A empresa King investimentos, que prometia lucro mensal de 43% do valor aportado, fechou as portas e sofrerá um ‘rebranding’ para King Prime.
A promessa de alto retorno financeiro baseado em investimentos em criptomoedas feita pela empresa dirigida por Mateus Ceccatto se mostrou impossível e a King Investimentos não conseguiu honrar com os pagamentos dos usuários.
De acordo com o jornalista Marcos de Vasconcellos, a empresa em 40 dias conseguiu 20 mil clientes e chegou a totalizar R$ 3 milhões em investimentos.
Apesar da empresa ainda estar ativa no site da Receita Federal, Mateus Ceccatto, presidente da Ccmpanhia, disse que ela fechou numa live feita na sexta-feira (28), no canal oficial da King Investimentos no youtube. Ele aproveitou também para anunciar uma nova empreitada, a King Prime.
Ele afirma, contudo, que será devolvido o que foi aportado. O detalhe é que os investidores terão de esperar. “O primeiro pagamento vai começar no dia 5 de abril”, disse.
Segundo Ceccatto, o valor que foi injetado não deverá ser devolvido na sua integralidade uma vez que eles vão subtrair o que já foi lucrado. “Devolver o aporte é subtrair o que foi sacado e completar esse valor até dar aquilo que você aportou. Depois disso vem a dobra de capital”.
Nisso, ele aproveita para propor que esse dinheiro seja aplicado no seu novo empreendimento para aqueles que querem dobrar o capital.
King na realidade
A King investimentos é o nome fantasia da Mateus Pedro da Silva Ceccatto, uma empresa individual com capital social de R$10 mil, conforme informações no site da Receita Federal.
Apesar de ser uma firma individual, Ceccatto tem passado aos investidores a ideia de uma empresa grande com presidente, diretor financeiro e equipe de suporte, como denuncia o grupo GAP Antiponzi.
O GAP afirma que a empresa pode ser uma daquelas que se utiliza de esquema de pirâmide e tinha até como um de seus colaboradores, Agnaldo Bergamin de Jesus, um homem que tem respondido diversas ações penais por furto na Justiça do Mato Grosso do Sul.
Nova roupagem
Ceccatto disse que Agnaldo de Jesus não faz parte da nova empresa. Ele ainda defende que sua empresa não é uma pirâmide financeira e que está no segmento de Marketing Multinível.
Na live, ele até fala de se ter a necessidade de um produto para enquadrar na categoria de Marketing Multinível e assim vende a ideia de um cartão de crédito pré-pago da King Prime.
“Precisamos de um produto para enquadrar no Marketing Multinível. Eu botei um registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ou seja, ela não virá atrás de nós”.
A equipe de reportagem fez a busca da razão social da King Investimentos, do nome Ceccatto e até mesmo de King Prime no cadastro geral das empresas cadastradas na CVM e não encontrou qualquer registro da companhia.
No texto do jornalista Marcos de Vasconcellos publicado no site Conjur, fica claro que a empresa se assemelha a tantos esquemas de pirâmide financeira que se alastram pelo país.
A mesma história de sempre é contada. Os diretores de companhias como essas afirmam que a CVM não regulam esse mercado, pois a esse órgão só interessa exercer o poder de polícia sobre o mercado de ações.
Ledo engano. A Comissão de Valores Mobiliários já chegou a expedir uma cartilha, da série Alertas, informando que o mercado de Forex é proibido no Brasil.
Outro ponto é que a oferta pública de qualquer espécie de investimentos passa pelo crivo dessa agência reguladora. Qualquer empresa que venha operar no Brasil ou captar clientes nesse país precisa ter autorização da CVM para exercer esse tipo de atividade.
Linha tênue
O Portal do Bitcoin tem acompanhado de perto empresas que afirmam trabalhar com o chamado Marketing Multinível. Algumas delas estão sob o olhar atento do Estado por suspeitas de se tratar de pirâmide financeira.
Mas não há qualquer prova sobre o que tem ocorrido de fato com essas companhias. A questão é que a linha entre Marketing Multinível e o esquema de pirâmide é bem tênue.
Segundo o Boletim de Proteção do Consumidor/ Investidor — CVM/Senacon, lançado em 2013, numa parceria entre o Ministério da Justiça e a CVM, nos esquemas fraudulentos “não há a venda de um produto real que permita sustentar legitimamente os ganhos dos participantes” e essa é a principal diferença entre o marketing multinível e as pirâmides.
“Os planos de marketing multinível são estruturados para vender produtos reais, efetivamente utilizados por consumidores, sendo a compensação dos distribuidores ou revendedores decorrentes, principalmente, de efetivas vendas e não do recrutamento de novos membros. Pirâmides financeiras têm por finalidade obter recursos dos novos integrantes e é essa prioridade que acaba influenciando as características da oferta, quando elas assumem a forma de marketing multinível.”
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