Danter Silva e mais dois diretores da Unick Forex foram soltos após pagamento de R$ 200 mil de fiança e entrega de passaporte às autoridades. A informação é da Folha de São Paulo e foi confirmada pelo advogados de defesa.
Os investigados estavam em prisão preventiva há mais de três meses sob a acusação de crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo a Folha, a juíza Karine da Silva Cordeiro, da 7ª Vara Federal de Porto Alegre, revogou as prisões preventivas de Danter Navar da Silva, Marcos da Silva Kronhardt e Paulo Sérgio Kroeff (acusado pela Polícia Federal de ser um dos principais líderes do esquema)
A Unick Forex está sendo investigada por captar até R$ 29 bilhões de 1,5 milhão de pessoas.
Em nota à Folha, o advogado Nelson Wilians disse que “manter os acusados em prisão preventiva representa antecipação da pena, infringindo o disposto no art. 313, § 2º, do CPP”.
“Essa era uma decisão aguardada. Foi o primeiro passo na demonstração de que as acusações não procedem. Como dissemos, sempre confiamos na Justiça”, acrescentou.
Em 9 de janeiro, Danter teve um habeas corpus recusado pelo desembargador Victor Luiz dos Santos Laus, que alegou não haver elementos novos capazes de comprovar que caso o réu fosse solto não haveria o risco de que ele atrapalhasse as investigações.
O passado de Danter Silva
Esse não é o primeiro caso em que Danter Silva se envolve com esquemas de pirâmide financeira. Silva também figura como réu em um processo movido pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Fernando Pires Branco, delegado da Polícia Civil de Sapiranga, no Rio Grande do Sul, que foi responsável pela investigação que desmantelou a pirâmide ‘D9 Clube de Empreendedores’ disse ao Portal do Bitcoin, em abril de 2019, que Danter Silvar era responsável por captar clientes para a empresa.
“As funções na D9 copiavam aqueles tidas no esporte como treinador, capitão, etc. O Danter (Silva) era um capitão. Ele apenas participava da empresa captando clientes. Não era um de seus diretores. Mas tem um processo contra ele. Não podemos dizer que ele está sendo indiciado ou investigado. Ele é réu mesmo. O processo ainda está tramitando”.
O fim da Unick
Em outubro, a Polícia Federal cumpriu a Operação Lamanai, que teve como alvo a Unick Forex, com sede em São Leopoldo, Rio Grande do Sul. A operação cumpriu 10 mandados de prisão e 65 ordens de busca e apreensão.
A Unick Forex dizia operar no mercado Forex e de Criptomoedas. Através de suas operações, a empresa prometia retornos de até 1,5% ao dia.
Em março de 2018, a empresa sofreu a primeira retaliação por parte da CVM, que a proibiu de ofertar investimentos no Brasil. A empresa continuou a operar normalmente mas, em 2019, tentou mudar o foco do esquema para despistar as autoridades.
Com a troca de nome de Unick Forex para Unick Academy, a empresa começou a focar numa espécie de venda de pacotes educativos, que não passava de fachada para que o esquema de pirâmide financeira continuasse.
Os investidores, por sua vez, começaram a ter problemas em junho de 2019, quando os saques começaram a atrasar. Com novas desculpas a cada semana e informações desencontradas, a Unick tentava ganhar tempo e enrolar os clientes.
Nos meses seguintes, a empresa acumulou milhares de reclamações no Reclame aqui além de dezenas de processos por todo o Brasil.
Para amenizar os problemas, a Unick contratou o escritório Nelson Wilians & Advogados Associados para propor acordo com os clientes. No acordo, entretanto, era proposto restituição de apenas 20% do investido. Nenhum acordo foi cumprido após a prisão dos responsáveis. Nenhum cliente nunca mais viu a cor do dinheiro.
Leidimar Lopes, o criador da Unick, já é um velho conhecido no mercado. Lopes foi fundador da Phoner, uma outra pirâmide financeira que deixou milhares de investidores na mão.
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