A Parfin, empresa brasileira que oferece infraestrutura web3 para instituições financeiras, anunciou nesta quinta-feira (9) o lançamento da sua blockchain própria, a Parchain.
Em comunicado, a Parfin explica que a rede foi desenvolvida “sob medida” para atender as necessidades de institucionais ao oferecer “o mais alto nível de segurança e privacidade”.
A blockchain será compatível com o Ethereum Virtual Machine (EVM), o que lhe permitirá rodar contratos inteligentes e ser usada para projetos de tokenização, CBDCs, stablecoins e DeFi permissionado.
A Parfin foi criada em 2019 por Marcos Viriato — que passou mais de uma década no BTG Pactual — e pelos empresários Cristian Bohn e Alex Buelau. Em janeiro deste ano, a empresa levantou US$ 15 milhões em uma rodada de investimento liberada pela B3, Framework Ventures, Valor Capital Group e a Alexia Ventures. Um dos intuitos do investimento foi realizar a construção da Parchain.
Como funciona a rede Parchain
A empresa elenca como principais diferenciais da sua blockchain a arquitetura de calibre institucional, a possibilidade de privacidade total das transações nas blockchains privadas e a obrigatoriedade de verificação de identidade de todos os participantes que interagem com o ecossistema.
Essa última característica foi pensada para atender as demandas das instituições financeiras que são obrigadas por lei a aplicar políticas como KYC (Conheça Seu Cliente, na sigla em inglês) e de AML, relativa ao combate à lavagem de dinheiro.
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Outra característica da Parchain é a interoperabilidade com outras blockchains privadas e permissionadas do sistema. As transações de uma blockchain para outra serão habilitadas por meio de bridges que utilizam a tecnologia ZK (Zero Knowledge) e MPC (Multi-Party Computation).
“Estamos criando um ecossistema no qual as partes se comunicam com o todo de forma privada e segura, porém sem infringir a legislação de cada país”, diz em nota Alex Buelau, CPTO e cofundador da Parfin. Segundo ele, o grande objetivo da nova blockchain é se tornar um “padrão global para a adoção institucional da web3”.
“Esse ecossistema tornará possível habilitar diferentes casos de uso para as companhias, como a tokenização de ativos, operações de finanças descentralizadas permissionadas, rede de liquidação, entre outros”, acrescenta Marcos Viriato, CEO da Parfin.
Santander dentro da blockchain
Embora o lançamento da Parchain tenha sido anunciado hoje, a blockchain já é usada pela Parfin junto com o Santander, que testou a rede como parte do “Lift Challenge” do Banco Central do Brasil, que promove testes de novas tecnologias.
Essa iniciativa com o Santader prevê a tokenização (conversão para o formato digital) do direito de propriedade de bens e é capaz de realizar a transferência do Real Tokenizado (do projeto do Real Digital) para o vendedor no instante em que o comprador assume a propriedade do bem”, explica o comunicado.
O banco recentemente apresentou uma solução para aumentar a conveniência nas transações de imóveis e de automóveis realizadas diretamente entre comprador e vendedor. Segundo a empresa, o ecossistema de blockchains permissionadas que executa essa tokenização de ativos utilizada pelo Santander é a Parchain.
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