Imagem da matéria: Exclusivo: O que diz o relatório da auditoria sobre a Atlas Quantum
Foto: Shutterstock

O Portal do Bitcoin teve acesso na tarde desta sexta-feira (23) ao relatório de auditoria da Atlas Quantum feito pela empresa de contabilidade Grant Thornton.

Após meses de negociação, o contrato foi fechado em março de 2019, embora a divulgação tenha começado nesta semana. Avaliação focou na Atlas International LTDA, a responsável pelo algorítimo de arbitragem e que tem sede nas Ilhas Virgens Britânicas.

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Não foi permitido fotografar o relatório ou copiar longos trechos para reprodução. A leitura foi acompanhada por um funcionário do departamento de Relações Públicas da Atlas. O documento é privado e incompleto. Uma nova versão está sendo preparada para ser divulgada para o grande público.

O relatório, que foi emitido hoje, tem quatro páginas e é assinado por Thiago Kurt de Almeida Costa Brehmer, um dos sócios da empresa de auditoria.

Os procedimentos da auditoria tem como data-base do dia 2 de agosto entre 9h30 e 10h. A conclusão da verificação diz que a Atlas Quantum possui 15.226,1 Bitcoin e 34.793.966,2 de criptodólares, termo referente a uma cesta de stablecoins.

O relatório abre com uma espécie de acordo entre as partes. Ou seja: a responsabilidade pela geração das informações e registro é da Atlas e a Grant Thorton deverá emitir o relatório da aplicação dos procedimentos acordados. O mecanismo tem um objetivo: validar a custódia de criptomoedas nas corretoras nas quais a Atlas opera.

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As corretoras listadas são as seguintes: Exmo, Bitfinex, Bittrex, Tidex, Binance, Hitbtc, Poloniex e Bitstamp. Foram consideradas as que tinham saldo no momento.

Os procedimentos adotados foram sete, tal como descritos no relatório.

  • Viram o login em cada corretora;
  • Observaram o KYC nas corretoras e confirmação da titularidade;
  • Viram o saldo em BTC e criptodólares da Atlas nas corretoras pré-transação de “saque de validação”;
  • Viram saques nas corretoras com valor determinado pela Grant Thorton. O número não está descrito;
  • Verificaram saldo em BTC e criptodólares nas corretoras pós-transação de “saque de validação”;
  • Viram os saques realizados na Blockchain;
  • Viram a soma dos saldos em BTC e criptodólares nas corretoras pós-transação de “saques de validação”;

Saques atrasados

O diretor institucional da Atlas, Bruno Peroni, presente no final da reunião, comemorou a chegada do relatório. Ele também explicou algumas questões: por exemplo, o documento não é uma auditoria contábil:

“A definição de auditoria é auditoria das demonstrações contábeis. O que eles fizeram foi um PPA. Procedimentos previamente acordados, que foram sete. E o relatório é em cima deles, com foco no valor total sob custódia”, disse Peroni.

Sobre o atraso dos saques na plataforma, ele disse tinham passado para quatro dias, confirmando os relatos de diversos usuários. O volume de saques decorrentes crise provocada pela notificação da CVM foi considerado relevante e bem acima da média.

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Peroni ainda não sabe quando os saques voltarão para D+1. O problema, disse, também foi causado por problemas nas exchanges pois a empresa está em um momento de “troca da titularidade das contas provocada pela mudança de Delaware para as Ilhas Virgens”.

CVM e Atlas Quantum

Os problemas mais recentes da Atlas Quantum começaram depois que a CVM determinou que a Atlas Quantum pare ofertar títulos ou contratos de investimento coletivo.

O comunicado cita quatro empresas da Atlas e seu fundador, Rodrigo Marques. Conforme o texto, a remuneração do produto oferecido “estaria atrelada ao resultado dos esforços das empresas na negociação de criptoativos por meio do algoritmo intitulado ‘Quantum”’.

Caso a oferta seja mantida haverá a aplicação de uma multa diária no valor de R$ 100.000.

empresa argumentou que CVM mandou que ela apenas parasse com a publicidade. Alguns especialistas, porém, discordaram da interpretação e afirmaram que é referente aos contratos estabelecidos com os clientes.

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