“Não vai muito longe”, disse o presidente da Associação de Brasileira de Criptomoedas e Blockchain (ABCB), Fernando Furlan, ao falar sobre a criptomoeda venezuelana Petro ao site gaúcho GaúchaZH. “Do ponto de vista técnico, é uma fraude”, continuou.
Após ser questionado pelo sobre o futuro Petro, criada pelo presidente da Venezuela Nicolás Maduro para se tentar estabilizar a economia do país, Furlan afirmou que esse criptoativo vai na contramão do que deveria ser uma “criptomoeda” pelo fato de existir “um terceiro ente centralizador”.
“O princípio do blockchain, base da maioria das criptomoedas, é que não há um terceiro ente centralizador. Na Venezuela, o banco central do país continua sendo o centralizador. Portanto, do ponto de vista técnico é uma fraude. Não vai muito longe”, afirmou ao jornal.
Na mesma entrevista, o ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) falou de regulação e dos impactos trazidos ao sistema financeiro atual pela inovação do Blockchain e dos criptoativos.
Ele afirma que “o setor cripto quer oferecer alternativas ao sistema tradicional” e que “o sistema financeiro tradicional está se dando conta” de que o Blockchain “é um caminho sem volta”.
“Os bancos devem estar vendo a perda de investidores e imigração de investimento para esse mercado. Veem as fintechs como competidoras, não como clientes, quando usam o sistema bancário. Principalmente os bancos grandes vem fechando contas de empresas que atuam no setor”, afirmou.
Quando o assunto é sobre regulação, Furlan diz que “melhor não ter regulação do que ter uma ruim”.
Ele afirmou que Reino Unido é um exemplo a ser seguido pelo Brasil:
“Autoridades do sistema financeiro, de valores mobiliários por exemplo, deixam o mercado crescer e veem como se desenvolve para, depois de certo tempo, de cinco a 10 anos, avaliar o impacto no mercado. Assim, não matam o mercado que está crescendo.”
O representante da ABCB estava em Porto Alegre para realizar i 2º “Meetup”, encontro informal de debates sobre a criptoeconomia. O evento foi realizado em parceria com a WOW Aceleradora, para reunir empreendedores, investidores e agentes do ecossistema de startups para discutir os desafios e as possibilidades das moedas digitais e da tecnologia Blockchain.
Criptomoeda chavista
As críticas à moeda criptografada venezuelana só tem crescido desde o anúncio de sua criação pelo presidente Nicolás Maduro, em dezembro de 2017.
A intenção do ditador venezuelano com a criação da Petro era de contornar as sanções dos EUA, em meio a uma crise econômica e hiperinflação do Bolívar.
O Portal do Bitcoin tem acompanhado essa série com diversos episódios para lá de interessantes.
O instituto de Pesquisa dos Estados Unidos, Brookings, já tinha afirmado em estudo que a Petro prejudicaria as criptomoedas legítimas, como bitcoin e ethereum. tirar a Venezuela da recessão, motivo que justificou a criação.
Em junho, a Índia se recusou a comprar petróleo da Venezuela utilizando a criptomoeda Petro.
A série de problemas com a criptomoeda venezuela não pára por aí. Ela nunca teve grande aceitação pelos próprios venezuelanos. Os parlamentares desse país, que a chamaram de inconstitucional.
Nem o povo aderiu ao Petro. Os venezuelanos preferiram comprar Bitcoins quando a inflação bateu quase 14 mil por cento ao invés de adquirir a criptomoeda nacional lastreada em petróleo.
A situação tende a piorar pois Maduro já anunciou a Petro (PTR) como a moeda oficial da estatal petrolífera PDVSA.
Tendo como exemplo o que ocorreu com a Índia, a Venezuela corre o risco de enfrentar problemas com a exportação desse petróleo, caso haja a obrigação de o outro país ter pagar com Petro.
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