A Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO, na sigla em inglês), publicou na quinta-feira (24) um relatório sobre finanças descentralizadas (DeFi), destacando uma variedade de riscos associados ao nicho cripto que movimenta atualmente US$ 215 bilhões.
“DeFi visa evitar intermediários tradicionais entre partes de transações. Embora se argumente que a desintermediação permite a execução mais rápida, barata e eficiente de transações, também elimina participantes de mercado que tradicionalmente atuaram como guardiões, desempenhando funções centrais na garantia de proteção a investidores e integridade do mercado”, explicou a IOSCO.
O grupo internacional de reguladores de valores mobiliários incluiu uma lista dos principais riscos que a indústria DeFi apresenta, acrescentando a ressalva de que essa lista não está completa.
De qualquer forma, documenta uma variedade de ameaças que poderiam prejudicar consumidores e a integridade do mercado.
A opinião da IOSCO sobre DeFi
O relatório da IOSCO apresentou oito riscos principais e inerentes à indústria DeFi.
Primeiro, a organização destaca o risco à integridade do mercado, que pode surgir da concessão, tomada de empréstimos e negociações especulativas presentes em sistemas DeFi.
“Esses riscos incluem aqueles causados por desinformação ou manipulação de preços e negociações e conflitos de interesse”, afirma o relatório.
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A IOSCO afirma que riscos à integridade do mercado como esses também existem no mundo das finanças tradicionais. Ainda assim, outros riscos envolvidos em DeFi são “um tanto únicos” à indústria.
Incluem “front-running” – quando mineradores lucram usando sua capacidade de reorganizar ou censurar certas transações na blockchain – e empréstimos relâmpago (flash loan), que IOSCO afirma terem acontecido em grandes protocolos DeFi desenvolvidos na rede Ethereum.
Outros riscos incluem a dependência do mercado em certos agentes, como validadores e fornecedores de liquidez, o uso de alavancagem e riscos relacionados à tecnologia que podem “resultar na redução, deterioração ou colapso de produtos e serviços”.
“O DeFi procura transferir a confiança dos intermediários tradicionais para a tecnologia e, portanto, apresenta riscos inerentes à tecnologia”, diz o relatório.
A IOSCO também destacou o risco de atividades ilícitas devido à falta de procedimentos KYC e o uso de “tecnologias que reforçam o anonimato”.
“Existem riscos significativos para aqueles que realizam transações em DeFi e interagem com uma contraparte sancionada ou com criptomoedas obtidas por atividades ilícitas”, alegou a IOSCO.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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