O titular da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap-RJ), delegado Fernando Veloso, decidiu na quarta-feira (06) que Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria, deverá ser mantido isolado e monitorado em seu retorno à Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, que fica na zona oeste do Rio de Janeiro.
Réu na Justiça por crimes contra o sistema financeiro nacional, o ex-garçom havia sido transferido no último dia 28 para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, unidade de segurança máxima conhecida como Bangu 1, após suspeita de uso de celular enquanto preso em Gericinó.
A decisão de Veloso, segundo o G1, veio após a juíza federal Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal, determinar, que Glaidson voltasse imediatamente para o Complexo de Gericinó após analisar documentos da defesa do ex-garçom. Figueira entendeu que a defesa conseguiu provar a não relação de seu cliente com os aparelhos de celulares apreendidos.
O acusado está preso desde 25 de agosto, quando foi detido durante a Operação Kryptos. A força tarefa liderada pela Polícia Federal foi responsável pela desarticulação de um esquema que usava criptomoedas como isca para persuadir milhares de investidores a aportar valores na empresa, o que foi visto como ilegal pela CVM e Ministério Público.
No comando, segundo as investigações, estavam o ex-garçom e sua esposa, Mirelis Diaz Zerpa, que está foragida. Na última segunda-feira (04), o casal e mais 15 acusados viraram réus na Justiça federal.
O grupo se torna réu cerca de duas semanas após indiciamento da Polícia Federal. Na ocasião, o órgão indiciou 22 pessoas, mas cinco suspeitos ficaram de fora da lista do juiz Vitor Valpuesta, da 3ª Vara Federal , que determinou a entrega de passaportes dos indiciados, proibindo-os de deixar o Brasil.
Segundo O Globo, a GAS Consultoria divulgou uma nota sobre a decisão da juíza Figueira, ressaltando que “não havia motivos para mantê-lo em Bangu 1, presídio de segurança máxima”.
GAS Consultoria não paga clientes
A GAS Consultoria parou de pagar seus clientes, alegando impossibilidade pelo fato de a Justiça ter ordenado o bloqueio de R$ 38 bilhões em ativos da empresa. No dia 15 de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que autorizou a venda de R$ 150 milhões em bitcoin apreendidos de Glaidson.
A Operação Kryptos foi deflagrada em decorrência de denúncias da CVM e Ministério Público. Em sua primeira batida, encontrou na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias e 591 bitcoins. No mês passado, a Justiça negou pela segunda vez o pedido de habeas corpus do ex-garçom.