De US$ 1,6 bilhão a US$ 2 mil: Binance vê valor de carteira de LUNA evaporar

No auge, as alocações da corretora na criptomoeda valiam US$ 1,6 bilhão. Hoje, esse mesmo investimento equivale a apenas US$ 2.461, após o colapso do projeto Terra
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(Foto: Shutterstock)

Na segunda-feira (16), Changpeng Zhao (ou CZ), CEO da Binance, alegou que a corretora de criptomoedas nunca vendeu os 15,4 milhões de LUNA, recebidos em troca de um investimento de US$ 3 milhões no ecossistema Terra em 2018.

As alocações da Binance no token de governança do Terra — que dá direitos de votação sobre o futuro da rede a quem tiver o criptoativo — já valeram cerca de US$ 1,6 bilhão.

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Agora, valem apenas US$ 2.461 e ainda estão na carteira para a qual foram enviadas — já que “nunca foram movimentadas ou vendidas”, segundo um tuíte de CZ.

2/ Binance received 15,000,000 LUNA (at peak worth $1.6 billion USD, now not much) as part of the original ($3m) invest. 560x return at peak. It still sits on the address we received at 👇. Never moved or sold.

Address:https://t.co/6HwTu6CCuB

— CZ 🔶 Binance (@cz_binance) May 16, 2022

A carteira possui 3,4 milhões de LUNA e fez o staking do restante.

“Existem 12 milhões de LUNA que foram usados para staking em 2021 e é como esse endereço obtém recompensas em UST. Antes, o Binance Labs nunca havia investido em UST”, afirmou um porta-voz da Binance ao Decrypt via e-mail.

Os 12 milhões em terrausd (UST), a stablecoin algorítmica do Terra, foram pagos como recompensas pelos oito milhões em LUNA que a Binance colocou em staking no Orion.Money e quatro milhões em LUNA que as empresas colocaram em staking no protocolo Staked. Ambas as transações aconteceram em 1º de julho de 2021.

Após uma semana turbulenta que começou com a UST perdendo sua paridade ao dólar na última segunda-feira (9), a blockchain Terra foi suspensa duas vezes para se recompor e evitar mais danos.

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Neste momento, a blockchain está funcionando e a UST está precificada em US$ 0,11 e possui uma capitalização de mercado de US$ 1,3 bilhão, de acordo com o site CoinMarketCap.

O apoio da Binance ao Terra

Do Kwon, o fundador do Terra, é manchete há meses por ter começado a comprar milhões em bitcoin (BTC) para lastrear a stablecoin UST.

Antes disso, a stablecoin mantinha sua paridade por meio de um mecanismo único de emissão e queima com o token LUNA. Toda vez em que a UST caía abaixo de US$ 1, usuários podiam comprar a UST com desconto e convertê-la (e removendo-a de circulação) por US$ 1 em LUNA antes de vendê-lo no mercado aberto para garantir um lucro.

Além de ser apenas uma stablecoin pareada ao dólar, o Terra também oferecia outras moedas estrangeiras, incluindo o euro, o iene, a libra.

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“E é exatamente por isso que Terra [UST] não é apenas outra stablecoin, e sim uma rede melhor de pagamentos que usa uma moeda digital com preço estável para complementar tanto moedas fiat [fiduciárias] como criptomoedas”, afirmou a Binance em uma publicação em 2019, “retendo toda a resistência à censura do Bitcoin e tornando-a viável para uso nas transações do dia a dia”.

Mas desde que a UST perdeu sua paridade ao dólar na última semana, a corretora cripto criticou a forma como a equipe lidou com a situação.

“Estou muito decepcionado com a forma como esse incidente foi tratado (ou não) pela equipe do Terra”, tuitou CZ na última sexta-feira (13), alegando que a equipe do Terra não havia tomado medidas após suspender sua rede.

No mesmo dia, após alertar que precisaria deslistar pares de negociação com UST e LUNA, a Binance os removeu de sua plataforma.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.