Imagem da matéria: Como o setor cripto e jogadores podem se dar bem, segundo Amy Wu da FTX?
Amy Wu. Foto: Reprodução

Existe inimizade entre as comunidades cripto e de jogadores – e a situação só piora. Conforme mais estúdios propõem a apresentação de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) e outros elementos cripto, jogadores estão mais revoltados do que nunca.

Existe uma forma de aliviar as coisas?

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Amy Wu acredita que sim. Importante investidora em startups de jogos, Wu recentemente passou do Lightspeed Ventures à FTX para liderar o novo fundo de capital de risco de US$ 2 bilhões com foco em Web 3 da gigante corretora – uma posição que exige a disseminação de apostas do fundo de guerra da FTX por novas tendências de jogos.

No episódio mais recente do podcast “gm” do Decrypt, Wu compartilhou suas opiniões de por que tantos jogadores estão sensíveis por cripto se aproximar de seu território.

Ela afirma que o principal motivo é que jogadores se importam profundamente com seus jogos – e suspeitam de que blockchains podem piorar seu passatempo preferido.

“Existem poucas bases de fãs que são mais apaixonadas do que um jogador em relação a seu jogo. São superprotetores em manter a integridade do conteúdo, que o estúdio esteja fazendo a coisa certa, de que sua voz esteja sendo respeitada”, explicou Wu, acrescentando que qualquer iniciativa por um estúdio de jogos para ganhar um dinheiro extra ao baratear a jogabilidade é considerada como ganância.

Wu também observa que muitas das mesmas críticas de jogadores surgiram quando jogos para celular “free-to-play” se tornaram populares. Embora esse conflito tenha diminuído, Wu destaca que estúdios terão de avançar com cuidado ao apresentarem elementos cripto a jogos existentes.

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O desafio agora, segundo ela, é que um grande jogo com elementos orgânicos de blockchain (um que explore as vantagens de cripto e NFTs, mas também apresente uma ótima jogabilidade) ainda esteja a dois ou mais anos de surgir.

Enquanto isso, Wu afirma que jogos desenvolvidos no setor cripto vão girar em torno de tokeconomias.

“A graça está em torno das mecânicas e da tokeconomia do jogo, certo? Existem formas de gerar rendimento de 100x ou 500x para o token”, afirma Wu.

“E é esse o tipo de foco de muitos desses jogos, então atrai um certo tipo de jogador, que tende a ser repleto de traders que consideram o jogo quase como uma espécie de instrumento financeiro.”

Wu afirma que tais jogos são divertidos (para o tipo de jogadores descrito por ela). Mas todo o restante terá de ser paciente conforme a nascente indústria de jogos cripto evolui além de sua famosa franquia Axie Infinity.

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E não são apenas jogadores que precisam ver mais além. De acordo com ela, estúdios precisam se esforçar para explicar melhor o que pretendem fazer.

“Estúdios de jogos devem ser bem mais atenciosos e cuidadosos sobre como se comunicam com sua base de jogadores, principalmente se você está pegando um jogo amado e acrescentando componentes blockchain a ele. É diferente quando você está criando um novo jogo”, explicou.

Amy Wu é a terceira entrevistada do podcast “gm” do Decrypt (Imagem: Grant Kempster)

A boa notícia é que Wu acredita que o setor de jogos cripto vai melhorar.

A longo prazo, a tecnologia cripto (carteiras, NFTs e mais) pode enriquecer a experiência de jogos em vez de barateá-la. Porém, a curto prazo, jogadores podem tentar ser mais abertos enquanto estúdios devem resistir à tentação de lucro rápido.

“Acredito que será necessário que ou um novo estúdio ou um estúdio incumbente crie e lance uma incrível experiência de jogo que realmente mostrará a jogadores que, ‘OK, aqui estão as maneiras que você pode usar NFTs e tokens de outra forma que é superdivertida’. E é isso o que vai convencer as pessoas”, explicou.

“Acredito que também iremos criar muitos novos fãs de jogos Web 3 no meio do caminho, além de converter alguns dos jogadores existentes.”

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Na entrevista, Wu também falou sobre o futuro dos NFTs e a experiência com carteiras cripto, além de o que mudou em sua vida após ter saído de São Francisco para as Bahamas para trabalhar com Sam Bankman-Fried, fundador da FTX (e o primeiro entrevistado do podcast “gm”).

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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