Unidos) e Chagri Poyraz, que era especialista em sanções do banco HSBC.

Em um determinado momento da conversa os executivos citam o caso da Garantex, uma corretora da Estônia que entrou na lista de sanções dos EUA. Os dirigentes afirmam que, uma mês antes das sanções, a Binance decidiu cortar relações comerciais com a empresa.

Nesse contexto, Gambaryan fala: “Tem outras corretoras que continuaram a fazer negócios com eles. Nós perdemos 90% dos clientes após implementar o sistema KYC (‘Know Your Customer’, que significa ‘conheça seu cliente’ na tradução do português) e perdemos bilhões de receita”.

A falta de clareza fez com que portais que cobrem o setor de criptomoedas entendessem que se tratava de uma perda geral de 90% da base total de clientes, e não de 90% das clientes da Garantex, e reportagens foram publicadas ressaltando a informação. CZ, CEO da Binance, foi ao Twitter dizer que foi um “completo erro de citação”.

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https://twitter.com/cz_binance/status/1554056739246559232

Binance é melhor do que Coinbase e Kraken?

Sobre as acusações de a Binance ser a plataforma preferida por grande parte dos criminosos para lavar dinheiro, Gambaryan disse que os números não dão suporte para essa tese.

“Nós fizemos um estudo. Se você levar em consideração fundo ilícitos entrando junto do volume total da corretora, sim, existe dinheiro ilegal entrando. Mas existe muito dinheiro entrando de forma geral. A Binance é melhor ou igual a maioria das corretoras. Somos muito melhores que a Kraken e melhores que a Coinbase em alguns pontos e piores em outros. Mas não existe um valor atípico”, disse.

Chagri Poyraz também comentou sobre as acusações da plataforma de permitir que contas sejam abertas no Irã – o que fura a sanção dos EUA imposta ao país e poderia gerar consequências na unidade americana da empresa, a Binance U.S. O Executivo lembrou que não é proibido permitir a abertura de conta por iranianos morando fora do país natal.

“Se você quer falar de iraniano morando no Irã, nós tomamos todas as medidas possíveis. Sim, sempre tem alguma brecha, mas quando isso ocorre, nós descobrimos e melhoramos nossos controles”, afirma.

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Perguntado sobre a postura pessoal de CZ em relação ao compliance, Poyraz afirma: “O CZ que eu conheço, e eu estou aqui há bastante tempo, quando você explica algo, ele não hesita em agir. Ele nunca irá fazer a coisa errada”.

Texto atualizado às 18h30 do dia 1º de agosto de 2022 para correção: o texto original afirmava que os executivos faziam parte do setor de compliance da Binance; na verdade eles fazem parte do setor de investigação, que se reporta ao de compliance, mas é uma área separada.

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