Em meio a problemas com a 3AC, Singapura pode impor restrições a investidores de criptomoedas

País está considerando novas medidas para proteger usuários e evitar repetição de casos como da Three Arrows Capital, acusada de fornecer informações falsas
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(Foto: Shutterstock)

A Autoridade Monetária de Singapura (ou MAS, na sigla em inglês) não irá descartar emendas à legislação vigente e apresentará novas normas que impõem mais restrições a traders de criptomoedas do setor do varejo.

Em uma resposta por escrito a uma pergunta feita por um dos membros do parlamento da cidade-Estado, o presidente da MAS, Tharman Shanmugaratnam, afirmou que o banco central de Singapura “está considerando cuidadosamente a apresentação de medidas adicionais de proteção a consumidores”.

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“Podem incluir a imposição de limites à participação do varejo e normas sobre o uso de alavancagem ao transacionar com criptomoedas”, explicou Shanmugaratnam.

De acordo com o presidente, a natureza sem fronteiras dos mercados de criptomoedas também sugere “uma necessidade de coordenação regulatória e cooperação de forma global”.

“Essas questões estão sendo discutidas em diversos órgãos internacionais de normalização dos ais a MAS participa ativamente”, acrescentou Shanmugaratnam.

Os problemas de Singapura com empresas cripto

Os comentários mais recentes feitos pelo presidente da MAS aconteceram logo após da iniciativa da reguladora em acusar o Three Arrows Capital (ou 3AC), um fundo cripto com sede em Singapura, de supostamente “fornecer informações falsas e exceder o limite de ativos sob gestão”.

O 3AC também está enfrentando liquidação em meio a relatos de que a empresa falhou em preencher chamadas de margem de seus credores.

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Ao entrar para a lista crescente de empresas cripto que estão em apuros nas últimas semanas, a credora singapurense Vauld afirmou, na segunda-feira (4), que suspendeu suas operações e congelou saques de fundos de clientes.

A empresa alega que enfrenta, desde o dia 12 de junho, saques que totalizam US$ 197,7 milhões. A Vauld citou a implosão do ecossistema Terra, os problemas financeiros da Celsius Network e a inadimplência do 3AC com seus empréstimos como motivos para os saques em massa.

Sobre os acontecimentos mais recentes, Shanmugaratnam disse: “Desde 2017, a MAS alerta consistentemente que criptomoedas não são investimentos adequados para o público do varejo”.

Ele acrescentou que “grande parte das criptomoedas estão sujeitas a oscilações drásticas e especulativas de preço” e que “acontecimentos recentes vividamente demonstraram os riscos, pois preços de diversas criptomoedas caíram drasticamente”.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.