Imagem da matéria: Crypto.com volta a fazer demissões e funcionário denuncia: "Estão tentando esconder"
(Foto: Shutterstock)

Em junho, a Crypto.com, corretora de criptomoedas com sede em Singapura, demitiu 260 pessoas, cerca de 5% de seus funcionários, citando como justificativa o ciclo de baixa do mercado.

Na época, os funcionários restantes supostamente foram comunicados de que esses cortes seriam o “fim do tormento”.

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“Eles mentiram”, disse uma fonte dentro da Crypto.com ao Decrypt. Em uma reunião trimestral na última sexta-feira (12), a empresa informou aos funcionários sobre as novas demissões.

A fonte, que ocupa um cargo de gestão e cuja identidade foi confirmada pelo Decrypt, pediu que não fosse identificada. A reportagem confirmou as demissões com duas outras fontes atualmente contratadas.

A rodada mais recente de cortes não foi anunciada publicamente. Durante a reunião, a “liderança expressou que não tinha intenção de vir a público”, afirmou a fonte.

“É improvável que a alta gerência faça um anúncio porque, após as demissões em junho, afirmaram que o emprego de todos estava a salvo e que nenhuma outra demissão iria acontecer.”

Por conta das práticas internas de privacidade da empresa, o funcionário não pôde fornecer o número de demissões do último mês, nem a porcentagem de funcionários restantes que foi afetada.

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Mas a fonte afirma que o tamanho dessa rodada de cortes “é bem maior do que a primeira”.

Novos alvos

Segundo a fonte, inúmeros fatores estão em jogo conforme os cortes continuam.

As demissões em junho visavam funcionários “flexíveis”, como cargos de serviço ao cliente e crescimento — funcionários com menos demanda conforme o número de clientes e o volume negociado na plataforma caíam.

Essa rodada, de acordo com a fonte, afetou pessoas “de produtos fundamentais, como corretora, aplicativo e carteira”.

A iniciativa é bem parecida com o que aconteceu na corretora cripto adversária, Gemini, que também realizou uma segunda rodada de demissões em julho após ter virado manchete por ter realizado cortes no dia 2 de junho.

Um porta-voz da Crypto.com não confirmou os detalhes nem o número de demissões além dos anunciados em junho, mas forneceu um comentário do CEO da corretora, Kris Marszalek:

“Anunciamos reduções em junho e, desde então, otimizamos nosso pessoal para alinhá-lo aos atuais obstáculos econômicos externos. Temos um forte balanço patrimonial e vamos continuar investindo em produto, engenharia e parcerias de marca no futuro.”

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Ao anunciar as demissões em junho, a Crypto.com havia descrito seus funcionários como “baseados em necessidades” e afirmou que contratações seriam retomadas quando as condições melhorassem.

Na segunda-feira (15), a Crypto.com anunciou que seria a primeira corretora de criptomoedas a operar sob o novo esquema regulatório do Canadá.

Mesmo assim, o corte de despesas está se tornando uma grande prioridade na Crypto.com.

Tentativa de sobrevivência

“A empresa está reduzindo ao mínimo para sobreviver ao possível longo mercado de baixa — iniciativas internas são sobre tentar economizar cada centavo”, afirmou a fonte.

Antes das reduções, cerca de 45% de toda a base de funcionários da Crypto.com havia sido contratada entre 2021 e 2022, explicou a fonte. “As contratações em massa eram destinadas para o crescimento e a maioria delas — cerca de 1,3 mil — não são mais necessárias no contexto atual.”

O Decrypt visualizou uma dúzia de publicações de demissão de ex-funcionários da Crypto.com divulgados via LinkedIn na semana passada. Muitos usaram a mesma estrutura, citando “atuais condições de mercado” e descrevendo seus desligamentos como parte dos cortes em junho.

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Agora, publicações similares estão surgindo no site de classificações de emprego Glassdoor e parecem ser mais recentes.

“A empresa está escondendo o fato de que demitiram mais de mil funcionários mesmo tendo anunciado oficialmente que demitiram 260”, publicou um funcionário que afirma ainda trabalhar na empresa no dia 10 de julho.

“Removeram o diretório da empresa para que não possamos ver o número diminuir. Não levanta a moral ver que 1/3 da lista de convites para a sua próxima reunião é [composta por] contas desativadas.”

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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