“Com sua experiência de mercado, caso o senhor fosse montar uma carteira com cinco ações, quais escolheria?”. A pergunta foi feita a Luiz Barsi, o mais famoso investidor brasileiro individual da Bolsa de Valores, no quadro ‘Pergunte ao Barsi’ da TV Economista, que é o canal oficial do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon/SP).
“A questão de nomear cada uma das ações é um tanto quanto difícil porque o mercado de renda variável oscila a cada segundo — oscila a cada movimento econômico; a cada movimento político; e agora tem oscilado bastante com o movimento da pandemia, que oscila na razão direta que as pessoas estão sendo contaminadas”, disse Barsi sobre a pergunta.
Para ele, eleger ações para integrar uma carteira, principalmente uma carteira de renda mensal, que, segundo ele, é aquela que se recomenda para se investir no mercado de valores, “nós, claro, iríamos procurar as empresas que estivessem remunerando seus acionistas”, explicou Barsi, acrescentando que não iria nomear empresas, mas sim os setores de atividades.
Empresas cujo setor não para pode ser boa aposta
Barsi é o atual presidente Corecon-SP, cujo mandato vai até o fim deste ano. Com 82 anos e atuando há décadas no mercado de ações, ele aconselhou o que acredita ser importante no momento, que é apostar em empresas que tenham uma atividade perene e que seja sustentável.
“Eu investiria em todas aquelas empresas que tenham um direcionamento para uma atividade perene. Atividade perene são exatamente aquelas que a economia não vive sem ela”, disse ele, descrevendo em seguida alguns segmentos, como o de energia elétrica, saneamento básico e instituições financeiras.“Enfim, essas seriam as empresas que eu elegeria”, comentou.
E dentro dessas empresas, continuou o megainvestidor criado no bairro do Brás, em SP, eu iria procurar aquela que tivesse um grau de sustentabilidade mais eficiente, com histórico que contemplasse — ou que mostrasse contemplar — o acionista de uma forma mais gratificante.
Barsi concluiu que se ali no vídeo ele nomeasse alguma empresa, talvez estivesse cometendo falhas.
Luiz Barsi revelou qual empresa ele não apostaria
Na TV Economista, Luiz Barsi se absteve em indicar ações, mas no fim do ano passado ele fez o contrário, revelando qual empresa na ocasião ele não apostaria. “Azul eu não compro, mas nem que esteja a 1 real”, disse em vídeo no Youtube. O motivo, explicou, é que ele não compra ações de empresas que dependem de “um monte de coisas” para progredir.
“A Azul depende do Ministério (da Infraestrutura), que têm a Agência Nacional de Aviação (ANAC) — aumenta ou não aumenta o custo; o querosene que é mais caro… Enfim tem um monte de coisas, uma dependência muito grande. Então a gente avalia isso”, explicou Luiz Barsi, acrescentando que tal lógica ele cultiva desde seus primeiros passos na Bolsa.