Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Imagem: Shutterstock)

O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), foi acusado nesta terça-feira (12) por um depoente da CPI das Pirâmides Financeiras de receber uma doação de R$ 600 mil da diretoria da Atlas Quantum, uma pirâmide financeira que lesou investidores brasileiros por meio de um esquema de criptomoedas.

A acusação partiu de Matheus Muller Ferreira de Abreu, ex-investidor da Atlas Quantum e que se apresenta como um dos líderes de um suposto grupo de investigação chamado Valquíria, que teria sido criado para tentar recuperar valores perdidos na pirâmide. Ele depôs após ser convocado pelo deputado Luciano Vieira (PL/RJ).

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Durante sua fala, ele descreveu ações do grupo, deixando para revelar no final a suposta ligação de Bolsonaro com a pirâmide financeira. Segundo ele, foi a ex-esposa de Rodrigo Marques — o CEO da Atlas Quantum, atualmente em paradeiro desconhecido — que revelou a informação.

“Os prints das conversas com a ex-mulher de Rodrigo Marques e ex-diretora da Atlas informam que parlamentares receberam dinheiro de Rodrigo”, afirmou Matheus.

“O que me chamou muita atenção foi a doação de R$ 600 mil para Jair Messias Bolsonaro através de advogados e pessoas ligadas a diretoria da Atlas Quantum. Todos esses documentos e prints serão entregues para que todos possam analisar, e sugiro a essa casa que convoque Carolina de Almeida Costa, que era diretora financeira da Atlas Quantum que confirmou essa informação, bem como a ex-mulher de Rodrigo [Beatriz] que também atuava no alto escalão da empresa”.

O Portal do Bitcoin procurou o PL, partido de Bolsonaro, para comentar a acusação, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

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O deputado Glauber Braga (PSOL/RJ) pediu para que Matheus informasse quais eram os parlamentares envolvidos no esquema, mas ele optou por não dizer. Mais uma vez, Matheus aconselhou que a CPI convoque Beatriz para que ela informe publicamente a lista.

Braga questionou então se Matheus estava se sentindo ameaçado, algo que ele confirmou em resposta. “Me sinto ameaçado. Inclusive quando meu requerimento foi aprovado, recebi uma ligação em tom de ameaça e uma pessoa esteve no portão da minha casa, e eu solicitei para a polícia militar fazer uma escolta minha. Acredito que muitos não queriam que eu chegasse até aqui”, afirmou.

O deputado Alfredo Gaspar questionou Matheus sobre quais provas ele tinha das acusações que fez quanto aos parlamentares que receberam dinheiro da Atlas Quantum.

O depoente disse que as provas são as conversas com a ex-diretora financeira da Atlas Quantum e a ex-esposa de Rodrigo Marques. Ele disse que o nome de Bolsonaro foi o único que lhe foi passado.

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Ao não querer dar mais detalhes sobre os outros nomes, o deputado Gaspar o acusou de praticar falso testemunho, por “calar a verdade”.

Depoente faz referência ao Portal do Bitcoin

Durante o depoimento, Abreu também falou sobre o Portal do Bitcoin. Em sua fala, ele disse que o ex-sócio do Portal, Victor Sá, fechou em 2018 um contrato de propaganda com a Atlas Quantum no valor de US$ 13.500 em criptomoedas, que incluiria uma cláusula que proibiria o Portal de manchar a “integridade e a reputação da mesma”.

Ele completa dizendo que o suposto contrato lhe causou “estranheza” pois os “veículos de comunicação não deram grande destaque a esse fato”, se referindo ao golpe da Atlas.

O Portal do Bitcoin esclarece, em primeiro lugar, que Victor Sá não é mais acionista da empresa desde a aquisição feita pelo grupo 2TM, em 2021.

Em segundo, afirma que, assim como no caso de todos os principais veículos da imprensa brasileira e mundial, mantém uma rigorosa separação entre o conteúdo publicitário e o material editorial, uma prática conhecida como “Chinese Wall”, na qual os dois departamentos operam de forma separada.

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Finalmente, o Portal repudia a insinuação de que esse contrato de patrocínio pudesse ter impedido um “grande destaque” ao esquema da Atlas, como diz Abreu. Ao contrário: o Portal do Bitcoin publicou mais de 100 reportagens críticas citando a Atlas Quantum, como pode ser checado neste link, mantendo como padrão seus princípios editoriais básicos: o rigor jornalístico e a transparência na cobertura.

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