Deputado quer convocar Faraó do Bitcoin e líderes da pirâmide Indeal para CPI

Além de Glaidson Acacio dos Santos, requerimento também pede a convocação de sua esposa Mirelis Zerpa; eles devem ser ouvidos como investigados
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Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

O deputado federal Luciano Vieira (PL-RJ), membro da CPI das Pirâmides Financeiras, registrou na quarta-feira (21) um requerimento para convocar o criador da pirâmide financeira GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, e sua esposa, Mirelis Zerpa, para prestar depoimentos perante a essa comissão na qualidade de investigados.

“Senhor Presidente. Requeiro a Vossa Excelência, nos termo do art. 58, § 3º, da Constituição Federal, combinado com o art. 2º da Lei nº 1.579/1952 e com o art.36, II, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, seja convocado na forma de investigado os Sócios da empresa GAS CONSULTORIA & TECNOLOGIA LTDA, e os sócios GLAIDISON ACACIO DOS SANTOS E MIRELIS YOSELINE DIAZ ZERPA para prestar esclarecimento sobre fatos relacionados com pirâmides financeiras, objeto de investigação desta CPI”, diz um trecho do requerimento do deputado.

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Glaidson Acacio dos Santos está atualmente detido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, onde responde a um total de 13 processos.

Vieira justificou seu pedido descrevendo a GAS Consultoria como “principal empresa envolvida” na fraude, em se tratando de crimes dessa natureza no Brasil, cifras milionárias descobertas na Operação Kryptos, assim como o número de vítimas envolvidas. Ele cita também as movimentações de criptomoedas nos últimos meses, que teve como destino familiares de Zerpa.

O requerimento feito pelo deputado ainda precisa ser votado pelos demais integrantes da CPI. A próxima sessão da comissão, segundo anunciado pelos deputados, deve ocorrer na terça-feira (27).

Em outro requerimento, o deputado pediu a convocação dos sócios da extinta pirâmide financeira com criptomoedas Indeal, do Rio Grande do Sul. Os nomes citados são: Marco Antonio Fagundes; Angelo Ventura da Silva; Regis Lippert Fernandes; Francisco Daniel Lima de Freitas; Tassia Fernanda da Paz. Segundo o documento, eles também prestarão depoimento na qualidade de investigados.

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Conforme justifica Vieira, o caso Indeal, que tramita na Justiça Federal de Porto Alegre (RS), já culminou em investigações onde as autoridades descobriram esquema de pirâmide financeira com criptomoedas e desvio bilionário do dinheiro de clientes. Ele cita ações tanto da Polícia Federal quanto do Ministério Público contra a empresa que agia a partir do Vale do Sinos.

O fim do esquema “Indeal”, que consistia em oferecer falsos rendimentos de até 15% ao mês em investimentos em Bitcoin, ocorreu em 2019 com a operação Egyto da Polícia Federal (PF) que levou à prisão de vários suspeitos. A empresa pode ter arrecadado mais de R$ 1 bilhão, de acordo com as investigações na época.

Faraó do Bitcoin

Além das acusações de pirâmide financeira com a Gas Consultoria, pesa sobre Glaidson um processo de homicídio, o qual o levará a júri popular, conforme decisão da Justiça do Rio de Janeiro em dezembro do do ano passado, que tipificou as ações do ex-garçom como homicídio agravado pela prática de extermínio de seres humanos.

Conforme descrito na sentença, “Faraó dos Bitcoins”, “Papai”, “Patrão” e “01” — todos nomes pelos quais Glaidson é chamado — é acusado de mandar matar duas pessoas: Wesley Pessano Santarem e Adeilson José da Costa, que sobreviveu à tentativa de homicídio.

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A GAS Consultoria atuava como um empresa de investimentos em criptoativos, onde prometia rendimentos mensais aos clientes. Segundo a empresa, o lucro viria de operações de trading. O esquema foi desmascarado em agosto de 2021 com a prisão de Glaidson e a apreensão de milhões em espécie e o maior sequestro de criptomoedas já feito no Brasil. As autoridades encontraram na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, contendo pelo menos R$ 13 milhões, carros de luxo, joias e 591 bitcoins. 

Quanto a Zerpa, que tem mandado de prisão no Brasil, depois do desfecho na GAS, ela teria mantido uma rede de empresas no exterior para lavar dinheiro levado dos brasileiros.

*Esta reportagem está sendo atualizada; volte em instantes para mais informações

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