CZ diz que funcionários da Binance estão proibidos de negociar futuros de criptomoedas

No Brasil, a maior corretora cripto do mundo tem brigado com a CVM sobre a oferta de derivativos cripto para clientes
Imagem da matéria: CZ diz que funcionários da Binance estão proibidos de negociar futuros de criptomoedas

CEO da Binance, CZ (Foto: Divulgação)

O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, afirmou nas redes sociais nesta sexta-feira (18) que funcionários estão proibidos de negociar futuros de criptomoedas, medida que inclui ele mesmo. Segundo o executivo, a única exceção é da equipe de testes de produtos, que possui uma conta específica com uma cota para negociar.

“Os funcionários da Binance (incluindo eu) estão proibidos de negociar futuros. A equipe de teste de produto tem uma conta de cota especialmente designada. nós apenas”, escreveu CZ em chinês.

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De acordo com o jornalista chinês especializado em cripto Colin Wu, as regras internas da Binance também exigem que todos os funcionários segurem qualquer ativo por pelo menos 90 dias antes de poderem negociar.

“A equipe de segurança interna é responsável por monitorar possíveis atividades de negociação dos funcionários em várias plataformas. Esta é uma política de tolerância zero e esta pessoa será demitida se for descoberta”, diz o jornalista.

Veja abaixo a mensagem de CZ no Twitter:

https://twitter.com/cz_binance/status/1692471128940245234?s=20

Maior corretora de criptomoedas do mundo, a Binance tem tido muitos problemas ao redor do mundo por conta dos seus mais diferentes produtos. Mesmo em locais em que a regulação não define as criptos como moedas, a negociação de derivativos costuma se enquadrar nas regras do mercado de capitais, que possui regulação própria nos principais países, como Estados Unidos e até no Brasil.

Negociação de futuros nos Brasil

Por aqui, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mantém uma longa briga com a Binance por conta da negociação de futuros de criptomoedas. Em 2020, a corretora de CZ lançou a plataforma Binance Futures, em que clientes conseguiam investir em derivativos atrelado a criptos.

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Porém, segundo o o artigo 2º, inciso VIII, da Lei nº 6.385/76 da autarquia estabelece que os contratos de derivativos são considerados valores mobiliários independentemente dos ativos. E em maio de 2022 a CVM afirmou em esclarecimento ao Senado que a Binance havia parado de oferecer esse produto no Brasil.

Porém, logo após esse esclarecimento, uma reportagem do Portal do Bitcoin mostrou que a corretora apenas havia retirado o serviço em português brasileiro, mas que os canais de atendimento orientavam os usuários a mudarem o idioma para obter o acesso aos investimentos. Ou seja, ao usar o serviço em português de Portugal ou outro idioma estrangeiro, era possível negociar derivativos no Brasil.

Em abril deste ano, nova reportagem do Portal do Bitcoin mostrou que a CVM, após tomar ciência da matéria anterior, considerou insuficientes algumas mudanças feitas pela corretora para cumprir a ordem dos reguladores. Apesar disso, o caso segue e agora está sob segredo de Justiça.

Problemas nos Estados Unidos

Em um caso que envolve outros fatores, a Binance também tem tido fortes disputas com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). No início deste ano o órgão americano processo a Binance Holdings, Binance.US (registrada como BAM Trading) e CZ por supostamente misturar fundos de usuários e enganar seus clientes.

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Além disso, a SEC também acusou a exchange de operar como corretora e câmara de compensação não registrada.

Recentemente, a SEC pediu à Binance uma série de informações para o caso envolvendo o uso de fundos de clientes, e pediu o depoimento de funcionários da companhia, inclusive de CZ. A corretora luta para conseguir uma ordem de proteção para não ter que divulgar esses dados e evitar que diretores tenham que falar.